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OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, visconde de Anadia, D. João Rodrigues de Sá e Melo] a informar que teve conhecimento de que o coronel de ordenanças da ilha do Príncipe, Vicente José da Rocha e o sargento-mor do mesmo terço, Manuel Pedro Branco, haviam sido pronunciados pelo desembargador, António Pereira Bastos Lima Varela Barca, como réus, por terem ocultado várias somas que confidencialmente lhes tinham sido entregues por Jaques Augusto Bastos, negociante francês com casa estabelecida na ilha, por concessão do governador, João Rozendo Tavares Leote, e para evitar o sequestro que em todos os bens da mesma casa, tinha mandado verificar o mesmo governador, em consequência da guerra que havia com a nação francesa; participa que os Autos Crimes foram para Lisboa, com o desembargador, José Joaquim Borges da Silva, que da Bahia veio sindicar dos ditos governador e ouvidor e sem que os mesmos réus fossem condenados ou absolvidos, estando nestas circunstâncias desde 1796; estes dois homens que são dos mais distintos beneméritos destas ilhas, não obstante encontrarem-se presos debaixo de homenagem, ocuparam diferentes cargos civis e militares, servindo o primeiro, de provedor da Fazenda Real e Alfândega e o segundo, de procurador da mesma Fazenda e feitor da Alfândega, ambos residem nestas ilhas há muitos anos e se fazem dignos de serem atendidos, a fim de poderem livremente empregar-se no Real Serviço como sempre fizeram; remete os seus requerimentos, perguntando se podem conservar os cargos que ocupam.

OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, visconde de Anadia, D. João Rodrigues de Sá e Melo] a informar das dívidas contraídas por habitantes das ilhas, na Costa da Mina, a saber: o morador desta ilha, Tomé Ferreira Neto enviou uma embarcação, cujo mestre é José Martins Torres, seu irmão, que fundeou no porto de São Jorge da Mina, tendo perdido os ferros e ficado imobilizada; o almirante general deste estabelecimento holandês, aprontou-lhes uma embarcação para os conduzir de volta, entregando-lhes por sua conta alguns géneros e encomendas; posteriormente, partiu para a Costa da Mina uma escuna de Dona Luísa Antónia de Almeida, e assim que aportou em São Jorge da Mina, foi-lhe logo confiscada a sua carga, para pagamento da dívida deixada pelo referido José Martins Torres; participa que recebeu um ofício do ex-governador do forte inglês de Fantam, queixando-se do mau comportamento de Tomé Ferreira Neto, que lhe ficou a dever 640 mil réis; recebeu outro ofício do governador do estabelecimento inglês, James Fort, da Costa da Mina, pedindo o pagamento de 160 mil réis, que o mesmo Tomé lhe devia; este, depois de ser chamado à presença do governador, declarou que não tinha como pagar a dívida, pois tinha os seus bens todos penhorados; assim sendo, e depois de ouvir o Provedor da Fazenda Real, ordenou que pelo Cofre Real, se pagassem estas dívidas; o mesmo Tomé, depois de executado em todos os seus bens móveis e de raiz, ficou a dever uma tão grande soma, que seria impossível reembolsar metade dos prejudicados, os quais, clamam pelos seus prejuízos; por fim, informa de outras queixas dos governadores das fortalezas da Costa da Mina e respeitante a mais devedores; por todos estes episódios, se vê como a Nação Portuguesa tem sido comprometida e desacreditada, especialmente os habitantes desta colónia.

OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, visconde de Anadia, D. João Rodrigues de Sá e Melo] sobre a decadência da lavoura e do comércio nas ilhas, suas causas, quais os obstáculos que impedem o seu progresso e quais os meios mais fáceis de voltarem ao estado de prosperidade que se verificou no tempo do governador, João Baptista e Silva, que tinha estabelecido um vantajoso comércio nos portos vizinhos dos Rios do Gabão; faz uma pequena história cronológica da evolução das ilhas desde o fim do século [XV]; informa que durante os governos de João Baptista e Silva e Gabriel António Franco de Castro, todas as produções da colónia valiam o triplo do que valem hoje, em consequência do imenso número de navios ingleses e americanos que diariamente aportavam, a refazer-se de mantimentos para o tráfico da escravatura que conduziam aos seus estabelecimentos, o qual inteiramente cessou, com a extinção do comércio de escravos entre estas duas nações, ocorrida no mês de Dezembro de 1807; enumera e descreve 6 obstáculos, que foram a causa da sua decadência, entre eles a descoberta e povoamento do Brasil; com esta análise, estão de acordo, o vigário geral deste Bispado, reverendo doutor Frutuoso de Brito Porto, o provedor interino da Fazenda Real, Francisco de Sousa Carvalho, o ouvidor-geral interino da comarca, Joaquim Pedro Lagrange e o coronel de ordenanças da ilha do Príncipe, Vicente José da Rocha; por fim, explicita as providências que tomou para o melhoramento da cultura e comércio da colónia e remete os mapas das embarcações entradas nas duas ilhas, durante a vigência dos dois governadores atrás citados e de si mesmo, e os respetivos direitos pagos.