Scope and content
Esta coleção é constituída por 124 diapositivos, em suporte de vidro: 29 simples, 30 panorâmicos e 65 estereoscópicos. Têm um vidro de proteção do lado da emulsão. Os dois vidros estão unidos, pelos bordos, com uma fita de papel preta. Foram acompanhados por uma lista descritiva, feita originalmente por Alexander Lamont Henderson, com um número atribuído pelo colecionador, de forma sequencial.Este fundo foi acompanhado, desde a sua incorporação no PMV, de mostruários impressos das fotografias, sendo, um deles, da totalidade das imagens e, outros, para cada tipo de diapositivos (simples, panorâmicos e estereoscópicos). Foi, também, acompanhado de cópias dos diapositivos, em negativos de película de 35mm, monocromáticos. Posteriormente, o PMV efetuou novas cópias, em negativos de película, de 13 x 18 cm., monocromáticos.As imagens deste fundo foram captadas entre 10 de janeiro de 1906, data da chegada de Alexander Lamont Henderson à ilha da Madeira, e 24 de abril de 1906, data da sua partida.Durante este período, esteve hospedado no Bella Vista Hotel, como é possível confirmar pela consulta do jornal Diário de Notícias que, semanalmente, publicava os nomes dos hóspedes dos hotéis.Antes da sua chegada, no dia 7 de janeiro, tinha-se dado o motim popular que levou à invasão do Lazareto de Gonçalo Aires, sob a direção clínica do Dr. António Balbino do Rego, e à “libertação” dos doentes ali internados e isolados. Como consequência, foi enviado para o Funchal o cruzador D. Carlos, que chegou no dia 10 de janeiro, e aí ficou estacionado, para auxiliar à manutenção da ordem pública, até o dia 11 de fevereiro. Durante esse período, uma força do cruzador ficou aquartelada no palácio de São Lourenço.A 18 de janeiro, uma comunicação de que o vapor São Miguel não viria à Madeira, devido ao estado sanitário da ilha, levou a uma movimentação de protesto, iniciada na Associação Comercial do Funchal, e que se estendeu à população, gerando ajuntamentos de pessoas na Entrada da Cidade.A 29 de janeiro chega à Madeira o novo Governador Civil do Distrito, capitão de engenharia João Soares Branco, motivando a sua chegada uma aglomeração de curiosos no cais e na Entrada da Cidade.No dia 1 de fevereiro o Governador Civil foi a bordo do cruzador D. Carlos I retribuir a visita que o comandante lhe havia feito no dia anterior. Circulou, então, um boato de que o objetivo dessa visita era o de trazer para terra o Dr. António Balbino do Rego, que se encontrava no cruzador, levando a que, no cais e nos seus arredores, se juntasse um grande número de população.Alguns destes acontecimentos, ou o resultado deles, parecem ter sido captados por Alexander Lamont Henderson nas suas imagens da cidade do Funchal, nomeadamente na praia, no cais, na Entrada da Cidade e no palácio de São Lourenço.Também podemos observar alguns dos locais citadinos mais visitados, na época, pelos turistas, bem como de percursos turísticos então realizados, como seja, o passeio ao Pequeno Curral, ao Grande Curral e a Câmara de Lobos.