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OFÍCIO do capitão-mor da praça de Cacheu, Sebastião da Cunha Souto Maior, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Francisco Xavier de Mendonça Furtado, sobre uma ordem régia determinando que acertasse com o capitão-de-mar-e-guerra, Luís Caetano de Castro [de Vasconcelos], e com o sargento-mor engenheiro, Manuel Germano da Mata, o que se devia praticar para a segurança da fortaleza, contudo informando que recebeu a dita ordem o capitão-de-mar-e-guerra já se tirada retido para a Corte, e o sargento-mor engenheiro encontrava-se muito doente; informando da delicada situação vivida em Bissau, em virtude dos soldados estarem desalojados desde Janeiro e de um princípio de levantamento protagonizado pelos pretos de Cabo Verde; dando conta da existência na ilha [de Bissau] de um preto capitão-mor por patente régia, que assistia perto daquela praça, e junto dele estavam alguns cristãos; expondo que para a segurança daquela praça iria escolher algumas pessoas de confiança e participaria na renumeração do seu trabalho, e opondo-se a nomeação de Augusto de Souto e Matos para o posto de sargento-mor da praça de Bissau feita pelo governador das ilhas de Cabo Verde, [Bartolomeu de Sousa e Brito Trigo], por ser de pouca idade e inexperiente, e propondo para o seu lugar Bernardino António Álvares de Andrade, filho do ex-sargento-mor Sebastião Alves de Andrada; informando que o ajudante Luís da Silva Cardoso foi para aquela praça nomeado capitão pelo mesmo governador e capitão-general de Cabo Verde, e que achava António Rodrigues Mocambo capaz de servir no posto de ajudante da praça; e expondo que a fortaleza de Bissau era um quadro de pequena fortificação, guarnecido pelo lado que faz frente ao mar, com dois baluartes, e pelo lado da terra havia um único baluarte no meio da cortina, entre outros aspetos da fortaleza.

OFÍCIO de João da Costa e Bonifácio José Lamas, ao provedor e mais deputados [da Companhia do Grão-Pará e Maranhão], dando conta do cumprimento das ordens contidas na carta de 29 de Março [de 1766] e de outras enviadas ao sargento-mor engenheiro Manuel Germano da Mata; dando conta que enviaria pela galera São Pedro, de que era capitão Manuel José dos Santos, alguns homens incapazes e doentes para a ilha de Santiago; informando que recebeu pela corveta Nossa Senhora da Esperança e pelo iate São Joaquim um carregamento de mantimentos; sobre os desaforeis cometidos pela gente de Cabo Verde; dando conta que o capitão engenheiro António Carlos Andreis Pais estava a exercer por impedimento de sargento-mor engenheiro Manuel Germano da Mata, e de um levantamento protagonizado por um preto chamado Pedro Varela; acerca da pretensão de se despachar o bergantim São Marçal com os escravos que havia naquela praça com destino a São Luís do Maranhão; pela escuma Nossa Senhora do Rosário se expediram ordens para um porto vizinho pedindo arroz, em virtude da falta de mantimentos em Bissau; solicitando mantimentos da Corte; acerca da construção de uns armazéns; sobre a conta dos gastos feitos pela fragata de guerra e pelo navio São Pedro; acerca de uma botica que ficou na fragata de Guerra e uns botins que serviriam de amostra; sobre um outro levantamento ocorrido em Geba envolvendo o capitão-mor António Fernandes Lopes Godinho Sanches, e tendo tido a intervenção de um sargento-mor de Bissau nomeado pelo governador e capitão-general de Cabo Verde e sobrinho do capitão-mor de Cacheu, que prometeu retaliação aos gentios de Geba; e acera da eleição de Sebastião da Cunha Souto Maior para capitão-mor de Cacheu.

OFÍCIO [do sargento-mor engenheiro] Manuel Germano da Matado Conselho Ultramarino ao rei [D. José I] sobre a falta de dinheiro e mantimentos na expedição de Bissau, dado que acabaram os mantimentos vindos da ilha de Santiago, informando que mandou o iate São Joaquim e a corveta Nossa Senhora da Esperança para a ilha de Santiago avisar ao governador e capitão-general de Cabo Verde e ao administrador da Companhia do Grão-Pará e Maranhão da situação de carência vivida em Bissau e solicitando mantimentos e dinheiro para pagar os pretos de Cabo Verde, que revindicavam pagamento em dinheiro tal como receberam os marinheiros e soldados da nau de guerra; expondo o incidente que tiveram com os pretos por estes não quererem trabalhar sem receber pagamento em dinheiro não obstando terem uma boa dieta alimentar, advertindo que o episódio foi amenizado pela presença do padre frei Pedro de Valongo e com a promessa de que seriam pagos; queixando-se dos maus procedimentos dos trabalhadores pretos oriundos de Cabo Verde, que só trabalharam bem enquanto frei Luís [Caetano de Castro Vasconcelos] em respeito a guarnição da sua nau, e mencionando que uma revendição de um soldado da Companhia de Manuel de Brito, por mais tempo de descanso, despontou numa série de acontecimentos que levou a uma pequena rebelião; acusando a receção do pagamento e os mantimentos que constavam da relação inclusa; dando conta que remeteria na galera São Pedro uma quantidade de homens incapazes para trabalhar e alguns doentes na galera Nossa Senhora da Esperança, e que pediu ao administrador de Cacheu que convocasse os moradores para trabalharem em Bissau; informando da chegada em Bissau de seis moradores de Geba em fuga por terem sido ameaçados de mortes em Geba, povoação de onde era proveniente a maior dos cativos, cera, marfim e algum ouro, referindo que o capitão cabo daquela praça recebia uma porção de todos os navios que para lá iam carregados de sal ou de carne de cavalo-marinho; informando que ouvidor das ilhas de Cabo Verde, João Gomes Ferreira desrespeitou uma lei do tempo de D. Pedro II proibindo que degredados sentenciados exercessem ofícios, ao colocar Apolinário José, degredado na ilha do Fogo, para servir no ofício de escrivão da correição quando foi a dita ilha averiguar a queixa que o signatário fez contra o vigário Inácio Mendes Rosado e alguns dos seus aliados; e dando conta que pediria mais homens ao governador e capitão-general de Cabo Verde.

OFÍCIO do comandante e capitão-de-mar-e-guerra, D. frei Luís [Caetano] de Castro [de Vasconcelos], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, Francisco Xavier de Mendonça Furtado], relatando a sua expedição para Bissau, no seguimento da viagem que fez num comboio de sete embarcações, sendo duas destinadas a Mazagão e cinco para a ilha de Santiago, referindo o avistamento das ilhas de Sal, Boa Vista e Maio, tendo dado fundo na vila da Praia, ilha de Santiago, reiterando que dali partiram com mantimentos para Bissau, onde foram recebidos com salvas pelos navios franceses e ingleses; queixando-se que em Bissau o navio Cabo deu salvas e enviado um escaler a terra, tendo mandado o capitão tenente João da Costa averiguar a situação, o que levou a prisão do capitão que deu as salvas; salientando padres [de Bissau], inclusive frei Manuel de Vinhais insistiram junto do rei de Bissau para que autorizasse o desembarque de uma quantidade de homens; sobre as obras da fortaleza, e o levantamento e a indisciplina dos homens, tendo sempre presente os episódios de doença, de que ele também fora vítima; informando que o destinatário fora mal informado acerca do trabalho dos negros oriundos de Cabo Verde, advertindo que eram maus trabalhadores; e solicitando determinação sobre quem deveria ficar com o governo da fortaleza, dado que não consentia que a dita fortaleza ficasse na posse do capitão-mor de Bissau, aconselhando que Sebastião da Cunha, homem rico e destemido, continuasse a governar a fortaleza.

OFÍCIO [do sargento-mor engenheiro] Manuel Germano da Mata, ao provedor e deputados [da Companhia de Grão-Pará e Maranhão], sobre a execução de umas ordens de 29 de Março [de 1766], mencionando o alívio que sentiu com a chegada dos mantimentos para a subsistência da gente da expedição e do dinheiro para os pagamentos pelo bergantim São Marçal; informando que mandou o iate São Joaquim e a corveta Nossa Senhora da Esperança para as ilhas de Cabo Verde buscar os mantimentos e dinheiro; acerca de ter sido informando pelo fiel da Companhia Feliciano António que a falta de mantimentos fez com que os homens da expedição ameaçaram fazer um levantamento para roubarem a casa da Companhia e unirem-se ao gentio, tendo participado o facto ao comandante da fragata Nossa Senhora da Penha de França frei Luís [Caetano] de Castro [de Vasconcelos]; acerca do andamento dos trabalhos em Bissau e sobre o pedido de descanso feito pelo soldado da companhia do capitão Manuel de Brito que despontou numa série de acontecimentos que levou a uma pequena rebelião que terminou com a intervenção de frei Manuel de Vinhais; acerca da compra de mantimentos pelos administradores da Companhia; dando conta que Sebastião da Cunha [Souto Maior] estava na posse do governo da fortaleza, referindo que o engenheiro António Carlos [Andreis] chegou naquela praça sem patente, sem soldo definido e encontrava-se doente; sobre se ter determinado quais os oficiais que deveriam ficar em Bissau para evitar gastos, tendo sido escolhido o capitão de infantaria Luís da Silva Cardoso entre outros e uma companhia composta por alguns homens; pedindo reparos das peças [de artilharia] e informando que os pretos de Cabo Verde eram propensos ao trabalho; solicitando a ida de uma companhia de gente paga para concluir a obra da fortaleza; e ainda sobre a chegada naquela praça de seis moradores brancos da praça de Geba que estavam em fuga.

CARTA do [sargento-mor engenheiro], Manuel Germano da Mata, ao rei [D. José I] informando que chegou a Bissau, após escala em Cabo Verde, tendo convocado o padre do hospício de Bissau, frei Fernando Vinhais, para que o informasse do estado da terra; afirmando ter esperado a bordo da nau o consentimento do rei de Bissau para construção da fortaleza, tendo-a recebido através do fidalgo Taca, que viera na qualidade de emissário; sobre a saída das embarcações daquele porto; acerca da chegada de marinhos e soldados para auxiliarem na construção da fortaleza, juntamente com os homens vindos de Cabo Verde, a gente preta e os degredados; referindo a chegada do capitão-mor de Cacheu o capitão cabo Sebastião da Cunha Souto Maior; comunicando que recebendo uma quantia de degredados na corveta Nossa Senhora da Esperança e iate São Joaquim enviados pelo Bispo de Cabo Verde, na companhia de alguns homens; dando conta do levantamento de alguns soldados de Cabo Verde contra o alferes Torrezão e de uma revolta dos gentios da ilha de Bissau com a intenção de matarem os brancos, tendo ordenado que João da Costa Ataíde ficasse de sentinela numa casa do rei de Bissau; sobre a planta da fortaleza; solicitando determinações acerca dos criminosos enviados de Cabo Verde e se era de direito pagar e dar comedorias aos trabalhadores na época das águas quando interrompiam o trabalho; acerca da falta de dinheiro para fazer os pagamentos, em virtude da Companhia do Pará e Maranhão ter mandado verbas insuficientes.

OFÍCIO do sargento-mor e comandante da praça de Bissau, Inácio Xavier Baião, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, Martinho de Melo e Castro], dando conta que chegou a Bissau, no dia 28 de Fevereiro, após 21 dias de viagem, tendo tomado posse do governo daquela praça, inteirando-se da quantidade de artilharia disponível e soltando alguns, e prendendo por ordem régia o ex governador daquela praça, Sebastião da Cunha Souto Maior, tendo principiado o sequestro dos seus bens e passado um carta precatória ao capitão-mor da praça de Cacheu para dar seguimento ao sequestro dos bens e escravos em Cacheu; comunicando que recebeu visitas do rei de Bissau; dando conta que completou as duas Companhias de infantaria formou com alguns soldados a terceira companhia de artilharia; remetendo mapa da artilharia, armamento e munições de guerra; informando que a tropa encontrava-se há muitos meses sem pagamento dos soldos, e solicitando que fosse declarado se o pagamento deveria ser feito em dinheiro ou em fazendas; remetendo uma carta que recebeu do governador e capitão-general de Cabo Verde, [Joaquim Salema de Saldanha Lobo]; informando que os padres do hospício de Bissau necessitavam de uma quantidade de cal de ostras e pedras para as obras do hospício, entre outros materiais que constavam de uma atestação; reiterando que a capela da praça tinha três imagens de Nossa Senhora, São Francisco e Santo António, e ornamentos dos padres missionários, mas era necessário imagens de São José e Nossa Senhora da Conceição, um cruxifixo, um cálice e mais ornamentos para rezar a missa; remetendo amostras de ouro e prata e um livro de contas do negócio de Geba.

CARTA do capitão-mor da praça de Cacheu, Bernardino de Azevedo Coutinho, ao rei [D. José I] remetendo cópia de três cartas régias dirigidas ao ex-capitão-mor de Cacheu, Manuel Pires [Correia], em observância à ordem régia ordenando que remetesse todas as ordens na qual se baseava as suas cartas; informando da dificuldade de averiguar as contas do falecido feitor da Fazenda Real, Manuel Rodrigues Pereira, dada a imprecisão dos lançamentos das receitas e despesas nos livros daquela Feitoria que sobrevieram ao incêndio; sobre não ter feito grandes reparos no que tocava a reedificação das obras da fortificação da praça com algumas exceções; dando conta que a casa forte estava em deplorável estado sem uma carreta ou reparos para a artilharia, sem palamenta alguma para laborar e advertindo não recebeu nenhum auxilio dos administradores da Companhia de Grão-Pará e Maranhão que embora tenha pedido auxílio aos para a reedificação da praça; informando que os presídios subordinados a Cacheu também achavam-se em péssimo estado, sendo cada um deles constituído por quatro baluartes sem nenhuma peça montada e que toda a guarnição da praça de Cacheu se baseava em doze soldados, um cabo, um sargento, um tambor e alguns deles incapazes de servir; expondo a falta de moradores dada a alta taxa de mortalidade, avisando que para além dele, apenas estava em Cacheu os administradores da Companhia, o padre vigário e um religioso do hospício; sobre a necessidade de livros [de registo] em branco para a Provedoria e uma botica; e acerca da quantia arrecadada pela Fazenda Real naquele ano.