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Não obstante queixar-se de D. João da Cunha lhe não dar melhor tratamento em suas cartas sempre continuava a fazer os avisos necessários aos interesses do Estado, porque além de ser fidalgo honrado estava para casar com a filha do duque de Veraguas, almirante das Índias, que cedia logo no dito o titulo do Estado, julgava o mesmo senhor lhe devia levantar o estilo, pois quando ele dito Pereira mandara seu filho, D. João, à Alemanha visitar o imperador, rei e rainha da Boémia estes lhe escreveram tratando-o por magnífico e bem amado vosso D. Francisco Pereira.
Sucedendo no reino de Diampor o príncipe de Ceilão, inimigo antigo do Samorim, este vendo unir-se o reino de Ceilão ao de Diampor o queria expulsar do mesmo reino, que em atenção à amizade e interesses do Estado, seria preciso sustentar-lhe o partido. Que Ceilão estava em paz com Madune que lhe enviara seus embaixadores oferecendo dar os 300 barris de páreas de canela que o rei da Cota era obrigado.
Que o embaixador do rei da Polónia entrara em Roma secretamente, donde se lhe dera aposento no Palácio de S. Pedro que era do cardeal Farnese e tinha tido várias audiências particulares de Sua Santidade, julgando-se só daria sua embaixada em público sabendo o sucesso dos seus negócios. Como não tem licença para partir de Roma pede ao rei ajuda para seu sustento.
Carta que escreveu Luís de Xira Lobo a Pêro de Alcáçova Carneiro em que lhe representa os serviços que tem feito ao rei D. Sebastião e sua fazenda, que neles tem gasto, havendo-se em todas as ocasiões bem pelo que, em remuneração de tudo, pede lhe faça mercê de lhe darem a fortaleza livre de Damão e ordenado que tinha em Chale e capitão e senhor recebedor dela e assim outras mais coisas que dantes tinha e lhe agrade o querer interceder com os seus despachos e lhe mande chamalotes e panos.
Carta de Manuel de Araújo a Pêro de Alcáçova Carneiro em que lhe narra a prisão que o rei D. Sebastião mandou fazer a 3 embaixadores de certos senhores da Alemanha que ali chegaram àquela cidade, como também um navio que tinha chegado ao porto da baixa Bretanha com uma nau de 300 tonéis se perdera defronte da ilha dos Açores e sobre a morte do Turco, a qual foi ignorada até não chegar o filho, que antes que chegasse ao campo se fez coroar em Constantinopla e que o imperador o seguiu e lhe matou mais de 60.000 homens ainda que com grande perda dos nossos, dos quais se diz que morreram 15.000, entre o duque de Ferrarra e que na Normandia havia peste e morria muita gente mais de Inverno do que de Verão e mais notícias.
O que passara com Suas Majestades sobre a tomada da ilha da Madeira pelo capitão Montlue que declaram rebelde, o cuidado que se devia ter nas ilhas Terceiras porque o dito capitão pretendia tomar um lugar em que esperasse as naus da Índia e Nova Espanha, também a prisão que se fez a três embaixadores de certos senhores da Alemanha.
Que o príncipe de Orange apertado do duque de Alva saira dos Estados da Flandres como fugindo para a Picardia.
O duque de Alva despachava um correio para o rei com a notícia do mesmo encontro, que o conde de Arambergh ? teve com o conde Ludovico, irmão do príncipe de Orange, que quis entrar naqueles Estados, do que resultara perca sensível, pela qual foram confiscados à reveria os bens do principe de Orange e conde seu irmão e as casas do conde Culemburch arrasadas e salgadas por serem o teatro onde se assinaram estas dissensões.
Ordenando a Damião de Góis que metesse os documentos em maços separados por matérias, que seriam por ele somente examinados, para separar os de segredo dos de menos qualidade, remetendo de tudo uma folha a Miguel de Moura para se servir deles quando cumprisse a seu serviço.
Inclui a petição de João de Betencourt, em seu nome e no de seus irmãos, para lhe serem levados em conta 72 arrobas de açúcar que seu pai, Francisco de Betencourt, ficara devendo das que recebera para a rainha; despacho para o contador Francisco Leitão informar (6/6/1567);e uma informação relativa à dívida (10/10/1567).