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CARTA do governador de Cabo Verde, Joaquim Salema de Saldanha Lobo, ao rei [D. José] dando conta da melhoria do estado geral das ilhas com a queda de abundantes chuvas; alertando para o lastimoso estado e suma pobreza em que ficaram como consequência da esterilidade consecutiva que as afectaram durante três anos e das acções da Companhia de Grão Pará e Maranhão que tendo faltado às cláusulas do seu estabelecimento, usurpa e concorre com os seus habitantes nos negócios da Guiné, praticando preços exorbitantes nos produtos e mais géneros que dali chegavam e da cidade de Lisboa, não reparando casas da Fazenda Real, da Alfandega, nem as fortalezas e outras casas nobres que serviam de quartel dos soldados pagos, na cidade da [Ribeira Grande]; e propondo como meios conducentes ao restabelecimento desta conquista, mandar estabelecer na ilha de [Santiago], uma fabrica de azeite de purga, podendo-se exportar para o Reino e Açores; instalar fabricas de anil como a existente na ilha de Santo Antão; que os moradores suprissem a falta de escravos com os escravos boçais buscados na Guiné; aumentar a circulação e existência do dinheiro provincial como nas mais partes da América; estabelecer os ofícios de mecânicos, pedreiros, carpinteiros, ferreiros, serralheiros, sapateiros, espingardeiros e coronheiros assim para trabalharem por seus ofícios como para ensinarem os filhos da terra; construir casas de residência para os governadores; e ordenar que a Companhia instalasse, também naquela ilha, engenhos para fiação e descaroço do algodão como se usa no Pará e Maranhão, aumentando o negócio de panos para a costa da Guiné; que vendesse a preços mais acessíveis os algodões das ilhas do Barlavento, em [Santiago] e Fogo; e que os escravos que transportassem da Guiné fossem vendidos por fiado a casas particulares fazendo-se o pagamento com géneros, pela falta de dinheiro; e suplica sobre se lhe mandar sucessor; lembra para remeter do Reino, materiais e oficiais para a reedificação do palácio episcopal da Diocese para efeito de dar execução a ordem real de [8 de Novembro de 1774]; e ordenar que a Companhia execute o que prometeu no seu estabelecimento concernente ao desenvolvimento daquelas ilhas.

OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Joaquim Salema de Saldanha Lobo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro dando conta da expedição do bergantim inglês Ulmity, capitaneado pelo mestre António da Silveira, transportando seu capitão, Shubael Worth, e dois pretos também ingleses, sob a tutela do ajudante [do numero de um dos terços auxiliares que guarnece a cidade da Ribeira Grande], Inocêncio José Cardoso, represado na ilha do Fogo por contrabando da urzela para ser julgado na Conservatória Geral da Companhia de [Grão Pará e Maranhão]; sobre o panorama geral das ilhas com a chegada das chuvas e da grande consternação vivida nas ilhas do Maio, Boavista e Brava com problemas ainda de esterilidade; do termo de acordo que estabeleceu com o administrador da Companhia de [Grão Pará e Maranhão], José Nicolau da Cruz e António José de Carvalho, o juiz ordinário e ouvidor-geral, o capitão-mor, Luís Tavares Sousa, a camara, lavradores e homens bons, a respeito dos mantimentos para suprir as necessidades daquelas ilhas e as de Santiago e Fogo e fazer o pagamento das tropas; acerca da extracção de pessoas livres das ilhas, apontando o caso da ilha de S. Nicolau, do [capitão do navio francês, Le Jeune Victoire], senhor Giraudain, que levou para Caiena pessoas livres a troco de mantimentos, do procedimento, a esse respeito, do governador e intendente daquela colónia, e o pronunciamento do contramestre do iate Boa Nova, António José Rodrigues, no sumario tirado pelo ouvidor-geral; do caso da ilha do Maio, que conduziu à prisão do seu comandante, Pedro Tavares Cardoso e devassa tirada, também das prisões feitas na ilha de Santiago aos soldados pagos, Miguel José e Francisco Correia, e um Tomé Rosa, da ilha do Maio, por venderem um rapaz livre a um holandês surto no porto da vila da Praia; e sobre a carta de José Caetano de Freitas, português, assistente em Santo Estácio, avisando-o das muitas pessoas livres que ali chegavam procedentes daquelas ilhas e vendidas como escravos; sobre a relação que envia dos escravos que foram vendidos e extraídos da ilha de Santiago, num total de 1299, informando da grande falta que fazem para a cultura, trabalho de algodão e fabrica de panos, contribuindo para a debilidade da população e comércio livre, resultado da crise e agravadas pelos negócios da Companhia; sobre as providencias que pede para animar os negócios daquela ilha e aumentar a cultura do algodão, solicitando, para seus moradores, privilégios e concessão de licença para buscarem escravos na Guiné ou que se vendessem fiado pela Companhia; indica os motivos que obrigaram a retirada para Lisboa, do desembargador e ouvidor, João Gomes Ferreira; envia mapa da distribuição dos mantimentos enviados na segunda expedição, referente aos anos de 1774 e 1775, e participa da necessidade de soldados com ofício de mecânico.