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OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro] em que, tendo em consideração o desgraçado desastre que trouxe a esta ilha, o capitão-mor e outros habitantes da ilha de Ano Bom, é-lhe ordenado que os faça regressar à sua Pátria; assim, mandou conduzir esta gente na escuna Artilheira, que saiu para explorar as ilhas de Ascenção, São Mateus e Fernando Pó, viajando nela também, o padre Simão dos Santos e Oliveira e o capitão de Milícias, António Soares e Noronha, um para administrar os sacramentos, outro para juntar uma coleção de madeiras e drogas próprias para tinturaria e edifícios; informa que o déspota do governador de Ano Bom, recusou receber o capitão-mor e os 52 indivíduos seus patrícios, alegando que tinham aprendido feitiçarias na ilha de São Tomé; insistindo novamente, enviou um bote com 11 passageiros acompanhados por 4 soldados artilheiros, para sua proteção e tendo lá chegados, o governador declarou-os feiticeiros, mandou tocar a rebate e convocar todo o povo, dirigiu-se à igreja e fez um discurso inflamado; este régulo, levou a crueldade ao ponto de não consentir que os patrícios visitassem as suas mulheres e filhos e mandou corrê-los à pedrada; o comandante da escuna deu por concluída a sua missão, por se ter tornado impraticável devido a não ter mantimentos e água para tanta gente; este foi o resultado da expedição de Ano Bom, em que um miserável déspota faz-se de santo, chacinando inúmeras pessoas, expondo-as às ondas; informa que a despesa feita com todos estes habitantes de Ano Bom, é de 90$220 réis.

OFÍCIO do sargento-mor, Raimundo José da Cunha Matos, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro] sobre: informa que fundeou no porto da ilha, o bergantim inglês Carolina, pertencente a Roberto Food, negociante do Rio de Janeiro; este navio partiu da Corte com uma avultada porção de pólvora e outros géneros para negociar na costa de Angola, Molembo, Cabinda, Loango, Mayombe e outros portos e vinha comandado por N. Macaulay, que teve problemas com um dos potentados da costa de Loango, que ressentido, mandou envenenar o capitão inglês, o 1º piloto, o contra-mestre e um marinheiro; o comando do navio foi entregue ao 2º piloto Joam Rey, que era inexperiente, tendo perdido ferros, arruinado o comércio e seguindo as determinações de vários amotinados, veio parar ao rio de São Bento, tendo na costa de Angola aberto água e depois de várias peripécias deu fundo a este porto; o mestre do navio entregou um protesto demostrando a sua incapacidade para navegar; mandou proceder a uma vistoria, que não foi conclusiva, devido ao navio estar a abarrotar de pau brasilete e ébano do Gabão; o sobre dito Joam Rey, pediu nova vistoria ao navio, mas com a presença dos capitães e calafates de 3 navios ingleses que tinham fundeado no porto, concluindo-se da absoluta inavegabilidade do mesmo, tendo-o condenado em sentença de 15 de Fevereiro; falecimento do mestre Joam Rey, tendo-se posto em observância a provisão real de 9 de Setembro de 1744, que manda arrecadar pela Fazenda Real, todos os efeitos pertencentes às embarcações que se encontram nestas circunstâncias; antes de morrer, o mestre Joam Rey vendeu 200 toneladas de brasilete e de ébano a Mr. Whitehead, negociante do Cabo Corso e 40 barris de pólvora de 100 arráteis, a diferentes pessoas.

OFÍCIO do sargento-mor, Raimundo José da Cunha Matos, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde das Galveias [D. João de Almeida Melo e Castro] em que, atendendo às sucessivas hostilidades que nos fazem os comandantes dos navios de guerra britânicos, embargando e apreendendo as embarcações portuguesas que negoceiam em escravatura, nos portos da costa de África, levam-lhe a remeter a corografia das ilhas e a memória sobre o método de melhorar os estabelecimentos religiosos, civis e militares das mesmas, assim como muitos outros papéis de grande importância, pertencentes à Provedoria da Fazenda Real; participa que comandante da fragata inglesa Kangoroo, estando fundeado na enseada de Fernão Dias, ao Norte da baía da cidade, apresou a balandra portuguesa Vigilante, que vinha do Calabar com 80 escravos e seguia viagem para a cidade da Bahia; esta balandra pertence a José Ribeiro de Ana Gastão, morador da ilha do Príncipe, tem casco inglês, foi comprada há 3 anos e remetida para a Serra Leoa; o comandante da fragata inglesa largou depois para o Gabão e deu caça a um bergantim português da ilha do Príncipe, que ali estava negociando escravos; a balandra foi o primeiro vaso português tomado pela fragata Kangaroo, porém a fragata Amélia, apreendeu e remeteu para a Serra Leoa 13 embarcações do Brasil e consta que tanto ela como a Kangoroo, foram para a costa de Loango, a fim de destruírem ou tomarem, todos os navios portugueses que lá estiverem negociando escravos.