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REPRESENTAÇÃO dos oficiais da Câmara da ilha de São Tomé ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, visconde de Anadia, D. João Rodrigues de Sá e Melo] a informar que a agricultura se encontra extinta e a navegação do comércio aos portos do Gabão parada, com perigo de as ilhas ficarem inabitáveis, devido ao absoluto despotismo do ex-governador, Gabriel António Franco, tendo os moradores, uns fugido para Lisboa, outros para navios estrangeiros e alguns degradados para Ajudá, Angola e para as freguesias do interior da ilha, servindo-se do pretexto do zelo da Fazenda Real, para encobrir os seus próprios interesses; o atual governador, Luís Joaquim lisboa, vendo a pobreza das ilhas, não deixa de concorrer para sua continuação, por consentir a compra de escravos aos seus moradores, tencionando fazer dois carregamentos numa embarcação, para os transportar; indica como exemplos, os ex-governadores, D. José Souto Maior e João Baptista e Silva, que desenvolveram a lavoura e o comércio da navegação, tendo o último introduzido as culturas do café e do algodão, abrindo correspondência com os príncipes do Gabão, tendo obtido a sua licença para negociar; atualmente tudo se acabou e os ditos príncipes não querem admitir as embarcações das ilhas, devido a uma desordem acontecida com o mestre da embarcação do negociante de Lisboa, José António Pereira; assim, pedem providências para corrigir estas desordens e para voltar a promover a agricultura e navegação do comércio nos ditos portos.

OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, Luís Joaquim Lisboa, ao príncipe regente [D. João] sobre: informa que o Cabido da ilha lhe dirigiu um ofício, em que pretende a total rejeição e repulsa dos oficiais militares e soldados constantes dele, imputando e arguindo uma Devassa ou Sumário, que mandou proceder pelo seu vigário geral, o Tesoureiro-Mor, Manuel do Rosário Pinto, tendo os ditos oficiais por réus e agressores, do ferimento feito na pessoa do padre, Manuel Pedro; o Cabido promoveu a promulgação da criminosa excomunhão dos mesmos militares e afixou-a nas portas da Catedral, na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição; a atuação do Cabido configura uma usurpação da Suprema Real Autoridade e Jurisdição, com desprezo público; nas excomunhões publicitadas está abrangida Teresa de Santa Ana, mãe de Lourença da Cruz, que estava prestes a casar e foi roubada pelo dito padre, Manuel Pedro, do qual se queixou na Ouvidoria, por saber que no Juízo Eclesiástico jamais se faria justiça, atendendo ao padre ser compadre do Chantre, Venâncio Monteiro de Carvalho, o qual é padrinho de Isabel, sua filha e presidente da Mesa Capitular; outros procedimentos da mesma índole, foram feitos pelo padre, Francisco de Alva Brandão, com 3 Barrigans suas escravas, na freguesia de Santa Ana, de que é Cura; o Cabido e o seu Vigário Geral, baseados em não terem superior, venderam publicamente os bens da capela de São Miguel, autodenominando-se por seu juiz, fazendo vistoria e oficiando nos casos entre os leigos da Jurisdição Real e nas causas meramente seculares; devido a estes excessos e pelos clamores de muitos habitantes e de alguns eclesiásticos, vai a nomear e constituir uma Junta da Coroa, indicando um juiz, dois adjuntos e um procurador, para evitar os procedimentos do dito Cabido e seus ministros, especialmente para reunir a Suprema Real Autoridade, por ele extorquida e acometida; roga a S.A.R. para dar providências que sirvam de exemplo perpétuo a semelhantes procedimentos, expulsando os abusadores como já se fez no passado.