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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Caetano Procópio Godinho de Vasconcelos, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], José António de Oliveira Leite de Barros, a acusar a recepção de um aviso, determinando que informe sobre o conteúdo do requerimento do Físico e Guarda-Mor da Saúde de Cabo Verde, Manuel José Vilela, no qual pede providências, sobre a comunicação entre as tripulações de alguns navios e os habitantes da ilha, expondo que tais navios devem ser visitados e sujeitos a pagar os emolumentos estabelecidos; foi em 1820 que a Junta Provisória que governava a capitania, e em consequência da febre amarela que existia nos Estados Unidos da América, determinou por uma Portaria, que todos os navios que fundeassem neste porto, fossem visitados pelo cirurgião-mor sem pagamento de emolumentos; tendo o cirurgião se ausentado para a ilha de São Nicolau, a fim de acudir às febres endémicas, a Junta determinou que a visita de saúde ficasse a cargo do boticário da vila, também sem emolumento algum; assim foi praticado até ao tempo do seu antecessor, que encarregou o cirurgião-mor, Domingos da Costa Lima, denominando-o Guarda-Mor da Saúde e estabelecendo arbitrariamente o emolumento de 4 mil e 800 réis por cada visita, aos navios que fundeavam neste porto; o suplicante representou-lhe a necessidade de serem visitados os navios, que pairando de vela diante deste porto, mandem a terra os seus botes, a fim de comprarem algum refresco; determinou que a visita fosse feita nos botes que cheguem à praia, para não obrigar os navios a fundear, e para emolumento desta visita, arbitrou a quantia de 2 mil e 400 réis; os navios abrangidos pela representação do suplicante são muito poucos, não passam de 6 ou 8 anualmente e são baleeiros, que dos portos dos Estados Unidos da América navegam para os mares do Sul, e considera que não prejudicam a saúde pública; obrigá-los a ancorar, principalmente na estação invernosa, torna-se muito perigoso, além disso, a possível diminuição da afluência dos navios estrangeiros, resulta em grave prejuízo para arrecadação dos Reais Direitos do comércio e da agricultura.

OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Caetano Procópio Godinho de Vasconcelos, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], José António de Oliveira Leite de Barros, em que, cumprindo o aviso nº 63 de 21 de Julho de 1827, que lhe ordena que informe, quando nestas ilhas começaram a haver Consules ou Vice-Consules das Nações Estrangeiras, e quais os seus nomes, dá a seguinte explicação: pelo exame dos antigos livros de registo da secretaria do governo, consta que fora nomeado Consul da Holanda, um indivíduo de nome, Gildmestre, mas que nunca exerceu o cargo nem residiu nas ilhas; também o negociante, Manuel António Martins, residente na ilha da Boavista, foi nomeado Consul dos Estados Unidos da América, nomeação que não foi confirmada por S.M., tendo sido antes nomeado Consul, Samuel Hodges Junior, que obteve carta de confirmação de S.M. em 12 de Abril de 1823; em 12 de Julho de 1823, a Inglaterra nomeou Consul Geral, José Pitman Clarke, tendo recebido carta de confirmação, em 25 de Outubro do mesmo ano; o negociante, António Watering, francês naturalizado, foi nomeado Vice-Consul da Rússia, tendo sido confirmado em 25 de Junho de 1825; sómente estes três indivíduos, têm servido de Consules nas ilhas, competentemente nomeados e confirmados pelo governo português, porém, os Consules de Inglaterra e dos Estados Unidos da América, têm em diferentes tempos, nomeado como Vice-Consules ou Agentes nas ilhas da Boavista, Maio e Brava, diversas pessoas que jamais foram reconhecidas pelo governo, nunca tendo apresentado a necessária Régia Confirmação, nem as suas nomeações.

OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Caetano Procópio Godinho de Vasconcelos, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], José António de Oliveira Leite de Barros, sobre: apreensão da escuna portuguesa Toninha, por um dos navios de guerra ingleses, estacionados na Serra Leoa; possível reclamação sobre este objecto, esperando no entanto, pelo resultado das devassas levantadas a esse respeito; os Tratados de Portugal com a Inglaterra relativos ao tráfico da escravatura, só têm por objecto a sua passagem para a América e não para as possessões portuguesas na costa africana; vai examinar, debaixo de segredo, se os ingleses têm alguma fortaleza na ilha de Bolama; refere uma Memória feita por António da Costa Ribeiro, morador em Bissau, na qual propõe vários melhoramentos nos importantes estabelecimentos portugueses na costa da Guiné; envio da charrua Orestes, com socorros; pedido de ajuda ao administrador da urzela em Cabo Verde, Manuel Antonio Martins, puxando pelo seu patriotismo; não houve qualquer correspondência com o governador da Serra Leoa, e sómente por mediação do Consul inglês, recebeu cópias da correspondência oficial entre aquele governador e a praça de Bissau, a qual foi remetida na fragata inglesa North Star, que foi a que apresou a escuna Toninha; apresenta um plano exarado num ofício, que Manuel António Martins lhe enviou, a saber: passar à Coroa de Portugal perpétuamente, as ilhas de Bolama e Bololla, lavrando-se os respectivos títulos; concluído o Tratado, deve-se passar a construir nestas ilhas armazéns e pôr destacamentos para segurança da posse, enquanto não se estabelecerem presídios; deve-se assegurar a continuação do corte e extracção das madeiras de construção naval, destinadas ao Real Arsenal de Lisboa; para agente da execução do dito plano, deveria ser empregado, António da Costa Ribeiro, autor da Memória, mas que já faleceu, e como Manuel António Martins se mostrou impossibilitado de passar desde já, à Guiné, para de acordo com o governador de Bissau, tratar do referido negócio, houve a urgência de nomear um substituto, para o que foi proposto e aprovado, o coronel de milícias, Joaquim António de Matos, ex-governador de Bissau, atendendo à boa relação que tem com os Reis Gentios, de quem depende a boa execução do plano.