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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Joaquim Salema de Saldanha Lobo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro participando da chegada no dia 6 de Dezembro, no porto da ilha de [Santiago], das embarcações Sucupira do mestre José de Oliveira de Bolhão e o iate Nossa Senhora do Bom Despacho do mestre José António Vargas, acompanhando o navio Diamante do [mestre Veríssimo Duarte Rosa] que se dirigira directamente para a ilha de São Nicolau, aonde era destinado, da chalupa Nazaré e galera Nossa Senhora da Nazaré e Santo António de Lisboa, do mestre Manuel Ribeiro Pontes, a 2 e 5 Janeiro, transportando todas, mantimentos para socorro e distribuição aos habitantes daquelas ilhas por conta do rigoroso flagelo da fome e prolongada esterilidade que ali tem assolado; sobre serem insuficientes esses socorros para, durante todo o ano, suprir a grande necessidade da população, agravada pela seca continuada e praga de gafanhotos e outras intempéries; lamenta a demora da chegada do navio Nossa Senhora do Livramento, indicando que eram necessários mais mantimentos para as ilhas do Fogo, Maio, Brava e Boavista, como também milho branco para sementeira e subsistência das populações das ilhas e mais víveres também para os soldados como farinha de pau, favas, biscoito, feijões, azeite, carne; informa da falta de gente para servir de soldados das praças da ilha de [Santiago]; da diminuição dos soldados brancos e da terra por conta do clima e das fomes, pedindo tomar-se providencias para as diversas ocorrências que exigem justiça naquela ilha; das razões da diminuição da produção nas propriedades e da redução dos seus habitantes; lembra a proposta que fizera para serem ali remetidos casais de açorianos para ocupação das terras incultas da camara, dos proprietários e senhorios e aumentar o numero da população branca; de remover a população livre vadia, sem estabelecimento, ficando na ilha apenas senhores, escravos e gente branca, proibindo-se a libertação de escravos com menos de 60 anos, sem antes lhes consignar, os seus senhores, uma base de alimentação; participa a diferença encontrada na quantidade declarada e factura apresentada pelas embarcações que levaram mantimentos; acerca das queixas da população de São Nicolau relativas ao descarregamento dos socorros para ali dirigidos; e sobre algumas inconveniências encontradas a propósito das remessas dos socorros dirigidas directamente a essa ilha e a de Santo Antão.

OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Joaquim Salema de Saldanha Lobo, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro dando conta de ter dado execução à ordem de 21 de Maio, relativa à descarga, arrecadação e distribuição do socorro de mantimentos e mais víveres transportados, a 9 de Junho, para o porto da [ilha de Santiago] pelo navio Paraíba do mestre Miguel Pereira [da Costa]; acerca dos motivos por que não remetera os mapas e listas das distribuições dos socorros mandadas fazer às diferentes ilhas pelos oficiais e administradores da Companhia de [Grão Pará e Maranhão], dos habitantes das ilhas, distinguindo todos os que exerciam até à presente esterilidade, incluindo os de menor idade, bem como do gado vacum existente até à data; declara o socorro enviado para a ilhas da Boavista e São Nicolau com os mantimentos destinados à ilha de Santo Antão pela significativa melhoria verificada nesta ilha; do aprovisionamento de géneros às ilhas do Fogo e Brava ao preço que foram adquiridos numa escuna inglesa; acerca dos mantimentos que distribuiu aos soldados pagos das guarnições suprindo assim parte dos seus soldos, a protesto dos administradores da Companhia de [Grão Pará e Maranhão ] em não lhes fazer pagamento a dinheiro; dos muitos furtos que se têm praticado e da incapacidade de se proceder a devassas e prisões, alertando dos procedimentos e parcialidades do ouvidor-geral [João Gomes Ferreira] nas causas da justiça; e participa da dificuldade de submeter lista com o numero de mortos provocados pela crise, considerando terem morrido até então só na ilha de [Santiago], perto de 2 500 habitantes; na ilha de Santo Antão acima de 500; na de São Nicolau c. de 1 000; e na ilha do Maio e mais outras c. de 500, perfazendo um total de 9 000 mortos.

OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Joaquim Salema de Saldanha Lobo ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Martinho de Melo e Castro dando conta como pôs em execução as instruções e ordens 21 de Maio e relativas à descarga, arrecadação e distribuição do socorro de mantimentos e mais víveres transportados para o porto da [ilha de Santiago] pelo navio Paraíba, do mestre Miguel Pereira [da Costa], e pelas embarcações dirigidas directamente para as ilhas do Barlavento, o iate Boa Nova e a corveta Nossa Senhora da Conceição; de como procedeu nas mais variadas ocasiões contra a esterilidade, fome e suas consequências para efeitos de debelar a crise nas ilhas de São Nicolau, Santo Antão, e Boavista, também nas ilhas do Sotavento, Maio, Fogo, Brava e ilha de Santiago; informa da demora do navio Santíssimo Sacramento para se continuar na distribuição dos géneros devido à falta generalizada que ainda se verificava naquelas ilhas muito embora os mantimentos que mandara buscar na Guiné pelo iate Nossa Senhora do Bom Despacho do mestre José António Vargas; sobre sua situação familiar e da dificuldade em mandar tirar relações individuais dos habitantes afectados pela crise e listas de distribuição das carregações das ilhas de São Nicolau e Santo Antão; da proposta que faz para se enviar, de dois em dois meses, carregações de viveres em lugar de outros géneros de fazendas mandados buscar pela Companhia de [Grão Pará e Maranhão], criando condições para que os filhos da folha pudessem ter com o que comprar para sua subsistência devido à continuada esterilidade, bem como evitar, com a satisfação das necessidades das populações da ilha de [Santiago] e ilha do Fogo, a saída de escravos pelos franceses, e mais do que tudo, que os víveres chegassem com preços determinados de modo a evitar-se abusos e excessos; suplica dar-se por findo seu mandato, propondo, devido ao estado do presente governo e da situação critica nas ilhas, que fosse provido o coronel de um dos regimentos da guarnição da ilha de [Santiago], juiz dos Órfãos e provedor dos Defuntos e Ausentes, José dos Reis Borges, natural do Reino, casado e bem estabelecido naquela ilha e de quem tinha pedido promoção a capitão-mor da vila da Praia; roga não se atender à queixa que referiu do sistema do ouvidor-geral, [João Gomes Ferreira]; dá conta da chegada à ilha de [Santiago] do vigário da ilha do Maio com informações das necessidades que padece aquela ilha e informa dos muitos clérigos e cónegos que pretendem se retirar para a Guine por conta da grande mortandade que se faz sentir na ilha de [Santiago] chegando perto de duas mil almas.

OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Joaquim Salema de Saldanha Lobo, ao [secretário do Reino e Mercês], marquês de Pombal, [Sebastião José de Carvalho e Melo] participando da chegada, a 9 de Junho, ao porto da ilha de [Santiago] do iate Paraíba, do [mestre Miguel Pereira da Costa], o segundo da expedição dos socorros mandados para aquelas ilhas e do [iate Boa Nova] e da corveta [Nossa Senhora da Conceição] que se dirigiram para as ilhas do Barlavento; sobre o atraso da chegada do primeiro navio expedido de nome Santíssimo Sacramento, o que tem dificultado debelar a crise pela continuada esterilidade das ilhas, em particular nas ilhas de São Nicolau, Maio e Fogo, a extrema necessidade das populações, por falta de chuva e perda das sementeiras que provocavam fomes e grandes mortandades, morrendo só na ilha de [Santiago] cerca de dois mil habitantes; alerta sobre a desertificação das ilhas caso não chegassem os socorros convenientes ainda que a preços determinados, o que estaria também na ruina da Companhia de [Grão Pará e Maranhão]; informa dos seus procedimentos para suprir nas causas da crise; e suplica dar-se por findo seu mandato para regressar ao [Reino]; lembrando, devido ao estado do presente governo e da situação critica daquelas ilhas, que fosse substituído pelo coronel de um dos regimentos da guarnição da ilha de [Santiago], juiz dos Órfãos e provedor dos Defuntos e Ausentes, José dos Reis Borges, natural do Reino, casado e bem estabelecido naquela ilha;