Cópia de testamento das testadoras irmãs Joséfa Maria, solteira, e Luísa Maria, falecida, filhas do defunto Manuel Francisco Morgado, de Alqueidão, pelo testamenteiro o Padre Manuel Francisco Carvalho, cura da freguesia de Ílhavo. As testadoras desejavam ser sepultadas na Igreja da freguesia de São Salvador de Ílhavo, com missas de corpo presente, que os padres dissessem missas por suas almas, com a esmola de 40 réis cada uma. Luísa Maria (falecida) desejou que se dissessem 4 000 missas, com a esmola do costume: 2 500 para a sua alma, 750 pelos seus pais e irmãos, e 750 pelos seus avôs,avós, tios e tias. Além destas, queria 30 missas pelas pessoas com quem contratou. Desejou que se dessem aos pobres da sua freguesia, depois da sua morte, 30 alqueires de milho e 100 000 réis. Deixava 15 000 réis para se comprar 1 cortina para servir de tapavento na Capela do Santíssimo Sacramento da sua freguesia. Deixava 15 000 réis para comprar 1 banqueta para a Capela de Nossa Senhora do Pranto da mesma freguesia. Luísa Maria deixava à sua afilhada Luísa, filha da defunta sua sobrinha Maria Luísa, 1 leira de terra, na Chousa Velha de Baixo, com capacidade de semear 3 alqueires e 1 pinhal, na Alagoa do Junco. Deixava também a Maria, filha da sua dita sobrinha Maria Luísa, 1 área de terra capaz de semear 6 alqueires, na Chousa Velha de Cima, com a condição de Luísa e Maria (filhas da sua sobrinha Maria Luísa) desfrutarem das terras apenas depois do falecimento da sua irmã e testadora Joséfa. Deixava ao seu afilhado António, filho do seu sobrinho o bacharel Manuel da Rocha Fradinho, 100 000 réis. Deixava à sua afilhada Luísa, filha de Luís Nunes Vizinho, da Légua, 1 bocado de mato e pinheiros, na Gandra, que corre com a estrada chamada dos Moleiros, perto das Quintãs e 1 abotoadura de prata encadeada. Deixava a Manuel Ferreira Ré, da Chousa Velha, 1 bocado de praia, chamado o João Calancho, perdoando-lhe as rendas ou alugueres pela mesma. Deixava a Perpétua, filha de José do Barqueiro, de Espinheiro, 1 terra no João Calancho, perdoando-lhe as rendas ou alugueres pela mesma. Perdoava Luís Nunes Vizinho, da Légua, de 1 renda de 6 alqueires de milho. Perdoava a renda de 6 alqueires de milho a quem estiver no Chão da Quinta de Além. Perdoava os lucros do dinheiro aplicado num contrato do ano do seu falecimento, excepto dos contratos de empréstimo. Joséfa Maria desejou que se dissessem 4 000 missas, com a esmola do costume: 2 500 para a sua alma, 750 pelos seus pais e irmãos, e 750 pelos seus avôs,avós, tios e tias. Além destas, queria 30 missas pelas pessoas com quem contratou. Desejou que se dessem aos pobres da sua freguesia, depois da sua morte, 30 alqueires de milho e 100 000 réis. Deixava a Maria, filha da defunta sua sobrinha Maria Luísa, 1 terra, na Chousa do Agostinho. Deixava a Luísa, filha da defunta sua sobrinha Maria Luísa, o foro devido da Vessada do Ribeiro Velho e 10 moedas de ouro (48 000 réis)com a condição de Luísa e Maria (filhas da sua sobrinha Maria Luísa) desfrutarem das terras ou das moedas apenas depois do falecimento da sua irmã e testadora Luísa. Deixava a seu sobrinho, o bacharel Manuel da Rocha Fradinho, o Chão da Alagoa, que também só poderia desfrutar depois da morte de sua irmã e testadora Luísa. Perdoava os lucros do dinheiro aplicado em contratos do ano do seu falecimento, excepto os empréstimos. As 2 testadoras deixavam ao bacharel Manuel da Rocha Fradinho, 1 assento de casas, em que viviam, depois da morte das 2 testadoras. Os restantes bens não mencionados são atribuídos aos seus sobrinhos herdeiros bacharel Manuel da Rocha Fradinho, José e Joséfa, todos irmãos, filhos de Luís da Rocha Fradinho, depois da morte das 2 testadoras. Nomeiam como testamenteiro, que fará cumprir as disposições num prazo de 2 anos, o Padre Manuel Francisco Carvalho, Cura da freguesia de Ílhavo.