Escritura de contrato ante-nupcial, [feita] nesta vila de Ílhavo, Rua do Adro, e casas de residência de Domingos António Magano, [onde] foram pessoalmente presentes de uma parte como primeiro outorgante José Mateus dos Santos, solteiro, maior, proprietário, residente em Vale de Ílhavo de Cima, filho legítimo de João dos Santos Vaqueiro e de Joana Nunes de Oliveira, e da outra parte, como segunda outorgante Maria Nunes de Castro, viúva de Paulo Nunes do Couto, maior, proprietária, residente em Vale de Ílhavo de Baixo, filha legítima de José Pedro Ribas e de Maria Rosa Nunes de Castro, ambos desta freguesia de S. Salvador de Ílhavo, deste concelho de Ílhavo, comarca de Aveiro. [Os outorgantes acordaram em celebrar o] matrimónio em face da igreja e na forma do sagrado concílio tridentino. [O] casamento [era] contraído com simples comunhão dos adquiridos, nos termos dos artigos mil cento e trinta a mil cento e trinta e três do Código Civil portugues [e] mil duzentos e trinta e cinco do [mesmo]. [A segunda outorgante era] viúva e [tinha] um filho do matrimónio anterior. Para os efeitos do artigo mil centro e trinta e um do mesmo Código [o primeiro outorgante trazia] para o casal uma terra lavradia, sita na Quina do Simão Martins, em Vale de Ílhavo de Cima, a confrontar do norte com António Maltês, do sul com Luís Simões Diogo, do nascente com Pedro Couceiro da Costa e do poente com vários inquilinos [e era] alodial, uma terra lavradia nas Barreiras do Militar, a confrontar do norte com João Ferreira Solha, do sul com José António Torrão, do nascente com prédio dele mesmo outorgante e do poente com caminho público, outra terra lavradia na Cova da Quinta, a confrontar do norte com caminho público, do sul com João Gomes da Silva Valente, do nascente com João da Silva Branco e do poente com Luís Rodrigues Valente, uma terra lavradia nas leiras, a partir do norte com José Fernandes Teixeira, do sul com João Nunes Morgado, da Quinta do Picado, do nascente e poente com caminhos públicos, um pinhal e seu terreno na Cova do Colaço, a confrontar do norte com José Vieira Resende Novo, do sul com Dionísio da Silva da Lavradora dos Moitinhos, do nascente e poente com servidões públicas, um assento de casas térreas, com seu pequeno quintal [e] poço, sito em Vale de Ílhavo de Cima, a partir do norte com Joaquim Rodrigues Valente, do sul com Manuel dos Santos Vaqueiro, do nascente com caminho público, e do poente com Maria Teresa de Jesus, todos os prédios [eram] alodiais e sitos no limite de Vale de Ílhavo de Cima desta freguesia. [Trazia também] o domínio direto com o foro de novecentos e oitenta e sete litros de trigo galego (medida de Ílhavo) imposto em uma azenha, sitas em Vale de Ílhavo de Cima, a partir do norte com Manuel Nunes Vidal o Maneta e do sul com Francisco Vieira Resende, do Albergue da Palhaça, de que é enfiteuta João dos Santos Zina, viúvo, mestre de farinha, de Vale de Ílhavo de Cima, a quantia de quarenta e oito mil reis, [devida] por título particular António de Abreu [Barro] e mulher, de Vale de Ílhavo de Cima, a quantia de cinquenta mil reis, [devida] por título particular a Rita da Silva, viúva, da Rua do Espinheiro, desta vila, a quantia de trinta e oito mil reis, [devida] por título particular lhe [devia] Maria dos Santos Cabreira, viúva de Tomé António Torrão, de Vale de Ílhavo de Cima, a quantia de quarenta e oito mil reis, [devidos] por título particular [por] Luísa dos Santos Cabedelo, viúva, da Pedricosa, a quantia de quarenta e três mil reis, [devida] por título particular [por] Joana Mestra, viúva de Manuel de Abreu Mestre, de Vale de Ílhavo de Cima, a quantia de duzente e trinta e cinco mil reis, [devida] por cinco títulos particulares [por] João Migueis Dono e mulher do mesmo lugar, a quantia de cento e sessenta e sete mil reis, [devida] por quatro títulos particulares [por] Francisco de Oliveira Vidal e mulher, desta vila, a quantia de trinta e um mil reis [devida] por título particular [por] António dos Santos Capucho, de Vale de Ílhavo de Cima, a quantia de cem mil reis [devida] por dois títulos particulares [por] Gil Nunes Gordo e mulher, de aí, a quantia de sessenta e dois mil reis [devida] por dois títulos particulares [por] Joaquim João Grave, da Pedricosa, a quantia de trinta e oito mil reis [devida] por título particular [por] António Nunes de Castro Júnior e mulher, de Vale de Ílhavo de Cima e a quantia de quarenta e três mil reis [devida] por título particular [por] Francisco Fernandes Samagaio e mulher, do mesmo lugar de Vale de Ílhavo, dinheiro em giro, em negócio de gado bovino [no total de] seiscentos mil reis, e a quantia de duzentos mil reis. A segunda outorgante [trazia para o casal] os bens que [possuía à data da escritura] que [eram] os que lhe pertenceram na sua meação no inventário por óbito do seu marido Paulo Nunes do Couto, [feito no] cartório do quarto ofício. [Declaravam] ambos os outorgantes que os bens que durante a constância deste matrimónio [adquirissem seriam] comuns. [Foram pagas as despesas inerentes à operação]. [Foram] testemunhas Domingos Pereira Ramalheira, casado, distribuidor postal, residente nesta vila de Ílhavo, que assina a rogo da [segunda outorgante], António Pereira Ramalheira, casado, sacristão desta freguesia, residente nesta vila de Ílhavo e Henrique Vieira da Trindade, viúvo, proprietário, residente nas Ribas Altas da Ermida, desta freguesia.