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CARTA do Príncipe (Regente D. João), para o governador e capitão-general da capitania de São Paulo, Bernardim Freire de Andrade, expondo que, tendo-o nomeado para suceder a Antônio Manuel de Melo Castro e Mendonça, espera que concorra para o progresso da capitania, no que respeita à Fazenda Real e à administração da justiça; que favoreça a agricultura, minas, comércio e navegação. Ficará responsável pelo cumprimento das leis e ordens superiores. E deverá fazer respeitar a Igreja, e zelará pela conservação dos bons costumes. A educação da mocidades, igualmente merecerá cuidado. Também será necessário uma boa administração de justiça, com a rigorosa execução das leis, pela boa conduta dos magistrados e sua imparcialidade.. Outra coisa a considerar é a defesa exterior da capitania e a conservação da tropa, devendo manter-se severa disciplina militar e introduzir rigorosa economia militar. Quanto à Marinha, deverá nomear um Intendente, no porto de Santos. Quanto à Fazenda Real deverá apresentar as contas dos rendimentos totais e parciais da capitania, e da despesa; indicará o estado das dívidas ativas e passivas da capitania, deverá fazer a cobrança rigorosa das rendas reais por meio duma boa administração e conservará intacto o crédito público. Terá que proporcionar o desenvolvimento das culturas já existentes e das novas, como: pimenta, canela, linho e cânhamo. Deviam merecer especial atenção as culturas necessárias para a subsistência do homem: milho, feijão, legumes, frutas e, principalmente, a farinha de pau ou mandioca, que cada vez será mais preciosa. Porque a mineração é um objeto da maior importância, o Nota: Bernardim Freire de Andrade não chegou a tomar posse do lugar de governador e capitão-general da capitania de São Paulo..

CARTA (cópia da) do Príncipe Regente (D. João) para o governador e capitão-general de São Paulo, Bernardim Freire de Andrada, contendo instruções ao novo governador: que dedique o maior interesse aos assuntos eclesiásticos procurando aumentar o Cristianismo , favorecendo para esse efeito os missionários, que seriam os intermediários entre os portugueses e os bárbaros. Recomenda a imparcial aplicação da justiça, a vigilância pela conduta dos magistrados, conservando-se sempre a independência dos juizes, a defesa dos bons princípios políticos. Que estabeleça um sólido sistema defensivo, uma boa organização e disciplina dos corpos do Exército.. Deveria economizar para a Fazenda Real e favorecer a agricultura. Iguais cuidados lhe mereceria a Marinha. Quanto à administração da Fazenda Real devia o governador prestar contas circunstanciadas e anuais dos rendimentos, despesas, dívidas da capitania e procurando tornar mais exatas e produtivas as rendas reais. Recomenda-lhe interesse pelas culturas da pimenta, canela, linho, cânhamo, milho, feijões, legumes e hortaliças, devendo ser criado um Jardim Botânico onde se experimentassem as ditas culturas. Também a exploração mineira, o comércio,, a exportação e a navegação lhe devem merecer desvelado interesse. Que se estabelecesse uma Legião de Voluntários Reais nos campos de Curitiba para facilitar as comunicações entre as capitanias de São Paulo e do Rio Grande, e sustentar a nossa linha de defesa contra os espanhóis, entusiasmando-se os paulistas a fundarem novas povoações que servissem de freio à expansão espanhola. Devia este igualmente informar para o Reino sobre o estado de cada um dos Corpos Militares, sobre as propostas para os postos vagos, sobre o estado dos fardamentos, apetrechos de guerra, pólvora, estado das fortalezas, para que se tomassem as providências que se impusessem.