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REQUERIMENTO do 1º tenente da Armada Nacional e Real, procurador dos povos da ilha do Príncipe, Joaquim de Sousa Braga, ao rei [D. João VI] a dar conta da sua mágoa, relativamente à decisão das Cortes Gerais e Constituintes da Nação Portuguesa, a qual manda o governo recompensar os serviços de Manuel Pires de Sacramento, patrão-mor da ilha de São Tomé; alerta para que o dito patrão-mor, não fez mais que iludir S. M. e o Soberano Congresso, sendo juntamente com o governador da ilha, os responsáveis pela opressão existente e pela desgraça em que se encontra a ilha; o senado e o povo nomearam uma junta de membros, permitindo que o governador fosse presidente da junta, mas continuou com o seu despotismo, tendo roubado a mala da correspondência que pela sumaca Pérola do Sul, comandada pelo mestre, António José Pereira Galvão, vinha dirigida à ilha do Príncipe; acabou por ser novamente deposto mas a mala não foi entregue, ficando o povo na perfeita ignorância dos acontecimentos em Portugal; o patrão-mor seduziu os incautos povos para conspirarem, tendo a rebelião rebentado no dia 25 de Setembro de 1821; verifica-se que o sossego anunciado, passou pela 4ª mudança do governo, em 3 meses, tendo sido desterrados para a ilha do Príncipe, todos os brancos; mais, participa que o governador e o patrão-mor foram a causa da morte do capitão-mor, tenente coronel, Duarte José da Silva, que sabendo que o queriam conduzir na escuna Conceição de Maria para Lisboa, fugiu da prisão, arrojando-se ao mar numa pequena canoa que infelizmente naufragou, tendo morrido afogado.

OFÍCIO do 2º tenente e comandante, Fernando Ribeiro, ao secretário de estado da Marinha e Ultramar [Inácio da Costa Quintela] sobre: informa que saiu do Rio de Janeiro com ordem para ir à cidade da Bahia, receber dinheiro para transportar e entregar na ilha de São Tomé, ao governador geral; assim o fez, entregando-o não ao governador, mas a uma junta provisória de que o governador era presidente; foi-lhe determinado que se demorasse 5 meses, ao fim dos quais seguiria viagem para a Corte, no entanto recebeu ordem para se demorar mais tempo, causando esta demora dano à Fazenda Nacional, por ser um porto onde é necessário estar sempre pronto, devido às grandes e repetidas trovoadas que danificam as velas; foram passados 7 meses, nos quais toda a oficialidade e equipagem adoeceram, devido ao clima ser um dos mais pestilentos de África e pela exiguidade de mantimentos fornecida pelo governo; pediu novamente mantimentos, ao que lhe foi respondido que não havia legumes, só carne e farinha, no entanto esta falta era só para os navios nacionais porque havia para os estrangeiros; a carne fornecida estava podre e a farinha arruinada, tendo adoecido muita gente da tripulação e morrido 4 marinheiros; também não lhes foram pagos os soldos e as comedorias, pois informaram que no cofre não havia dinheiro; a viagem prolongou-se e acharam-se só com um barril de carne, tendo que arribar a uma das ilhas dos Açores, por serem o porto mais próximo em que se encontravam, a fim de se refazer dos mantimentos necessários para que pudesse completar a viagem e a comissão de que era encarregado; o navio britânico Eclipse ofereceu-lhe gratuitamente alguns mantimentos; aponta a maneira como uma embarcação portuguesa foi tratada numa ilha de soberania nacional e pede providências.