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OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Manuel Vieira de Albuquerque e Tovar, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a informar que convocou a Junta dos Comerciantes, a fim de deliberar sobre alguns assuntos, específicamente a respeito dos reviros que fazem os sertanejos, em dano dos seus armadores e também da distribuição dos carregadores para o carreto das fazendas; informa que os comerciantes propuseram-lhe que não se podesse confiar para os sertões, menos de 400$000 réis em fazendas, mas nada se decidiu, por julgar ser um entrave ao comércio que deve ser livre; explica detalhadamente a regulação do comércio para o sertão, suas taxas e legislação; informa que desde o ano de 1791 até ao presente, tem-se aumentado a exportação da escravatura, pois naquele ano foi de 10.655 cabeças e no ano de 1819, de 17.315 cabeças, devendo o ano presente ser o de maior exportação, pela grande quantidade de escravos que têm entrado nos tempos das chuvas e devendo nos meses seguintes entrarem em maior número, por ser tempo de seca; considera que o comércio não deve ter restrições, tanto na maior, como na menor quantia de fazendas que os negociantes quiserem dar aos seus "Aviados".
1820-06-27