Type

Data source

Date

Thumbnail

Search results

34 records were found.

CARTA do rei do Daomé, Adandozam (pelo escrivão português, João Talhe), ao príncipe regente [D. João Carlos de Bragança (que trata por Meu Mano e Senhor)] sobre: exprime a sua vontade de fazer amizade com os portugueses e que há muito tempo deseja enviar embaixadores, mas que não tem pessoa capaz em quem confiar; informa que declarou guerra às praias de Porto Novo ou Arda e que as suas forças capturaram 3 navios portugueses, que se encontravam no espaço do conflito; captura de um português de nome Inocêncio Vacala, que debaixo da sua ordem, propõe-se fazer retirar os navios, voltando a recolher-se como cativo até vir o resgate do seu Soberano; participa que mandou vir toda a sua pequena nobreza à Casa do seu grande Deus Leba, para verem um português jurar no meio de 300 soldados, no entanto, o mesmo recusou-se a jurar daquela maneira, porque afirmou que só juraria pela Real Coroa do seu Soberano ou pelo seu retrato, oferecendo inclusive a sua vida; assim sendo, fez trazer a bandeira portuguesa que o mesmo jurou, com grande contentamento, e como celebração desta muito boa ação, mandou matar 11 homens; prisão de 2 governadores de fortalezas portuguesas, pela qual pede perdão; informa que tem avisado todos os portugueses, ingleses e franceses, para se ausentarem do Porto Novo, mas que não o ouvem; informa que não tenciona causar dano ao comércio português; a guerra que tem com o Rei Vucanin, tem origem numa traição, tendo jurado ao seu Deus Leba, que lhe mandava recado por 150 homens que mandou matar; deseja abrir as suas minas de ouro, ainda secretas, mas só com a ajuda do rei português o poderá fazer; requisita o seguinte: preparos de guerra, quem saiba fazer peças, espingardas e pólvora, 8 espingardas de prata para caçar, alguns obuses para metralha, 30 chapéus finos grandes de várias cores e com plumas e 20 peças de seda da antiga; envia um linho como prova da sua amizade; informa que está acampado com 20 mil homens.

OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, coronel de Artilharia Gabriel António Franco de Castro, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] visconde de Anadia [D. João Rodrigues de Sá e Melo] a participar que cumprindo um Aviso de S.A.R., remeteu alguns ofícios ao Comissário da Bula e Chantre da Sé, Venâncio Monteiro de Carvalho, tendo sido sempre bem atendido, porém sem efeito nenhum, porque este homem temível pela sua soberba, riqueza e parcialidade junto com o Tesoureiro-mor, Manuel do Rosário Pinto, tem entrado em desobediência, em parte, devido à decadência a que se acha reduzido o seu filho, almoxarife, José Monteiro Carvalho, alcançado e sequestrado pela Fazenda Real; outros motivos, serão entender que nos ditos ofícios, segue algum método menos justo e porque consta que deu algum favor destes rendimentos da Bula, em conhecimentos a pessoas particulares, de que não se sabe o resultado; porém, nada disto justifica a sua desobediência; informa que pensou em medidas, tais como o sequestro de todos os seus bens e do seu tesoureiro, pelo Juízo da Ouvidoria, até determinação ulterior do príncipe regente, no entanto, está indeciso porque não sabe se o Aviso de 1800, Julho, 24, revoga, amplia ou modifica algo; considera que os bens dos dois, são de raíz e existem todo o tempo e informa que o Chantre tenciona ir à Corte com a máxima brevidade, em socorro do seu filho, para o que lhe concedeu licença, e talvez queira dar satisfação dos rendimentos da mesma Bula.