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OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Luís da Mota Feio [e Torres], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a informar que está concluída a plantação de 632 árvores silvestres, destinadas a embelezarem o Passeio Público da Ponta da Isabel; além desta plantação, tem feito outras, em lugares como a praça do palácio, na alameda da sua entrada e à volta dos edifícios que formam a nova praça da Quitanda, que está a construir; as árvores todas somadas, excedem o número de 900, de extraordinário crescimento e beleza; explica as vantagens da utilização das folhas para a renovação da atmosfera; descreve circunstanciadamente os procedimentos efetuados; considera que o Passeio Público é um dos mais belos que viu, não só nos nossos domínios, como nos países estrangeiros; o método da conservação do Passeio Público, comporta um 2º tenente de artilharia encarregado de vigiar, tendo à sua disposição um soldado, que além de saber trabalhar como agricultor tem o ofício de pedreiro e mais 10 homens, tirados por escala das vigias dos Guarda Barreiras; indica as despesas com o pessoal; este é o esboço da construção e conservação do Passeio Público da Ponta da Isabel, que reputa de grande importância para a saúde pública e para o recreio dos habitantes, obra em que se trabalhou desde o princípio do ano passado até ao final de Abril próximo; espera merecer a aprovação de S.A.R.

OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Luís da Mota Feio [e Torres], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a informar que em geral o gentio tem estado em sossego, pois que o comércio não tem sido perturbado, contudo existem dois casos dissonantes que passa a descrever: o primeiro diz respeito à comunicação que lhe foi feita pelo capitão-mor do Presídio das Pedras de Pungo Andongo, Felix Velasco Galiano, a quem instruíu para ordenar uma expedição com as forças do presidio, a fim de castigar o rebelde Quicanzo, tanto para exemplo e terror do gentio, como para convencer os Sobas vassalos, de que as armas de S.M. nunca deixam de ajudar os que se recolhem debaixo do seu poder, como também para restituir ao Soba do Haco, Bambi Acavungi, o que lhe tinha sido roubado; a expedição é composta por uma companhia de tropa de linha de 113 praças, auxiliada com duas peças de campanha, com as milícias do presídio e alguma gente da guerra preta; o segundo caso diz respeito ao atentado cometido pelo gentio da Quissama, que lhe foi participado pelo capitão-mor do Presídio de Cambambe, José Cristino de Andrade, acerca de se ter disparado acidentalmente uma espingarda numa embarcação que conduzia o alferes, Elias Pinto de Sequeira, negociante da Feira do Dondo, de que resultou a morte de um preto, tendo os seus familiares ido chamar os Quissamas, donde o morto descendia, os quais prenderam o dito alferes, maltratando-o e exigindo um resgate que ele pagou para se ver livre; o capitão-mor considerou que seria precisa uma guerra formal para nos desafrontarmos do insulto, a que não anuiu, explicando porquê; está presa a preta Lucrécia, principal instigadora dos alaridos; participa que deu as providênciais necessárias de auxílio ao presídio, a fim de serem castigados exemplarmente os cabeças, concluída a Devassa a que se está procedendo e para que seja obrigado o Soba Gentio N'Dolo Angulo, a restituir a fazenda do resgate do alferes.