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CARTA do Reitor do Colégio de São Paulo, Antonio Aranha, dando conta a (D. João V) de terem os oficiais da Câmara daquela cidade e muitos dos homens bons e principais dela, pedido uma certidão na qual constasse as razões que tinham para pedirem ao mesmo soberano que lhos tirasse o atual ouvidor-geral, Manuel de Melo Godinho Manso, que tanto mal tem feito aos paulistas. Até agora tem-se evitado casos desagradáveis, em virtude do respeito que lhes merecia o governador e capitão-general da capitania, Rodrigo César de Meneses, e alega ter-se escusado de passar a dita certidão, por ser alheio aos religiosos da Companhia de Jesus dizerem mal. No entanto, prometeu-lhes, escrever esta carta, informando estar o citado ouvidor contra estes religiosos, por entender que eles, amparados do general, lhe impediam a venda em praça pública, de índios, o que era contra as ordens e Direito Natural do mesmo gentio. Por esta razão, tem falado indecorosamente dos ditos padres, não só em praticas secretas e públicas, mas por escrito, que se guardam para prova da verdade. Mas não pode deixar passar em claro, que o referido ouvidor critique a acção do general, quando afinal todos dão graças a Deus e ao rei pela sua boa conduta no governo. Este governador, aliando a brandura à Justiça. Termina elogiando os procedimentos do general, dizendo que, se não fosse a “fidelidade com que os religiosos da Companhia costumão fallar aos seos Reys", não se pronunciaria, no caso de não ser tudo certo e verdadeiramente notório.

CARTA do governador (da praça) de Santos, João da Costa Ferreira de Brito, para o (governador e capitão-general da capitania do Rio de Janeiro, Aires de Saldanha de Albuquerque Coutinho Matos e Noronha), informando-o que lhe remete o traslado das ordens secretas que trazia o capitão de um navio francês (por ele confiscado), cujos autos vão para a Bahia, e o traslado do inventário do que se achou no patacho francês de que a Fazenda Real tomou conta, faltando nela o sal, que ainda se está a descarregar, Diz que, pelo provincial de São Bento, dará mais pormenores deste assunto, e pede que lhe conceda permissão para aprovar os “nombramentos” que os capitães de infantaria passam aos seus sargentos, como faziam os seus antecessores. Informa ainda que, como o provedor da Fazenda Real lhe predisse que avizasse a Câmara para nomear Almoxarife ou um vereador para a praça de (Santos), porque o que aí serve acabou o tempo por não poder servir mais de três anos assim fez o juiz de fora (Dr. Matias da Silva Freitas), induziu os vereadores a que demorassem a resposta até Dezembro, data em que começam nova vereação, porque assim se livrariam de ficar por fiadores do nomeado. E, muito instados, responderam com a carta que manda inclusa. Acha que é preciso que lhes ordene respondam logo, como devem, e tinha por ordem do mestre de campo, Manuel de Almeida, quando governava a praça de Santos, nomeando três sujeitos para se escolher um deles, pois, nem ele nem o provedor têm jurisdição para tal. Queixa-se ainda do juiz de fora (Dr. Matias da Silva e Freitas).

CONSULTA do Conselho Ultramarino, sobre uma carta de 26 de junho de 1720, do ex-ouvidor-geral da capitania de São Paulo, Rafael Pires Pardinho, na qual dizia que, na sua passagem pelas povoações do sul, onde andou em serviço do seu cargo, julgou necessário informar (D. João V) dos navios estrangeiros que nelas tinham entrado, dizendo ser un deles de piratas e que afundara na barra de Paranaguá , com mais de duzentos mil cruzados em prata, ouro e peças, roubado nas Índias de Castela. Poder-se-ia aproveitar o lastro deste navio, composto de ferro e aço caso houvesse alguns vassalos que se quisessem encarregar deste trabalho, dando-lhe o Rei parte do valor que conseguissem tirar do fundo do mar. O procurador da Fazenda elogia a seção deste ministro e de parecer que, não só se lhe deve agradecer o seu grande zelo ao serviço, mas que, por meio de uma ajuda de custo, se lhe pague a despeza por ele feita com os franceses. Ao Conselho parece o mesmo, e, porque é evidente ter este ouvidor ido às povoações do sul, onde ainda nenhum tinha chegado, mostrando em tudo o seu grande zelo pelo serviço real, é justo lhe sejam dados mil cruzados de ajuda de custo, para pagar as despesas que fêz, e honras extraordinárias. No que se refere aos valores existentes no navio pirata afundado, é de opinião o mesmo Conselho que deve o Rei dar faculdade a seus vassalos para que possam tirá-los, dando-lhes metade do seu valor e revertendo o restante para a Fazenda Real. E sobre o que Pardinho expõe na sua carta, relativo à ilha de Santa Catarina, acha conveniente povoá-la, por ser um porto excelente e facilitar muito a navegação.