Biography or history
O Convento de Santa Rosa Lima situava-se na antiga rua da Travessa, mais tarde, rua de Santa Rosa Lima e hoje denominada rua das Dominicas. A pretensa fundação de um recolhimento onde pudessem viver virtuosa e clausuradamente algumas donzelas aconteceu na primeira metade do século XVII por acção de alguns devotos, entre os quais, o padre Frei Sebastião, prior do Convento de S. Domingos de Viana do Castelo. Desta forma, com o dinheiro de esmolas compraram-se pequenas casas e algumas terras, na rua da Travessa, hoje de Santa Rosa de Lima e aqui viveram em recolhimento, dedicado a esta Santa Virgem, algumas senhoras. Por volta de 1680 obtiveram, da confraria Senhora da Graça, administradora do antigo hospital, a cedência de antigas casas deste, bem como hortas e a capela de S. Roque para aí viverem e professarem. De acordo com a escritura, lavrada a 3 de Fevereiro, ficaram os confrades com os encargos da administração dos bens da confraria e hospital e as freiras com obrigação de comprarem casas para albergarem os pobres.Tomaram o hábito nesse mesmo ano, das mãos do prior de S. Domingos, de Guimarães e entraram solenemente na sua nova casa ou conservatório acompanhadas por uma grande parte do povo, magistrados régios e nobreza. No ano seguinte, professaram perante o provincial frei Agostinho de S. Tomás, ratificando os votos de obediência, pobreza e castidade e jurando guardar perpétua clausura.Constituída a comunidade regular, as freiras começaram então a desenvolver as obras do convento, até ali pequeno e pobre. Em 1725, com a Prioresa Madre Catarina das Chagas, deu-se início a grandes obras de pedraria, que aumentaram e deram grandiosidade ao convento. Em 1736 iniciam-se as obras em madeira, sendo Prioresa Madre Mariana da Encarnação, e do retábulo do altar-mor sob o risco do mestre portuense José da Fonseca, concluído em 1741. Em 1745, a Prioresa a Madre Maria de Jesus mandou fazer os altares laterais.O facto das freiras terem em suas mãos o dever de recolher e tratar os pobres que se albergavam no hospital de S. Roque, embora a sua administração continuasse a pertencer à confraria de Nossa Senhora da Graça, deu origem a graves problemas e divergências, que as religiosas tentaram resolver. A 6 de Novembro de 1733 obtiveram uma provisão d?El Rei D. João V para fazerem com os confrades um novo contrato, assim, em virtude de tal provisão e estando de acordo ambas as partes, foi lavrado pelo tabelião Brás Lopes, a 14 de Setembro desse ano, nova escritura, através das qual conseguiram que tudo fosse transferido para o seu poder, ficando no entanto sujeitas às mesmas obrigações e encargos que a confraria possuía. Na primeira metade do século XVIII obtêm do papa Clemente XII a graça de usar véu e capa preta, e passar para a segunda regra do patriarca S. Domingos, sujeitas sempre no espiritual à jurisdição do provincial da sua Ordem. No entanto, em 1747 esta jurisdição passou para o arcebispo de Braga.Em 1776, as freiras recorrem ao papa Pio VI, para lhes confirmar a graça do véu preto, com as condições do primeiro Breve autorizando-lhes a mudança para jurisdição dos arcebispos e elevar o número de religiosas para quarenta. Este convento foi sempre muito conhecido pelo excelente doce de fruta e bonitos trabalhos em linho, que ali se manufacturavam e exportavam, fundamentalmente, para o Brasil e Inglaterra, constituindo um dos ramos mais produtivos e notáveis da indústria vimaranense.Com a extinção das ordens religiosas e a demolição da igreja paroquial de S. Sebastião, no século XIX, ficou a igreja das dominicas, como é vulgarmente chamada, a substituí-la na sua função paroquial, dando assistência religiosa aos habitantes da freguesia de S. Sebastião.