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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, António Pusich, ao [ministro de estado da Guerra e Marinha], D. Miguel Pereira Forjaz Coutinho, a participar que de 40 dias a esta parte, tem havido sucessivos ataques de corsários insurgentes, a saber: apareceram à boca do porto um brigue de 11 peças por banda, 1 brigue escuna de 9 peças por banda e 1 escuna, que vinham de noite a ver se tomavam alguns dos navios que se achavam fundeados, tendo sido obrigado a fazer-lhes fogo destas batarias; com excepção do brigue escuna que recebeu duas balas no costado, nenhum dano se fez aos outros, por falta de bons artilheiros e de peças de grosso calibre; o sobredito brigue roubou o iate Livramento e sucessivamente entrou de vela nos portos da Boavista e Maio, onde estava carregando sal o bergantim Oriente, com destino ao Rio de Janeiro, tendo escapado, devido ao auxílio das batarias ultimamente ali montadas; todas estas embarcações aparecem com bandeira e flâmula americana, sendo os seus comandantes e guarnições quase todos americanos, o que faz com que sejam tratados hostilmente; renova a requisição de armamento e munições, que por 5 vias já enviou; pede a remessa de alguma artilharia de calibre 18, com carretas de duas rodas e faleas; pede também o envio de alguns oficiais inferiores e soldados de artilharia; participa que os navios nacionais que aqui vêm desse porto, despacham por malícia, ou para as Canárias e Madeira, ou para a ilha da Boavista, fazendo isto para se eximirem tanto da condução dos degredados, como de qualquer outra coisa que daí possa ser remetida; tem sido obrigado a comprar aos estrangeiros armamento muito ordinário e pólvora, por preços exorbitantes, renova as suas súplicas.