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Refere que, com o juiz de fora notificaou Francisco da Cunha para, no prazo de 15 dias, comparecer perante o corregedor da corte a livrar-se do crime de que o acusava Rui Gomes, e que, em atenção ao real serviço e qualidades de Francisco da Cunha, o demorara até segunda ordem do mesmo senhor.
Acrescentava ainda a carta que era necessário dinheiro para pagamento do frete dos navios que levavam cal e carvão para as obras de Ceuta.
Informa que fora à capitania de Machico, como ouvidor do conde de Vimioso, Bernardim de Sampaio que não tinha as condições exigidas pelo regimento da ouvidoria e que cometia muitos abusos.
Obrigando-a com remédios que lhe aplicou a lançar pela boca um monstro em pedaços que se assemelhava a um frango, tendo o pescoço de comprimento de um dedo, na cabeça só o bico de cima, os olhos pretos de tamanho de bagos de uva, com pernas porém sem pés, com 2 asas e membros perfeitos, como um pássaro, com moela, fígado e tripas e depois lançara o fole em que parecia tinha andado o dito monstro.
Acrescenta ainda na carta que nesta dívida entram 920 cruzados que deve ao rei além de 100.000 réis de tença que prometera a sua filha em casamento. Pedia também ao mesmo senhor, visto não herdar de seu sogro mais de 20.000 réis, lhe fizesse mercê de 24.000 réis de tença para sua filha pelos bens do mesmo e lhe perdoasse os 920 cruzados.