António Ferrão foi um erudito historiador e académico português da primeira metade do século XX. Nasceu em 1884, em Lisboa e morreu em 1961. Em 1933, foi membro efetivo da Sociedade de Geografia de Lisboa, tendo desempenhado as funções de vice-presidente de várias secções (Arte, Literatura, História e Geografia). É sucessivamente sócio correspondente (1921), efetivo (1925) e de mérito (1953) da Academia das Ciências de Lisboa; nela exerce as funções de inspetor da biblioteca, criador do museu histórico e diretor da coleção documental Corpo Diplomático Português, começado a publicar em 1862 por Rebelo da Silva, numa segunda edição (a anterior ocorrera em 1846). Foi, por fim, sócio fundador da Academia das Ciências de Portugal e sócio correspondente estrangeiro da Sociedade de Geografia de Madrid e da Academia de História da mesma capital (1924-1925).
Em termos de carreira na administração pública, António Ferrão parece ter ingressado e rapidamente ascendido nela aquando da implantação da República, em 1910. Assim, foi chefe de repartição e chefe de serviço da Direcção-Geral da instrução secundária, superior e artística e do ministério da Instrução Pública; trabalhou nas reformas pedagógicas do governo provisório, contribuindo para que Portugal aderisse à convenção de Berna de defesa da propriedade literária, científica e artística (1911); e desempenhou os cargos de secretário geral e diretor da Liga Nacional de Instrução (a funcionar na Sociedade de Geografia).
António Ferrão produziu uma bibliografia rica e variada na área da história, bibliografia, bibliotécnica, crítica das fontes e dos factos históricos, teoria e metodologia genética das fontes e história documental.
In: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/44610/8/ferrao_antonio.pdf