Type

Data source

Date

Thumbnail

Search results

104 records were found.

OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, Conde de Subserra, Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real], a informar que no dia 8 de Julho, fundearam as embarcações da expedição no porto de Luanda e devido a estar doente, só tomou posse do governo no dia 13; faz uma longa exposição sobre diversos assuntos, a saber: 1) insubordinação do Batalhão Expedicionário e posteriores procedimentos do governador Cristovão Avelino Dias, que o dissolveu e desterrou os oficiais e os soldados pelos diversos presídios, tendo sido incluídos alguns comerciantes, 2) estado do Cofre da Junta da Fazenda Real e das rendas do governo, 3) relações da da escravatura com o Brasil, tendo o "partido brasileiro" sido sufocado, 4) estado ruinoso das fortalezas, das igrejas, dos conventos, das obras públicas e de uma grande parte das melhores casas, 5) produções e géneros que poderão ser úteis a Portugal, tais como, marfim, enxofre, salitre e pau de "Tacúla", sendo os respetivos conhecimentos remetidos pela fragata "Amazona", 6) corte de madeiras, 7) necessidade absoluta de um provedor que seja hábil e honrado, pois só há um magistrado em Angola, 8) existência de um único físico-mor, já muito velho e de difícil génio, estando a maior parte dos habitantes sem médico, sendo urgente o envio de um médico e de um boticário, estando a botica do hospital da cidade e outras particulares, totalmente exauridas de remédios, tendo requisitado os medicamentos constantes de uma relação que mandou formalizar ao físico-mor, 9) estado do hospital militar que se encontra incluído na Santa Casa da Misericórdia.

OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, Conde de Subserra, Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real], sobre: informa da chegada da expedição à cidade de São Filipe de Benguela; descreve a receção que teve, cumprindo todas as formalidades, até para desvanecer as ideias que o último governador José António Pusich, havia feito passar, de que o governo era independente do governo geral de Angola; posse do governador nomeado para Benguela, Joaquim Bento da Fonseca; atendendo ser indispensável prover as embarcações de alguns géneros que a longa viagem tinha consumido, demoraram- se até ao dia 1 de Julho, por ter sido muito complicado o fornecimento de lenha e de água, devido à deserção da maior parte dos pretos do sertão, com medo de serem tratados com vilolência e crueldade; embarque de marfim e enxofre; visitas à fortaleza, ao hospital, à fábrica de telha e a outros lugares da administração pública; montagem de 20 peças de atilharia; envio de soldados moribundos; pagamento à guarnição dos navios, pela Junta da Fazenda de Benguela; providências tomadas a favor dos habitantes da terra, que têm sido esquecidos pelos anteriores governadores; separação da 5ª parte dos remédios que vieram para o Hospital de Luanda; permanente intriga em Benguela; atuação do tenente, António Ezequiel de Carvalho, o qual procurou uma extravagante promoção, tendo viajado para Portugal pelo Rio de Janeiro e que deverá ser despedido do real serviço e expulso de Potugal; os acontecimentos que tiveram lugar, quando a tropa se sublevou em Benguela e prendeu o governador, Pusich; o atentado contra autoridade resultou na mais descarada delapidação da Fazenda Real e dos particulares, excedendo a quantia de 60 mil cruzados adquirida em 3 meses em Benguela, tudo o que se pode imaginar de imoral; o governador, Cristovão Avelino Dias, mandou proceder a uma devassa, porém o conluio dos interessados fez que só fossem culpados 3 soldados napolitanos que tinham desertado; urgente necessidade do envio de um juiz de fora para Angola, que seja um ministro hábil e desinteressado.