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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, D. Duarte da Costa de Sousa de Macedo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde de Basto [José António de Oliveira Leite de Barros] em que, exprimindo o seu desgosto, se vê na necessidade de levar ao conhecimento de S. M., as extraordinárias ocorrências havidas na ilha de Santiago, desde 15 de Agosto de 1831, a saber: tendo saído para inspecionar a ilha Brava, em 27 de Julho, deixando a ilha de Santiago em perfeita tranquilidade, recebeu a 21 de Agosto notícias de que a vila da Praia se encontrava num estado subversivo e de revolução, sendo-lhe participado que o sargento de Artilharia, Joaquim Gonçalves comunicara que na noite de 15 de Agosto, lhe aparecera apagada com tinta preta a tabuleta que tinha na esquina da sua casa, com o letreiro Rua Bella d’El Rey Dom Miguel 1º; embarcou numa escuna e regressou imediatamente à ilha, tendo sido recebido com demonstrações de alegria por parte de alguns oficiais militares e por grande número de habitantes; de seguida, fez embarcar o seu ajudante de ordens para a ilha da Madeira, a fim de se entender com o capitão general da mesma ilha e obter o auxílio de que pudesse dispor; foi tomando conhecimento da gravidade da situação, nos seus diversos aspectos, tendo agregado a pouca tropa que restava, a favor de El Rei Nosso Senhor; fez proceder a um sumário e a uma devassa perante o juiz ouvidor, a fim de se conhecer da existência do crime, mas pouco ou nada se concuíu destes 2 processos, não tendo portanto produzido efeito algum; remete pelo ofício Nº 8, o orçamento da Receita e Despesa, assim como o documento fiel do estado actual da dívida da capitania, onde se demonstra a gravidade da situação, pedindo urgente socorro; recebeu a notícia pelo brigue Dois Amigos acabado de chegar vindo de Lisboa, que o porto da mesma já não se encontrava bloqueado pela esquadra francesa; o comendador Manuel António Martins, participou que tinha notícias de se encontrarem corsários à espera do brigue Dois Amigos, cujo frete tinha oferecido, assim sendo, receava enviá-lo a Lisboa com uma carga de urzela; informa que fretou o brigue Restaurador, para transportar à Corte o seu ajudante de ordens, o capitão, António Pedro Baptista, que é portador dos ofícios em que relata os acontecimentos ocorridos na capitania; apresenta os nomes do tenente-coronel graduado, António Cardoso de Figueiredo e Melo, do major, António Tavares da Veiga Santos, do tenente, Bernardo Joaquim Pinheiro e do 1º tenente, José Joaquim de Amor, como sendo os 4 oficiais que se mantiveram leais e prontos para defesa de El Rei Nosso Senhor; também o seu ajudante de ordens, o capitão, António Pedro Baptista Gonçalves e o secretário do governo, António Marques da Costa Soares, tiveram o mesmo comportamento de fidelidade e de acompanhamento em todas as ocasiões de perigo, por isso, pede que sejam agraciados.