Biography or history
É um dos mais antigos conventos fundados em Guimarães. Segundo Frei Luís de Sousa, na história de S. Domingos, a então vila de Guimarães, no ano de 1270, convidou os dominicanos a fundarem uma casa conventual. Com esse fim, chegam à vila em Dezembro quatro religiosos dominicanos, entre os quais o Prior de S. Domingos do Porto, tendo reunido com as pessoas mais notáveis da vila e do povo, na capela de S. Tiago na Praça, sendo-lhes ali concedida a licença para a fundação, demarcando-se-lhe um local perto da porta da vila, junto à Torre da Nossa Senhora da Piedade, hoje no Toural à entrada da Rua da Rainha.Com esmolas e ajudas compram casas e quintas, começando a obra junto ao muro novo, em 1271, no reinado de Afonso III, concluindo-se oito anos mais tarde. No entanto, em 1323, D. Dinis manda derrubar o convento, devido ao perigo que podia acarretar para a defesa da vila, como se comprovou aquando da rebelião do Infante D. Afonso, que quase conquistou a vila aproveitando-se da vizinhança do seu muro de defesa.Desalentados, só mais tarde é que os frades, marcado novo local para edificação, a cerca de 130 passos a Poente do antigo convento, principiaram a construção do novo convento. As obras vão sendo feitas com ajuda de esmolas, principalmente do arcebispo de Braga, D. Lourenço Vicente, do fidalgo D. Afonso de Briteiros e dos bispos de Burgos, que lhes deixou a sua livraria. Este edifício foi durante muitos anos um seminário.Em 1297, juntamente com os franciscanos, fazem um acordo com a Colegiada para regulamentar a pregação nas igrejas de Guimarães. Este acordo foi depois renovado em 1 de Abril de 1409.A igreja de três naves e dez altares laterais, uma das mais espaçosas e elegantes de Guimarães, sofreu profundas alterações durante os séculos XVIII e XIX. No ano de 1744 a câmara, em sessão de 3 de Março, deu verbas para substituir a capela-mor primitiva por uma outra, certamente, mais ampla, mas sem qualquer beleza arquitectónica. Em 1770, por diligências de Rodrigo de Sousa da Silva Alcoforado, da Casa de Vila Pouca, fez-se uma nova porta principal barroca. Em 1874, a Ordem Terceira e irmandades ali constituídas, reformam toda a igreja, que ameaçava ruir, com pinturas, dourados e estuques, sendo restituída ao culto cinco anos mais tarde. Todas estas sucessivas obras desfiguraram inteiramente a velha igreja gótica. Com a extinção das ordens religiosas a igreja ficou abandonada, sendo mais tarde cedida à Ordem Terceira de S. Domingos, por D. Maria II, em 24 de Janeiro de 1851 e dado o convento à câmara por decreto de 25 de Abril de 1842, tendo servido em 1839 de quartel militar e, em 1842 foi convertido no Tribunal Judicial.Em 1888 parte do convento foi ocupada pela Sociedade Martins Sarmento, com o fim de nele se estabelecerem os museus, biblioteca e demais dependências da instituição. Hoje a igreja é a paroquial da freguesia de S. Paio.