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Série constituída por 3 livros organizados sequencialmente e cronologicamente pela data de baptismo dos expostos, faltando o livro Baptismos 1832 – 1835 (1832-03-01 a 1835-06-24). Este último livro, até ao término do estágio, ainda não tinha sido transferido do Arquivo da Assembleia Distrital do Porto para o Arquivo Distrital do Porto. O baptismo das crianças abandonadas na roda era realizado diariamente na igreja da paróquia, na qual se situava o edifício ocupado pela instituição. Pelo que, as mudanças de instalações reflectiram-se na localização dos registos de baptismo dos expostos. Entre 1689-07-06 e 1813-06-20, os expostos da Casa da Roda do Porto foram baptizados sub conditione na Sé. Para aceder aos assentos deste período deve consultar no Arquivo Distrital do Porto, o Fundo Paróquia da Sé, Série Registos de baptismos (de 1689-07-06 a 1737-03-12) e a Subsérie Registos de baptismos de expostos (de 1737-03-22 até 1813-06-20). Entre 1813-06-21 e 1826-02-03, os baptismos sub conditione foram celebrados na Igreja de Santo Ildefonso. Os registos entre 1813-06-21 e 1813-08-07 encontram-se no livro Baptismos (1809-03-28 a 1813-10-29), fls. 324 a 335v, preservado no Arquivo Distrital do Porto, Fundo Paróquia de Santo Ildefonso, Série Registos de baptismos. De 1813-08-08 a 1826-02-03, os assentos de baptismo dos Expostos encontram-se no Tomo 1 Baptismos 1813 – 1826 preservado no arquivo da Casa da Roda do Porto. Entre 1826-02-04 e 1826-06-12, os baptismos sub conditione foram celebrados na Igreja de São Pedro de Miragaia. De 1826-06-13 a 1826-07-26, os baptismos sub conditione realizaram-se na Capela das Casas da Quinta das Virtudes, na Freguesia de Miragaia. Entre 1826-07-27 e 1838-10-11, os baptismos sub conditione dos Expostos ocorreram no Oratório da Casa da Roda. Os registos de 1826-02-07 a 1835-06-24 encontram-se nos livros: Baptismos 1826 – 1827; Baptismos 1827 – 1830; Livro 2 das Certidões dos Baptismos da Casa da Roda. Ano de 1831 e Baptismos 1832 – 1835 pertencentes ao Fundo da Casa da Roda do Porto. Os livros de baptismo do fundo da Casa da Roda do Porto contêm os assentos originais dos baptismos sub conditione dos expostos da Casa da Roda do Porto. Nos assentos registavam: o nome de baptismo dos expostos; o tipo de baptismo realizado (sub conditione); o local e a data de baptismo (dia, mês e ano) e o nome do sacerdote que realizou a cerimónia. Quando o sacramento era administrado pelo Secretário da Roda acrescentavam sob que licença. Por último, seguia-se o nome, a morada e o estado civil dos padrinhos, bem como, a assinatura do religioso que celebrou a cerimónia. Por vezes assentavam os dias em que não se realizaram baptismos. Na impossibilidade de consultar as certidões de baptismo originais, pode aceder à cópia dos mesmos dados nos Livros das Entradas. A partir de 1813 podem também ser consultadas as certidões de Baptismo preservadas nas Cartas da Directora da Roda. Como complemento ao texto acima consultar: A.D.P. – Livro N.º 70 das Entradas 1813, fls. 183-183v e 184v-185. A.D.P. – Livro N.º 86 Diário da Roda 1826, fls. 47v, 48v, 253, 254-254v, 309-309v e 310. A.D.P. – Livro N.º 97 Entradas ano 1838, fl. 162. Através das normas da instituição e da prática quotidiana, verificamos que a Casa da Roda do Porto adoptou – no que toca à administração do sacramento do baptismo aos expostos – as directrizes previstas nas Constituições Sinodais do Porto: Constituições Synodaes do Bispado do Porto, ordenadas pelo muyto Illustre & Reverendissimo Senhor Dom frey Marcos de Lisboa Bispo do dito Bispado, etc. Coimbra: Antonio de Mariz, Impressor da Universidade, 1585, Título Terceiro, Constituição Segunda, §§. 2 e 3, fl. 3v e Título Terceiro, Constituição Sétima, §. 2, fl. 8v. [on-line] [Consultado em 2011-06-15, às 19h13m]. Disponível em: http://webopac.sib.uc.pt:2082/search~S74*por?/tconstitui%7bu00E7%7d%7bu00F5%7des/tconstituicoes/97%2C118%2C168%2CX/l856&FF=tconstituicoes+sinodais+do+bispado+do+porto&3%2C%2C3%2C1%2C0. Constituições Synodaes do Bispado do Porto, novamente feitas, e ordenadas pelo Illustrissimo, e Reverendissimo Senhor Dom João de Sousa Bispo do ditto Bispado, do Conselho de Sua Magestade, e Seu Sumilher de Cortina. Propostas, e aceitas em o Synodo Diocesano, que o ditto Senhor celebrou em 18 de Mayo do anno de 1687. Coimbra: no Real Colégio das Artes da Companhia de Jesus, 1735, Livro I, Título III, Constituição VII, p. 32 e Livro I, Título III, Constituição XII, pp. 37 e 38. [on-line] [Consultado em 2011-06-15, às 19h42m]. Disponível em: http://webopac.sib.uc.pt:2082/search~S74*por?/tconstitui%7bu00E7%7d%7bu00F5%7des/tconstituicoes/97%2C118%2C168%2CX/l856&FF=tconstituicoes+sinodais+do+bispado+do+porto&1%2C%2C3%2C1%2C0.
Registos de síntese de diversa natureza, relativos a controlo e registo de movimento das crianças expostas entregues a amas de fora. Alguns destes livros incluem índices.
Série constituída por 2 livros organizados sequencialmente e cronologicamente. Estes livros contêm os assentos das Amas de Empréstimo de Fora que cuidaram temporariamente de crianças expostas na Roda. Nos assentos destes livros registaram: o nome, o estado civil (no caso de ser casada acrescentavam o nome e profissão do marido) e a morada da Ama de Empréstimo de Fora; o tempo de leite; a data em que foi aceite para entrar ao serviço da Roda (dia, mês e ano); o nome da criança; o livro no qual se encontra o assento de entrada ou de saída da criança, dependendo do momento da criação em que saiu para empréstimo; o n.º do exposto (se o livro mencionado for o das entradas); o fl. do assento de saída (se o livro mencionado for o das saídas); os pagamentos efectuados; a indicação do fim da criação por empréstimo e, quando tal ocorresse, a anotação da remoção para outra Ama de Empréstimo de Fora, seguindo-se os dados da mesma. Lateralmente anotaram o número da criança e a Calça Real. Estes livros contêm: Índices Alfabéticos das Amas de Empréstimo de Fora (nome, nalguns casos o estado civil, a morada da ama e o fl.) e Índices Alfabéticos dos expostos entregues a Amas de Empréstimo de Fora (nome do exposto; indicação do livro no qual se encontra o assento de entrada ou de saída da criança, dependendo do momento da criação em que saiu para empréstimo; o n.º do exposto (se o livro mencionado for o das entradas); o fl. do assento de saída (se o livro mencionado for o das saídas) e o fl.).
Registo relativos ao início de funções das amas que trabalhavam no interior da Casa da Roda do Porto (Amas de Leite e Amas Secas). No topo dos fls. dos termos de aceitação surge geralmente o nome da ama e a função que desempenhava. Para além destes dados podiam ainda acrescentar a morada, o estado civil, o nome do marido e a data de entrada em funções. No texto central anotavam a data do início de funções (dia, mês e ano); qual a função que iria desempenhar; o nome, estado civil, naturalidade e morada. Se a ama fosse solteira acrescentavam o nome dos pais e a profissão; se fosse casada ou viúva colocavam o nome do marido e a profissão; se tivesse a condição de exposta assinalavam tal. Para além destes dados, registavam o tempo de leite; o estado do filho nascido da última gravidez; o reconhecimento, através de certidões passadas pelos Párocos, da capacidade e limpeza de sangue da ama; o valor do salário diário (80 réis até 1711-07-05, data em que a Mesa da Santa Casa da Misericórdia do Porto ordenou que pagassem 120 réis diários às Amas de Dentro. Em 1796-03-17 ganhavam 160 réis diários.); o valor da soldada anual (4000 réis); quais os comportamentos que poderiam culminar na expulsão do serviço da Casa da Roda do Porto (não desempenhar correctamente as tarefas que lhe estavam atribuídas; admitir o marido na Roda; não guardar segredo dos acontecimentos ocorridos no interior da Instituição; não ser obediente; não cumprir o Regimento de 1768, entre outras). Por último, surge a indicação de que o assento foi realizado pelo Escrivão (a partir de 1781-05-27, os assentos foram realizados pelo Secretário), seguindo-se geralmente a assinatura do oficial referido. Os termos das Amas Secas eram assinados pelas próprias. As assinaturas das Amas de Leite, na maior parte dos casos, foram realizadas por um funcionário da Administração a rogo das mesmas. A partir de 1768-07-03, os assentos passaram a fazer alusão ao juramento do Regimento das Amas registado no Livro I do Registo 1768, fls. 81-85v. No seguimento deste documento ressurge o cargo da Ama Seca da Roda, com a principal função de governar o interior da Casa, sob as ordens do Provedor. Nas margens registavam o tempo de leite das amas; os pagamentos efectuados (algumas destas notas remetem directamente para os Livros das Despesas Miúdas); a data (dia, mês e ano) e as causas de despedimento (doença; falta de leite; contratos ilícitos estabelecidos com os progenitores dos expostos; não desempenhar correctamente as tarefas; demissão voluntária, entre outras); a indicação de que uma ama pela gravidade da falta cometida não devia ser readmitida no serviço da Roda e a data da reentrada em funções (dia, mês e ano). Os assentos desta série a partir de 1768-07-03 remetem directamente para o Livro I do Registo 1768 e para o Livro do Inventário. Este último não se encontra entre os livros transferidos do Arquivo da Assembleia Distrital do Porto para o Arquivo Distrital do Porto. Pelo que, não deve ser confundido com o livro Inventário 1839 (1839-03-22 a 1890-11-29). As informações anteriormente referidas não se encontram presentes na sua totalidade em todos os registos. De facto, o conteúdo e o formato dos assentos foram variando ao longo do tempo.
Registos de saída de crianças da Casa da Roda do Porto para ficarem a cargo de amas de fora até à idade de sete anos. Registos de saída através de assentos individuais, organizados pela ordem de saída. Entre 1689-07-16 e 1811, os assentos das saídas foram produzidos pelo Provedor da Roda. A partir desta data e até 1826, o 1.º Oficial do Escritório assumiu esta tarefa. De 1826 a 1838, esta função esteve a cargo do Secretário. Em 1838, a escrituração destes livros surge já associada ao Escrivão. Os títulos formais dos livros sofreram alterações. De 1689-07-16 a 1825-12-30, os livros intitularam-se de Livros das Saídas. Entre 1825-12-31 e 1830-02-28, os títulos modificaram-se para Livros das Matrículas (com excepção do Livro N.º 214 Saídas 1826). De 1830-03-01 a 1839-06-25, retomaram o título original (Livros das Saídas). Série constituída por 249 livros organizados sequencialmente e cronologicamente pelas datas de saída das crianças do edifício da Roda, faltando o livro 114. Os livros que constituem esta série contêm os assentos de saída de crianças do interior do edifício da Casa da Roda do Porto para as casas das Amas de Fora ao serviço da Instituição. Nestes assentos encontramos registadas crianças abandonadas e crianças não-enjeitadas. No que respeita aos não-enjeitados, não podemos avançar entre que períodos foram registados nestas fontes. O formato e conteúdo dos assentos destes livros foram variando ao longo do tempo. Todavia, geralmente apresentam, de forma mais completa ou mais incompleta, os dados que se seguem: nome, idade e número da criança; localização do assento das entradas (livro e fl.); data da exposição na roda (dia, mês e ano); data da entrega à Ama de Fora (dia, mês e ano); nome, estado civil e morada da Ama de Fora; se fosse casada, acrescentavam o nome e profissão do marido; se fosse solteira, acrescentavam o nome e profissão dos pais; se a ama tivesse a condição de exposta adicionavam essa informação; tempo de leite; estado da criança nascida no último parto; referência à apresentação da certidão de capacidade da ama passada pelo Pároco; pagamentos efectuados; indicação de remoção quando tal ocorresse (motivo; data (dia, mês e ano); seguindo-se os dados da nova Ama de Fora); data do fim da criação (dia, mês e ano); destino da criança e indicação de falecimento (data (dia, mês e ano) e local de sepultura). Os dados registados nos assentos dos não-enjeitados são bastante semelhantes. Lateralmente, registavam: o nome e morada da Ama de Fora; algumas anotações de conteúdo diverso; os gastos efectuados com a criação da criança; quando os assentos pertencem a não-enjeitados por vezes assinalavam tal; entre outras informações. Estes livros têm índices onomásticos das Amas de Fora ao serviço da Roda (nome, residência e estado civil das Amas de Fora e fl.). Por vezes assinalavam também as criações designadas como «Privilégio sem soldo»; os criadores e as lactações. Mais tarde, já na fase de funcionamento do Hospício, cada assento era elaborado num modelo impresso com as seguintes informações: identificação do exposto (nome, número, idade, data de entrada no Hospício e respectivo assento nas Entradas), tipo de criação no momento da saída (ou seja, se estava em idade de aleitamento ou não), identificação da ama de fora (nome, número, idade, estado civil, nome e ofício do marido, residência e sinais físicos), data de entrega do exposto, datas do fim da criação de leite e de seco e datas em que foram efectuados os pagamentos. Pode ainda conter informações de cariz eventual, como a remoção da criança para outra ama, o destino da criança após os sete anos de idade (ex.: se permaneceu com a ama, foi entregue à família, foi para aprendiz de um ofício, etc.), falecimento, etc. Anexados aos assentos de saída das crianças podem encontrar-se papéis com anotações da Secretaria do Hospício, assim como ofícios ou documentos que se relacionem com as crianças. No início de todas as unidades de instalação continua a encontrar-se um índice onomástico de amas de fora, com os seguintes dados: nome da ama, freguesia de residência, nome do exposto a seu cargo e o respectivo fólio do assento. Até ao Livro N.º 256 Saídas Ano 1842, os assentos eram manuscritos e, a partir desta unidade de instalação, passaram a ser elaborados num modelo impresso com as seguintes informações: identificação do exposto (nome, número, idade, data de entrada no Roda e respectivo assento nas Entradas), tipo de criação no momento da saída (ou seja, se estava em idade de aleitamento ou não), identificação da ama de fora (nome, número, idade, estado civil, nome e ofício do marido, residência e sinais físicos), data de entrega do exposto, datas do fim da criação de leite e de seco e datas em que foram efectuados os pagamentos. Pode ainda conter informações de cariz eventual, como a remoção da criança para outra ama, o destino da criança após os sete anos de idade (ex.: se permaneceu com a ama, foi entregue à família, foi para aprendiz de um ofício, etc.), falecimento, etc. Para além dos assentos de saída dos expostos, entre o Livro N.º 279 Saídas 1854 ao Livro N.º 304 Saídas 1862 encontram-se assentos de lactação. Estes assentos geralmente contêm as seguintes informações: nome da criança, número, referência ao livro de Entradas correspondente e indicação da autorização de concessão de lactação pelo Governador Civil, em conformidade das deliberações da Junta Geral de Distrito em vigor. Anexados aos assentos de saída das crianças podem encontrar-se papéis com anotações da Secretaria da Roda, assim como ofícios ou documentos que se relacionem com as crianças. Como complemento ao texto acima consultar: «Copia do Assento pelo qual forão approvados 13 Artigos Regulamentares para a Administração dos Expostos desta Cidade», Artigo 5.º. A.D.P. – Livro 2.º de Registo 1826, fl. 12.) «Reforma d’inventario de todos os objectos existentes no Hospicio dos expostos d’esta Cidade do Porto feita em 31 de Dezembro de 1886.» (A.D.P. – Inventário 1839, fl. 28.) «Reforma do Inventario dos objectos pertencentes ao Hospicio dos expostos no Porto feita em 29 de Novembro de 1890.» (A.D.P. – Inventário 1839, fl. 33v) A.D.P. – Livro I do Registo 1768, fl. 249v. MAGALHÃES, José de – Casa-Hospicio do Porto – Relatorio apresentado á Ex.ma Commissão Districtal pelo Director José de Magalhães (1895). In Opusculos Diversos. Porto: Papelaria e Tipographia Academica, 1896, pp. 26-27.
Processos de recepção das crianças expostas. Em 1783, a administração da Roda descreveu esta documentação do seguinte modo: «(…) Assim que se entrega ao Provedor a carta da Directora da Roda, o que se costuma fazer pela manham cedo, a qual carta consta das crianças, que tem entrada na Roda a que chamão = Parte =, e o estado geral, e diario della, a que chamão = Mappa = (…)». Esta documentação rara e frágil – que representa a face mais humana do processo de abandono e assistência aos expostos – foi preservada em maços, acondicionados em caixas. Nos invólucros analisados encontramos sobretudo: partes; certidões de baptismo dos expostos; bilhetes e objectos – também designados por sinais – deixados com as crianças no momento do abandono na roda. Nas partes, a Directora abria um registo para cada criança abandonada na roda, viva ou morta. Quando a criança entrava viva anotava: a data (dia e mês) e hora da exposição da criança; a idade aproximada; se trazia indicação ou não do nome que se lhe deveria pôr no baptismo; descrevia minuciosamente o enxoval que trazia; indicava se vinha acompanhada de um bilhete de abandono e a calça que lhe atribuía. Quando a criança já entrava morta assentava: a data e hora de entrada; a idade aproximada e o enxoval que trazia. Cada registo apresenta dois números: o primeiro, atribuído pela Directora, acompanha a ordem diária de entrada na roda. O segundo número parece ter sido acrescentado posteriormente. Para além destas e outras informações, esta funcionária anotava os falecimentos das crianças no edifício da Casa da Roda (nome da criança; livro; data (dia, mês e ano) e hora aproximada em que o ocorreu o falecimento). As certidões de baptismo contêm as seguintes informações: nome dos expostos baptizados; referência ao tipo de baptismo realizado (sub conditione); local onde foi realizado o baptismo; data (dia, mês e ano); nome e morada dos padrinhos e assinatura do Pároco. Os bilhetes deixados com as crianças no momento do abandono na roda – atendendo à variedade de produtores e de objectivos – apresentam um conteúdo similar, mas ao mesmo tempo bastante diversificado. Após a saída da Misericórdia da administração da Roda, esta série mantém as mesmas características: relatório diário da entrada de crianças na Casa da Roda do Porto (mais tarde também no Hospício dos Expostos do Porto), elaborado pela Directora da instituição. Este relatório, designado de “Parte”, era geralmente constituído pelos assentos interinos de entrada de cada criança, a nota do baptismo, os bilhetes de abandono e/ou sinais que acompanhavam os expostos, assim como guias para a admissão no Hospício. Estes elementos eram guardados num invólucro feito de papel – através de um método de dobragem que constituía uma espécie de envelope – endereçado ao Vereador dos Expostos (mais tarde ao Director do Hospício) -, onde era anotada a data e o número da última criança que tinha entrado naquele dia. Era elaborado um invólucro por dia, mesmo quando não se verificava a entrada de nenhuma criança, caso em que apenas era referida a data e a eventual referência ao falecimento de algum exposto, caso este tivesse ocorrido no interior do Hospício. Estes invólucros eram anexados por meses, formando os maços que constituem esta série documental. Os assentos interinos das crianças contêm todas as circunstâncias da entrada na instituição, tal como: hora, data, descrição do vestuário e enxoval, referência aos bilhetes de abandono e sinais que acompanhavam a criança (pequenos escritos e objectos para identificação da criança), assim como o número identificativo da mesma (o número de ordem de entrada no dia e o número de ordem de entrada no ano). Após os assentos de entradas, a Directora anotava os expostos que tinham falecido naquele dia, no interior da Roda / Hospício. Os bilhetes de abandono e os sinais identificativos das crianças ficavam guardados nas Partes respectivas, excepto nos casos em que foram anexados aos assentos das Entradas ou aos Processos de Admissão. A cada bilhete era atribuído o número correspondente de ordem de entrada no dia da criança e era depois transcrito no assento definitivo da mesma nas Entradas. A nota do baptismo ministrado pelo Capelão do Hospício contém a data, nome e número das crianças e assim como o nome dos padrinhos. Esta nota apenas era elaborada caso a criança fosse baptizada na Roda / Hospício, ou seja, se não houvesse nenhuma indicação de que já tinha sido devidamente baptizada. Nas Partes podem ainda encontrar-se guias ou pedidos de admissão, emanados pelas autoridades administrativas, policiais, judiciais ou de outras instituições, como hospitais. Nalguns maços de Partes encontra-se o Movimento Diário da Roda, que contém a data, as entradas de crianças, as saídas, falecimentos (todos estes campos têm a discriminação do género das crianças, criação de leite ou de seco e se a entrada foi por abandono na Roda ou apresentação na Secretaria), estado sanitário e pessoal, com a indicação do número de amas de leite, amas de seco e cozinheiras existentes na Casa da Roda. As Partes da Directora eram diariamente entregues na Secretaria da Casa da Roda, e serviam de base para a elaboração dos livros de Entradas.
Registos de entrada de crianças na Casa da Roda do Porto, com assentos individuais ordenados cronologicamente. Os assentos eram elaborados com base nas Partes da Directora e contêm as seguintes informações: nome da criança, data e hora da entrada, descrição da roupa e enxoval, descrição dos sinais (pequenos objectos deixados com a criança no momento do abandono, para a sua identificação futura, tais como medalhas, pulseiras, fios, imagens religiosas, etc.) e dos bilhetes de abandono (pequenos papéis, também designados de “escritos”, deixados com a criança no momento do abandono e em que geralmente era anotado o nome que desejavam que fosse dado à mesma). Por vezes, encontra-se anexado ao assento o próprio bilhete, se por algum motivo a sua transcrição não tivesse sido feita no assento respectivo. Para além destes dados, eram anotadas variadas informações de cariz eventual, tais como a etnia da criança, sinais físicos particulares ou deficiências, indicação de que foi vacinada, da sua entrega aos pais, de falecimento dentro do Hospício, etc. Ao lado de cada assento encontra-se a remissão para o respectivo assento de entrega da criança a uma ama de fora, nos livros de Saídas. No final de cada assento ou após o último assento de cada dia, encontra-se a certidão de baptismo das crianças, com referência à data, nome do Capelão que ministrou o sacramento e nome dos padrinhos. Entre 1689-07-06 e 1811, os assentos das entradas foram assinados pelo Provedor da Roda. A partir desta data, o Secretário assumiu esta tarefa. Entre 1825-12-31 e 1830-11-27, os títulos modificaram-se para "Diários da Roda". Nestes assentos encontramos registadas crianças abandonadas e crianças não-enjeitadas. No que respeita aos não-enjeitados, não podemos avançar entre que períodos foram registados nestas fontes. Os assentos destes livros apresentam ligeiras diferenças consoante o percurso da criança na instituição: exposto retirado já cadáver da roda; criança que morre sem nunca ter sido entregue a uma Ama de Fora; criança entregue a uma Ama de Fora; criança procurada pelos pais e criança não-enjeitada. O formato e conteúdo dos assentos destes livros foram variando ao longo do tempo. Todavia, geralmente apresentam, de forma mais completa ou mais incompleta, os dados que se seguem: momento do dia em que ocorreu a exposição («noute», por exemplo); data (dia, mês e ano); hora; sexo da criança; cor (exceptuando, crianças de cor branca); idade, por vezes aproximada; estado da criança («hua menina recem nascida moribunda») e transcreviam o escrito deixado com a criança no momento do abandono. A necessidade de preservar a identidade de cada criança percebe-se pelo destaque conferido a características “especiais” que facilitassem o seu reconhecimento num ambiente marcadamente infantil («trazia ambos os pés escaldados, em xaga») e pela descrição pormenorizada do enxoval e dos sinais (objectos) deixados juntamente com a criança no momento do abandono («por verdadeiro sinal leva hum brinquinho de contas pretas na orelha direita»). De igual modo, registavam cuidadosamente os recados transmitidos verbalmente («quem a expos disse vinha exemplada»). O baptismo tinha um espaço destacado nestes registos (momento do dia («Em a manham seguinte»); data (dia, mês e ano); nome com que foi «baptizado sub conditione»; o local de baptismo; nome do pároco; nome e morada dos padrinhos). Os assentos das crianças não-enjeitadas eram diferentes porque se conhecia a identidade dos progenitores (nome, estado civil, profissão e morada dos pais; o nome e idade da criança e a justificação para o pedido de lactação). Lateralmente, assentavam os dois números da criança (o número atribuído de acordo com a localização do assento da criança no livro e o número atribuído tendo em conta a ordem de entrada no ano económico da Roda: Julho a Junho); o nome da criança; a cor da pele (exceptuando, crianças de cor branca); quando a criança já entrava morta, em vez de surgir o nome colocavam o termo «Morto», por exemplo; indicação de que se trata de uma criança gémea; a idade; calça atribuída; as despesas efectuadas com a criança; o estado da criança «Esta menina não pegava no peito»; informação sobre a falta temporária de amas «Na falta de Amas se esteve lactando por empréstimo fora da Roda 1 mes e 4 dias a 40 rs»; localização do assento de saída (livro e fl.); averiguações de identidade dos pais quando havia denuncias de tal; no caso de a criança falecer surge a data da sepultura (dia, mês e ano) e o local da mesma (geralmente no cemitério do Hospital da Misericórdia); quando se tratava de uma criança não-enjeitada podiam colocar essa nota; entre outras informações. Na documentação mais recente (a partir de meados séc. XIX), a estas informações acrescem outros dados, com a implementação de medidas preventivas da exposição: circunstâncias da entrada da criança (abandonado, apresentado, etc.), local onde foi encontrada a criança, autoridade administrativa que autorizou a entrada na Roda, nome da parteira que procedeu ao parto e entregou a criança na instituição, entre outros dados. Estas informações surgem nas unidades de instalação Livro N.º 108 das Entradas 1853 a Livro N.º 111 Entradas 1856 e novamente após o Livro N.º 113 Entradas 1858, o que é um reflexo dos avanços e recuos da implementação das medidas preventivas da exposição. Para além dos assentos de entrada regulares, a partir do Livro N.º 99 de Entradas 1841 existem assentos de crianças transferidas de outras Casas da Roda do distrito. Estes assentos geralmente contêm as seguintes informações: nome da criança, número de identificação, idade e data com que entrou no Roda de onde veio transferida, assim como a indicação do assento correspondente nas Saídas. Nas Entradas encontram-se igualmente assentos de crianças a quem foi concedido um subsídio de lactação, para os períodos em que não existem livros próprios para registo destes dados (Livro 109 Entradas 1854 a Livro 116 Entradas 1861). Geralmente, estes assentos contêm as seguintes informações: nome da criança, número, idade, data, nome da mãe, freguesia de residência, referência à ordem de concessão do subsídio pelo Governador Civil e do livro de Saídas correspondente. A partir do Livro N.º 114 de Entradas 1859, os assentos de lactação apenas contêm os seguintes dados: nome da criança, número e indicação do livro de Saídas respectivo. Anexados aos assentos, para além dos bilhetes de abandono, podem encontrar-se papéis com anotações feitas pela Secretaria da Roda, assim como boletins de registo civil para averbamento ao nascimento. Ao lado de cada assento encontra-se a remissão para o respectivo assento de entrega da criança a uma ama de fora, nos livros de Saídas e ainda a indicação de como a criança entrou na Roda ou no Hospício, ou seja, se foi abandonada num local público (nestes casos é indicado o nome da rua ou localidade) ou enviada por uma autoridade (por norma trata-se de autoridades administrativas como os Regedores de Paróquia, Administradores de Concelho/Bairro, Câmaras Municipais, mas também parteiras, hospitais, etc.). No final de cada assento ou após o último assento de cada dia, encontra-se a certidão de baptismo das crianças, com referência à data, nome do Capelão que ministrou o sacramento e nome dos padrinhos. Para além dos assentos de entrada regulares, podem ser registados nas Entradas registos de crianças transferidas do Hospício de Penafiel. Estes assentos geralmente contêm as seguintes informações: nome da criança, número de identificação, idade e data com que entrou no Hospício de onde veio transferida, assim como a indicação do assento correspondente nas Saídas.
Guias de habilitação das mulheres que concorriam para serem amas de fora ao serviço da Casa da Roda do Porto. As guias, preenchidas e assinadas pelo Pároco da freguesia de residência da candidata e confirmadas através de assinatura pelo Regedor de Paróquia respectivo, eram entregues na Casa da Roda e sujeitas à aprovação do Facultativo da mesma. No caso de impedimento do Facultativo, era a Directora da Casa da Roda que devia aprovar as amas que considerasse aptas. Geralmente, as guias eram passadas num modelo impresso, que contém os seguintes dados: nome da ama; estado civil (no caso de ser casada, indicam o nome do marido); morada; o nome e data de nascimento do último filho; os sinais identificativos da ama (idade e características físicas), a data e local em que a guia foi preenchida; a assinatura do Pároco e do Regedor de Paróquia. Existem, no entanto, certidões manuscritas com o mesmo teor de informações, assim como pequenos papéis em que apenas consta o nome da ama, da última criança que teve a seu cargo ou a indicação de que esta faleceu, a data de admissão e a aprovação do Facultativo ou da Directora. Tal acontece quando se trata de amas que já tinham estado ao serviço da Casa da Roda e se encontram em circunstâncias de serem habilitadas a criar outro exposto, seja por o anterior já ter ultrapassado a idade de aleitamento, ou por morte do mesmo. As guias de habilitação destinavam-se a amas de fora que procuravam expostos em idade de aleitamento, todavia, nalguns casos encontra-se a indicação de que se tratava de amas de seco e, nesses casos, não surge nenhum tipo de aprovação. As guias encontravam-se dentro de invólucros, organizados em maços, cada um relativo a um mês. No exterior de cada maço encontra-se uma data, correspondente à data de admissão das amas, pelo que utilizámos este dado para atribuir a datação das unidades de instalação. Convém ressalvar, todavia, que as guias no interior de cada invólucro têm datas diversas, uma vez que é a data em que o Pároco redigiu a guia. Falta o ano de 1883.
Estes livros contêm os assentos das Amas de Empréstimo de Fora que cuidaram temporariamente de crianças expostas na Roda. Nos assentos riscados destes livros registaram: o nome, o estado civil (no caso de ser casada acrescentavam o nome do marido) e a morada da Ama de Empréstimo de Fora; o nome da criança; o livro no qual se encontra o assento de entrada ou de saída da criança, dependendo do momento da criação em que saiu para empréstimo; o n.º do exposto (se o livro mencionado for o das entradas); o fl. do assento de saída (se o livro mencionado for o das saídas); a data em que a criança foi exposta na roda (dia, mês, raramente mencionam o ano); a data em que a criança foi entregue à Ama de Empréstimo de Fora (dia, mês, raramente mencionam o ano) e os pagamentos efectuados (40 réis diários). Podem ainda surgir outras indicações como: a saída da criança para uma Ama de Fora; a remoção para outra Ama de Empréstimo, seguindo-se os dados da mesma; ou o falecimento do exposto. Lateralmente podem surgir várias informações. Estas fontes contêm: Índices Alfabéticos dos expostos entregues a Amas de Empréstimo de Fora (nome e número do exposto; indicação do livro no qual se encontra o assento de entrada ou de saída da criança, dependendo do momento da criação em que saiu para empréstimo e o fl.) e Índices Alfabéticos das Amas de Empréstimo de Fora (nome, morada da ama e fl.). Faltam os livros com numeração original 1, 3 e 8.
Termos de entrega de crianças expostas ou desvalidas que se encontravam na Casa Hospício ou junto das amas. Eram entregues aos progenitores ou a outros, que em muitas situações as requisitavam para trabalhar mediante autorização passada pela Junta Geral do Distrito (art. 6 do Regulamentos dos Serviços de Assistência da Junta Geral do Distrito do Porto). Os termos contêm o nome e n.º da criança, a data do ato, identificação da pessoa a quem a criança é entregue, entre outros. O termo era lido na presença de testemunhas que depois o assinavam. Alguns termos contêm indicação relativa a movimentos posteriores das crianças, nomeadamente se fugiu, se voltou para a instituição, ou se foi entregue a outra familia.
Registos de pagamentos de subsídios a amas.
Registos das amas externas da Casa Hospício e respetivos pagamentos salariais. Estas amas estavam encarregadas da criação dos expostos maiores de 10 anos. Os registos incluem o nome e n.º da criança, a data em que foi admitida, e os dados relativos à Ama, como nome, morada, conjuge, profissão e data em que inicia a "criação".
Processos individuais das crianças admitidas no Hospício dos Expostos do Porto. Cada processo contém vários documentos relativos à admissão da criança, tais como guias, certidões e atestados das principais autoridades com competências relativamente a expostos (Regedores de Paróquia, Administradores de Concelho/Bairro e Câmaras Municipais, assim como a Polícia Municipal e Distrital). Os processos podem igualmente conter autos de investigação dos abandonos, certidões de baptismo, bilhetes de abandono e sinais de expostos (os bilhetes são pequenos escritos e os sinais pequenos objectos deixados com a criança no momento do abandono, para identificação futura). Os processos estão numerados segundo a ordem de entrada das crianças no ano, numeração que corresponde aos respectivos assentos nas Entradas. Assim, quando o processo não menciona o nome da criança, este é recuperado nos livros de Entradas.