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DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: não consta dos autos. ENCARGOS (ANUAIS): três missas rezadas. O despacho do juiz dos Resíduos, publicado em 1792-03-14, informa que esta capela tem de pensão nove missas celebradas nas nove festas de Nossa Senhora, celebradas no convento de São Francisco onde estava enterrado o instituidor, e nessa conformidade manda fazer a conta e proceder a sequestro (não efetivado). Porém, as tomadas de contas finais do processo referem a pensão de três missas. BENS DO VÍNCULO: fazenda sita na freguesia de São Martinho, de acordo com conta tomada a José dos Reis de Basto em 1704-03-26 (f. 56). Este esclarece que esta fazenda pertencia então ao capitão Zenóbio Acciaiolly, que lha vendera a retro aberto D. Jorge Henriques, e que estava em litígio. Na conta seguinte de 1733 (f. 56 v.º), é administrador Francisco Sanches de Baena Henriques. SUCESSÃO: não consta dos autos. ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS em 1634-09-09, data da primeira quitação: Francisco de Noronha Henriques. Segundo inscrição na folha de rosto, parece suceder-lhe Francisco Henriques, por doação feita por seu sogro Francisco de Noronha. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Sebastião Francisco Falcão Lima e Melo Trigoso, pelo seu procurador.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: escritura de dote e casamento (f. 2 v.º-8 v.º) celebrada em 1644-09-05, entre o instituidor, sua mulher Ana da Silva Usadomar e os dotados, seu filho Inácio da Costa Usadomar e sua noiva D. Antónia Berenguer, filha de Heitor Nunes Berenguer e de D. Maria de Lira. Escrivão: António Gonçalves Boim, tabelião de notas nesta cidade do Funchal. ENCARGOS (ANUAIS): dois mil réis de foro para dez missas (nove rezadas e uma cantada em dia de Nossa Senhora, a 8 de dezembro), pagos à Confraria de Nossa Senhora da Conceição da igreja da Ribeira Brava, situada junto à fazenda dos instituidores. BENS DO VÍNCULO: dotam as terças dos seus bens «de mão comum», impostas em vários lugares na Fajã dos Bichos, limite do lugar da Ribeira Brava, no escravo preto Manuel e no escravo Bernardo de Cabo Verde. Nestas fazendas instituem vínculo de morgado «fazem dellas morgado porquanto todas sam livres». SUCESSÃO: nomeiam o filho dotado Inácio da Costa Usadomar, depois o filho ou filha legítimo primogénito; não os tendo, ficaria à dotada D. Ana Berenguer e a D. Maria da Silva, filha dos instituidores. Não havendo herdeiros, e sendo os instituidores ainda vivos, estes poderiam nomear quem lhes parecesse; e morrendo eles instituidores e ficando o dito filho Inácio, então este poderia nomear num parente da geração de seu pai ou mãe. OUTROS VÍNCULOS: i) no seu codicilo (f. 12-17), aprovado em 1665-12-23, institui outro vínculo imposto na quinta e ermida de Nossa Senhora da Boa Nova na freguesia de São Gonçalo, com encargo de missa cantada e pregação no dia do seu orago, e que deixa ao filho; porém, uma informação do promotor fiscal dos Resíduos (f. 39 v.º), de março de 1792, menciona que o instituidor no seu codicilo não poderia «acrescentar-lhe mais nada» (outras pensões), visto que vinte e um anos antes já tinha dotado a sua terça ao filho, com o ónus dos 2000 réis. ii) na aludida escritura de dote, por sua morte, nomeia o filho na administração do vínculo de sua mãe (do instituidor) Maria de Araújo, imposto numa quinta na freguesia de Santo António, que parte pelo norte com a quinta das freiras de Santa Clara, sul com fazenda de Bento de Matos Coutinho. ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS em 1698-02-01: D. Joana de Menezes, viúva de Manuel de Vasconcelos e Silva e nora de D. Antónia Berenguer (acima dotada), na qualidade de tutora de seu filho menor Bernardo de Vasconcelos. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Sebastião Francisco Falcão Lima e Melo Trigoso, pelo seu procurador. Outras informações da escritura de dote (f. 2 v.º-8 v.º): BENS DOTADOS PELOS PAIS DA NOIVA: dotam as suas terças (sem nomeação de encargos); mais um alvará de capitão entretenido de uma das praças desta cidade, com ordenado de 80.000 réis anuais pagos pelo almoxarifado da Alfândega; uma morada de casas sobradadas junto à igreja matriz da vila da Calheta; fora a escrava Luísa da Guiné, que era da dotada D. Antónia Berenguer. BENS DOTADOS PELOS PAIS DO NOIVO: as suas terças, acima referidas; quatro serrados de vinhas e árvores de fruto no lugar da Ribeira Brava (o Serrado da Cruz, da Caldeira, das Freiras e do Pinheiro), comprados a Sua Magestade, por escritura de 1644-06-08 de Francisco do Vale, tabelião em Lisboa, sendo que sobre estes serrados corre litígio com a mulher e filhos de Diogo Fernandes Branco. Caso esta demanda não findasse no ano seguinte, comprometiam-se a dar aos dotados 600 mil réis em dinheiro de contado; um lugar de vinhas e árvores de fruto nas Fontes, Ribeira Brava; outro serrado de vinhas e árvores de fruto, com casa palhaça, na Madalena do Mar; o direito e senhorio de um moio de trigo anafil, posto e medido no Funchal, pago pelo licenciado Bento de Matos Coutinho e imposto no serrado da Amoreira (cf. escritura feita em 1639-12-16 pelo notário Luís Gonçalves); outro moio de trigo pago por António Gomes, morador na vila da Calheta, e outros; uns montados e terras por cima da ermida de Santa Ana, da freguesia de São Roque, com a condição de deixarem pastar trinta cabras neste montado, em vida dos dotadores; dotam, ainda, um escravo Bento e uma mulatinha Violante; finalmente, a quinta na freguesia de Santo António, atrás referida. LITERACIA: as dotadoras D. Ana da Silva Usadomar e D. Maria de Lira não sabem escrever. TESTEMUNHAS: Sebastião de Teives, que assinou a rogo de D. Ana da Silva; António Gonçalves, mareante, morador na Ponta do Sol, ora estante nesta cidade; Baltazar de Abreu Berenguer, que assinou a rogo da mãe D. Maria de Lira; Outras informações do codicilo (f. 12-17) aprovado em 1665-12-23, aberto a 25 do mesmo mês e ano: Valida o último codicilo que havia feito na ilha da Madeira e ficara na mão de Francisco Gonçalves, capelão da Sé. HERDEIRO UNIVERSAL: o filho Inácio da Costa de Vasconcelos. ENTERRAMENTO: igreja de Nossa Senhora dos Mártires, Lisboa, onde ora era freguês, residente na rua da Barroca. TESTAMENTEIROS: o filho e, em Lisboa, Martim Gonçalves de Souto e o Dr. Gregório de Madeira. DÍVIDAS: 8000 réis a Pedro Valenstein, estrangeiro, morador em São Paulo, Lisboa; 6000 réis a Luís de Moura, morador à Esperança, Lisboa; 10.000 réis a Martim Gonçalves de Souto; 4000 réis ao desembargador Gregório Gomes Madeira. ESCRAVOS: Joana, parda, determina que e enviem para a casa do filho na Madeira; escravo preto Manuel e escravo Bernardo de Cabo Verde, incluídos na terça dos bens.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1618-01-02 pelo tabelião Pedro de Quental, aberto em 1618-02-03, no Funchal. ENCARGOS (ANUAIS): missa quotidiana paga com meio tostão cada uma (50 réis). REDUÇÃO DE ENCARGOS: a sentença do juiz dos Resíduos, emitida em 1630-04-06 (f. 90-91), reduz este encargo a meio anal de missas, por conta dos bens que o então administrador Manuel Dias de Araújo possuía nesta Ilha, e em virtude de não dispor da totalidade da terça, bem como de não se terem cobrado muitas dívidas. Até 1632 as contas são tomadas a 9000 réis ao ano; em 1691 já se tomam contas por 7333 réis anuais, valor que é ratificado por sentença do ouvidor geral de 1733-06-19, que transitaria em julgado, quando determinou que se tomassem as contas na forma praticada (f. 135-138 v.º e 140-141 v.º). Esse valor de 7333 réis anuais para missas ainda é referido em quitação de 1825 (f.217), pelo que é de supor que se mantivesse até à extinção do vínculo (as posteriores quitações dos autos são mistas com as demais capelas do administrador). Nestes autos, contam-se três breves de composição de missas obtidos pelos administradores nos anos de 1734, 1751 e 1760. BENS DO VÍNCULO: imposto na terça dos bens não especificados no testamento «se tomara de minha terça aonde quer que me couber» (f. 57). Uns embargos de 1630 (f. 93) interpostos por Manuel Dias de Araújo, e diversas quitações, identificam que a terça foi tomada na Quinta de Santo António. SUCESSÃO: nomeia o filho Manuel e seus filhos, não o tendo ficaria à outra filha do testador, D. Ana Bettencourt. Na falta de descendência, a administração do vínculo passaria à Santa Casa da Misericórdia, acrescendo a obrigação anual de três ofícios de nove lições. Até o filho atingir os 18 anos seria administrador o marido Gaspar Coelho de Viveiros, que receberia pelo trabalho 15.000 réis anuais. OUTRO VÍNCULO: por escritura de doação (f. 68-69) feita a sua neta D. Leonor, filha de Brás de Freitas da Silva e de sua filha D. Ana, a instituidora doa mil cruzados de sua terça com obrigação de uma missa rezada em dia de Nossa Senhora da Candelária; mantém tal doação, ainda que a neta falecesse antes dela. Deste vínculo não se prestam contas nestes autos. ADMINISTRADOR em 1618-12-07, data do primeiro auto de contas: seu marido, o sargento mor do Porto Santo, Gaspar Coelho de Viveiros. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Sebastião Francisco Falcão Lima e Melo Trigoso, pelo seu procurador. Outras informações do testamento (1.º traslado f. 6-10; 2.º traslado f. 55-59): ENTERRAMENTO: convento de São Francisco. FILIAÇÃO: filha de Maria de Barcelos. LEGADOS: a Nossa Senhora do Monte a sua saia de veludo azul; à mãe Maria Barcelos 17.000 réis do rendimento da terça; 2.000 réis ao Espírito Santo da Calheta onde se batizou; 50.000 réis para casar cinco órfãs (10.000 réis a cada). LITERACIA: não sabe ler nem escrever. TESTEMUNHAS: Rui Calaça Borges, que redigiu e assinou a rogo da testadora; Jorge Lomelino; Bento Gonçalves; Francisco Gonçalves, filho de Lucas Gonçalves; Gonçalo Ferreira; António (ou Gaspar?) Coelho. Outros documentos: F. 11-18 – Traslado de petições e quitações respeitantes à administração da capela. Inclui quitações passadas pelos cirieiros Manuel Pires e Francisco de Sousa. Na f. 11 v.º, quitação de 1618-08-09, dos mordomos de Nossa Senhora do Monte, relativa ao legado de uma saia de veludo azul com cinco passamanes de prata fina. Na f. 17, quitação de Catarina Fernandes, moradora na rua de João de Castro, referente ao legado de 10.000 réis. F. 25 – Despacho do juiz dos Resíduos, emitido em 1628-06-10, do juiz dos Resíduos, Manuel Rodrigues Pedreira, para se proceder ao embargo nos bens que possui nesta ilha o testamenteiro Gaspar Coelho de Viveiros. F. 26 – Resumo das obrigações deixadas pela testadora. F. 28-31 – Carta precatória para a vila da Calheta, emitida pelo juiz e provedor das capelas em 1628-07-10, para embargar todos os foros e rendas que nessa vila tiver Gaspar Coelho de Vasconcelos, designados pelo seu administrador Francisco Álvares “o Velho”. F. 32 – Petição de Manuel Dias de Araújo, de julho de 1628, onde diz saber que Gaspar Coelho de Viveiros cumpriu os legados com todos os rendimentos em nove anos; pede que tudo seja remetido a D. Estêvão Leitão de Meireles, para que se lhe seja dada a sua terça, conforme lhe deixou sua mãe. F. 34 – Certidão do registo de batismo de Manuel, filho de Francisco Dias, mercador, e de Maria de Araújo, batizado em 1610-01-19. F. 34 v.º – Declaração do testamenteiro Gaspar Coelho de Viveiros sobre a administração da capela: reconhece que sempre administrou os bens pertencentes a esta terça e a parte da defunta, por se encontrarem místicos e a terça não fora apartada. Porém, em defesa dos mesmos bens já recebera «notável perda», que importava em mais de 4000 cruzados, advinda das demandas e esbulhos «que lhe fizeram Bras de Freitas da Silva e seus cunhados pelo que embarcou muitas vezes pera o Reino com agravos que tirou (…) como por muitas vezes o perigo de ser cativo de mouros como lhe cativarão um seu homem». F. 47 v.º-48 – Despacho do juiz dos Resíduos de 1629-02-21. F. 49 v.º - Embargos de nulidade interpostos por Manuel Dias de Araújo à sentença atrás. F. 53 – Informação do procurador do Resíduo onde diz que os embargos são inadmissíveis por as partilhas da herança de Maria de Araújo já estarem feitas e se apartara a terça de que é senhor o embargante Manuel Dias de Araújo. E posto que a dita terça ainda não fosse dividida e separada, sempre a houve por mística, pois a defunta a tomou em seu testamento e dispôs dela com obrigação dos 15$000 réis que deixou ao embargado. F. 55-59 – Traslado do testamento da instituidora. F. 68-69 – Traslado de uma escritura de doação feita em 1616-10-22, em que Maria de Araújo, viúva de Francisco Dias, doa mil cruzados a sua neta D. Leonor, filha de Brás de Freitas da Silva e de sua filha D. Ana. Esse valor seria apartado da terça dos seus bens e teria a obrigação anula de uma missa rezada em dia de Nossa senhora da Candelária. Testemunhas: Francisco de Torres, mercador; João Coelho, boieiro; Fernão Gonçalves, moedor. Tabelião: Francisco Correia, tabelião de notas no Funchal. F. 90-91 – Sentença do juiz dos Resíduos, emitida em 1630-04-06, de redução do encargo desta capela a meio anal de missas, por conta dos bens que o administrador Manuel Dias de Araújo possuía nesta Ilha, até que se anexassem os restantes; de facto, diz-se que a terça da testadora permaneceu indivisa desde o seu falecimento, em 1618-01-31, até 1629, ano em que o desembargador «fez partilha desta fazenda», tendo-se adjudicado à terça: 808.900 réis em bens na Ilha e outros 628.400 réis fora desta Ilha, no Brasil e outras partes, bem como dívidas por cobrar e rendimentos de vinho, trigo e foros, entre os quais o rendimento de 47 pipas de vinho que que o genro havia mandado para o Brasil por intermédio de António Simões. F. 93 – Embargos interpostos por Manuel Dias de Araújo, a argumentar que à terça pertence somente a quinta que está junto a Santo António e que rende anualmente 8 a 9 pipas de vinho, parte para o meeiro, «e assim lhe não fica couza livre». F. 95 – Sentença do juiz dos Resíduos, datada de 1630-06-14, que não recebe os embargos. F. 96 – Sentença de 1632-02-21 a ordenar os embargos dos bens do administrador para cumprimento das obrigações desta capela. F. 97 – Auto de juramento, dado em 1691-07-06, à administradora D. Luísa Berenguer, viúva do capitão Francisco de Carvalhal de Figueiroa, em que declara: i) tinha dado um saco de trigo ao comissário das Capelas, frei João da Cruz; ii) em novembro de 1685, ainda lhe mandara em penhor uma rosa de ouro para o dito comissário soltar uma mulata que «lhe prendera». F. 129 – Apelação para o ouvidor geral do administrador Francisco Sanches de Baena, alegando que a esmola taxada pelo instituidor é de meio tostão cada missa e a conta tomada em 1731 (f. 128 v.º-130) é de 120 réis cada (valor da esmola comum). F. 137 v.º-138 v.º - Traslado da sentença do ouvidor de 1733-02-24, que sentencia não ter sido bem julgado pelo juiz do Resíduo em tomar a conta acrescentando a esmola, quando o que se deve observar é a vontade do testador, mandando que se tomem contas na forma costumada. Nas folhas seguintes (140 v.º-141 v.º) reafirma-se esta sentença do ouvidor geral desta capitania, Luís da Silva Brito «tome a conta na forma que sempre se deo». F. 148-152 – Breve de composição de missas obtido pelo administrador Francisco Sanches de Baena Henriques em 1734-07-07 (original em latim e tradução). F. 154-157 e 159-162 – Breves de composição de missas obtidos pela administradora D. Joana Francisca de Meneses, viúva de Francisco Sanches de Baena Henriques, em 1751-06-05 e 1760-06-28, respetivamente. (original em latim e tradução). F. 181 v.º - Sentença do juiz dos Resíduos, datada de 1792-03-14, onde constata que, na forma da instituição, o meio anal de missas custaria aproximadamente 8.625 réis e não 7333 réis. F. 182 v.º - Informação do procurador do Resíduo onde refere que, efetivamente, até o ano de 1632 se tomaram contas a 9000 réis ao ano, e que na conta de 1691 é de 7333 réis, tendo uma sentença posterior do ouvidor determinado que se tomassem as contas como se estava praticando, valor que se manteve até ao presente; mais informa que caberia ao juiz optar por uma das duas alternativas. A consequente sentença do juiz dos Resíduos, de 1794-07-08, condena o administrador na conta tomada a f. 181 (valor anual de 7333 réis).
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1600-04-08 pelo tabelião António de Carvalho. ENCARGOS (ANUAIS): uma missa rezada em dia de Nossa Senhora do Rosário. BENS DO VÍNCULO: imposto na terça dos seus bens. No inventário dado por óbito do instituidor, são descritos os bens adjudicados à terça, no valor de 683.866 réis (II vol, f. 22 v.º): catorze horas de água dos Piornais; serrado de terras de canas atrás de São Pedro, sujeito a um cruzado de foro à Misericórdia; um moio de trigo de foro anual pago por João Gonçalves Botelho; um moio de dez alqueires de trigo anafil pago anualmente por Brás Pacheco Tavares; 7700 réis da fornada da viúva; mais 116.000 réis. SUCESSÃO: nomeia a mulher, por morte desta as três filhas para ingressarem num mosteiro; por morte da derradeira ficaria ao filho D. Francisco e seus descendentes por linha direita. OUTROS VÍNCULOS: refere que, por falecimento de sua irmã, herdou a terça de seu pai com a faculdade de nomeação, pelo que agora designava na respetiva administração o filho D. Francisco. ADMINISTRADOR EM 1600-04-14, data da primeira quitação: a mulher, a quitação é dada pelo testamenteiro, seu cunhado Gaspar de França de Andrade. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Sebastião Francisco Falcão Lima e Melo Trigoso, pelo seu procurador. Outras informações do testamento (I vol. f. 4-6; II vol. f. 12-14): CÔNJUGE: D. Isabel Grega, filha de Tomé Sardinha. MORADA: Funchal, além da ponte de São Pedro. ENTERRAMENTO: Sé do Funchal, junto ao sogro, em sepultura nova que se compraria e cobriria com uma campa com o letreiro que diga «meu e de minha molher e desendentes». PROTEÇÃO DE PESSOA: o instituidor pede à mulher que faça a D. Helena, criada por sua mãe, o que ela julgasse «ser rezão he honrra» (f. 5). LITERACIA: não redige nem assina o testamento por estar fraco e não poder. TESTEMUNHAS: cunhado João Sardinha; cunhado Gaspar de França de Andrade; João de França; João de Faria; João Fernandes preto, sapateiro; António Gonçalves, alfaiate; Francisco Gonçalves, surrador, todos moradores nesta cidade. Outros documentos: I vol., f. 21 v.º - Sentença do juiz dos Resíduos, emitida em 1603-03-20, a desobrigar D. Isabel Grega da testamentária de seu marido. II vol – Autos de inventário dos bens de D. Leão Henriques, inventariante a mulher D. Isabel Grega. Filhos herdeiros: D. Francisco, D. Afonso, D. Joana, D. Maria e D. Antónia. 1611-1618. Destacamos: F. 4 – No título da roupa de cama: um cobertor vermelho e amarelo de damasco da Índia; F. 4 v.º – No título das tapeçarias: dois coxins de veludo verde e damasco no valor de 3.500 réis; F. 6 - No título do VESTUÁRIO: uma vasquinha de cetim preto; outra de veludo azul; um saio alto de cetim preto, outro de veludo preto; um corpinho (?) de tela de prata; F. 7 – AÇÚCAR: sete arrobas de marmelada branca, valendo cada uma 1600 réis; sessenta forminhas pequenas de açúcar no valor de 6500 réis; nove pães de açúcar de meles no valor de 2600 réis; F. 7 v.º - No título dos ESCRAVOS: escravo preto da Guiné chamado Pedro, com cerca de trinta anos, avaliado em 35.000 réis; outro escravo preto da Guiné, com cerca de quinze anos, avaliado em 25.000 réis; mulato André com cerca de trinta e cinco anos, avaliado em 30.000 réis; outro mulato pequeno, de cinco anos, chamado Gaspar, no valor de 10.000 réis. F. 18 – AÇÚCAR: 34 arrobas de açúcar do Brasil que a inventariante tinha para vender; 270 pães de açúcar deste ano também para vender; ESCRAVOS: a inventariante dá a inventário uma escrava de sete anos que comprara depois da morte do marido por 33.000 réis, em dívida. F. 21 a 36 – Partilhas. Total dos bens inventariados e avaliados: 4.103,200 réis. Coube à terça do defunto: 683.866 réis; coube a cada metade (da mulher inventariante e dos filhos): 2.051.600 réis.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1612-12-20 pelo notário Pêro de Quintal; aberto em 1613-01-21. ENCARGOS (ANUAIS): 500 réis a Nossa Senhora dos Remédios «da Quintã que esta na fazenda dos Padres» (Quinta Grande). As quitações de satisfação deste encargo são passadas pelos mordomos da Confraria de Nossa Senhora dos Remédios. BENS DO VÍNCULO: terras na «Quintã» (Quinta Grande) avaliadas em cerca de dois mil cruzados (f. 11). Para além do encargo perpétuo, o herdeiro desta fazenda seria obrigado a: i) repartir por órfãos e pobres a primeira novidade daquele ano; ii) dar 1000 cruzados a D. Isabel, sua cunhada e prima do testador, por ser pobre e para a meter num mosteiro; não querendo ser freira, manda que se aparte o mesmo valor na fazenda, sendo que essa parcela tornaria ao herdeiro após a sua morte; esclarece, ainda, que este legado fá-lo por ela ser pobre, pois não tinha nenhuma obrigação, não obstante «diz[er]se pela terra que eramos cazados». SUCESSÃO: nomeia o irmão Francisco de Bettencourt Henriques. O testamento não determina a sucessão, mas na folha de rosto do processo consta seguir-se na administração do vínculo o sobrinho do instituidor, Francisco de Noronha Henriques. OUTROS VÍNCULOS: instituiu outro vínculo de morgado sujeito ao encargo anual de um ofício de três lições ofertado com um saco de trigo, um barril de vinho e um carneiro, que nomeou no irmão António Correia Henriques e descendentes, não os havendo ficaria ao herdeiro mais chegado de seus pais («faso morguado com ho leguado asima» - f. 9). Propriedades vinculadas: serrado da Adega, tirando a Ladeira; serradinho defronte de São Sebastião, com o encargo que tem; serrado do Espírito Santo; e os poios defronte das casas que herdou e comprou. A este morgadio junta o morgado de D. Filipa de Bettencourt, a terça de D. Guiomar Correia e, ainda, a terça das casas que deixou D. Guiomar Correia ao irmão António Correia. Deste vínculo não se prestam contas nestes autos. O nomeado António Correia Henriques toma posse destes bens em 1613-04-19 (f. 13-15). ADMINISTRADOR EM 1612-12-27, DATA DA PRIMEIRA QUITAÇÃO: seu irmão Francisco de Bettencourt Henriques, morador no lugar de Câmara de Lobos. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Sebastião Francisco Falcão Lima e Melo Trigoso, pelo seu procurador. Outras informações do testamento (f. 8-12; 2.º traslado de 1622, f. 65-70): ENTERRAMENTO: convento de São Francisco do Funchal, em sepultura da tia D. Maria Henriques, onde se encontrava enterrada a mãe D. Francisca Henriques. OUTRAS PROPRIEDADES DEIXADAS AO IRMÃO FRANCISCO DE BETTENCOURT HENRIQUES: i) fazenda na Ladeira sobre Câmara de Lobos; ii) serrado do Pastel; iii) metade da água da Levada Nova, assim como lhe coube na partilha; iv) o que herdou do engenho e o que comprou com benfeitorias – com a obrigação de pagar o que deve a Jacques Guilherme Domes(?), mercador flamengo, bem como todas as outras dívidas respeitantes à lavoura do açúcar, lenha e outras coisas do engenho; não aceitando este encargo, deixa ao irmão António Correia, não querendo ficaria a Manuel Lopes de Abreu; v) serrado da Torre com sua água e a junceira abaixo do mesmo, com a obrigação inerente por alma do pai e a condição de aí deixar morar Domingos Lopes e mulher, bem como de concluir o lagar que tinha começado; vi) Ladeira do Caramanchão onde vivia o Serrão – com a condição da novidade do ano fosse para pagar as suas dívidas, principalmente a Fernão Rodrigues Pinto; LEGADOS (a que estava obrigado o irmão António Correia): deixa 30.000 réis a D. Joana, filha do primo D. Afonso Henriques, para um colar; deixa 10.000 réis que deve a Luzia de Sá, que está em casa de seu irmão. LEGADOS (a que estava obrigado o testamenteiro Francisco de Bettencourt Henriques): deixa ao irmão António Correia o guarda-roupa, a caixa grande e a mesa grande, e os móveis «de pano de linho e de cor»; deixa à sua ama Catarina de Chaves um colchão, um travesseiro, dois lençóis e um cobertor; deixa a Domingos Lopes, filho de Catarina Lopes, as melhores duas peças dos seus vestidos com uma espada; os demais móveis (entenda-se, a roupa como todo o serviço de casa), deixa à dita Catarina Lopes, sendo metade para a filha e a outra metade para a neta; a Domingos Lopes deixa os demais vestidos; ao moço António por alcunha “o Serrão” lega 30.000 réis quando se souber governar; ao moço “o Campanário” lega um vestido e 10.000 réis, também quando se souber governar; deixa à filha de Catarina Lopes 25.000 réis procedentes da venda da Lourencinha. LITERACIA: não redige, mas assina o testamento. TESTEMUNHAS: irmão e testamenteiro Francisco de Bettencourt Henriques; António Gonçalves Florença; Gaspar Gonçalves, criado de António Correia Henriques; Manuel de Aguiar, morador em Câmara de Lobos; Gaspar de França de Andrade, fidalgo de geração; Sebastião Fernandes e António Lopes Serrão, criados do dito Gaspar de França, todos moradores na cidade do Funchal. Outros documentos: F. 13-15 – Traslado do auto de posse, dada em 1613-04-19, a António Correia Henriques, de várias propriedades em Câmara de Lobos. F. 16 – Petição de Francisco Bettencourt Henriques a requerer certidão nas notas de Pêro Nogueira, de como corre demanda com D. Isabel de Vasconcelos sobre os mil cruzados deixados pelo seu irmão e que ela não quis aceitar. Segue-se certidão de 1614-11-28. F. 19 e 38 – Quitações de Jacques Guilherme Dome(?). F. 22 – Quitação de Francisco Gonçalves, casado com Isabel Lopes, filha de Catarina Lopes, de como recebera 5000 réis de contado. 1614-02-14. F. 23 – Quitação de Isabel Martins, moça órfã e filha de Madalena Gonçalves, de como recebeu 10.000 réis. 1614-04-28. F. 24 – Quitação de como António Fernandes, moço que serviu o testador, recebeu um vestido. 1614-09-11. F. 25 – Quitação de Domingos Lopes de um ferragoulo de baeta e uma roupeta de baeta nova uma espada; diz, ainda, ter recebido todos os móveis que o testador deixara a sua mulher Catarina Lopes e filha. 1614-10-27. F. 47 – Quitação de Catarina de Chaves. 1614-08-07. F. 53 – Carta do testamenteiro Francisco de Bettencourt Henriques a dar conta do cumprimento dos legados. F. 62 – Auto que mandou fazer o juiz dos Resíduos sobre a conta que devia Francisco de Bettencourt Henriques do testamento de seu irmão. Inclui declaração do testamenteiro com lista das obrigações cumpridas e em falta; lista também as obrigações do irmão António Correia Henriques.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1563-01-22 pelo tabelião João Gonçalves. ENCARGOS (ANUAIS): uma missa cantada em dia de Nossa Senhora do Faial no mosteiro de São Francisco, pela esmola taxativa de 150 réis e duas candeias de vintém (20 réis), mais duas missas em dia de Finados ofertadas com nove pães, duas canadas de vinho e dois círios de vintém, sobre a cova do marido. BENS DO VÍNCULO: encargo imposto no remanescente de toda a sua fazenda móvel e de raiz, a qual fazenda «andara sempre junta com a do dito meu marido». SUCESSÃO: a nomeação seguiria o estipulado para o vínculo do marido, a saber: nomeia a sobrinha Beatriz de Abreu, mulher de Manuel Vieira, a qual nomearia um de seus filhos ou filhas «qual ela mais quizer», sucedendo daí em diante na linha da dita Beatriz de Abreu. OUTROS VÍNCULOS: i) a testadora estabelece outro vínculo com encargo de uma missa anual em dia de Nossa Senhora da Conceição, imposto num assentamento de casas e quintal na rua dos Moinhos que deixa à sobrinha Maria Ferraz. Sucessão: sucederia o filho ou filha primogénito da dita Maria Ferraz, não tendo filhos os bens tornariam aos seus herdeiros (Beatriz de Abreu e seus descendentes). Deste vínculo não se prestam contas nestes autos, aliás, uma nota inscrita na folha de rosto pretende «saber quem posue na rua dos Moinhos». ii) vínculo instituído pelo marido Francisco Ledo, com encargo de quatro missas anuais. A testadora estabelece a sua sucessão: nomeia a sobrinha Beatriz de Abreu, mulher de Manuel Vieira, a qual nomearia um de seus filhos ou filhas «qual ela mais quizer», sucedendo daí em diante na linha da dita Beatriz de Abreu. A este vínculo seria anexado o outro por ela instituído, como acima se menciona. ADMINISTRADOR EM 1627, data do primeiro auto de contas: Manuel Vieira de Abreu, casado com Beatriz de Abreu, morador à rua de São Francisco. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Sebastião Francisco Falcão Lima e Melo Trigoso, pelo seu procurador. Outras informações do testamento (1.º traslado f. 2-5; 2.º traslado f. 35-42): A testadora declara deserdar todos os demais parentes. ENTERRAMENTO: mosteiro de São Francisco do Funchal, em cova da mãe. LITERACIA: não sabe ler e escrever «não sabe assinar». TESTEMUNHAS: bacharel António do Amaral, que assina pela testadora; Fernão Carvalho, cidadão do Funchal; João Gonçalves, lavrador, moradores nesta cidade; António Gonçalves, hortelão que disse ser de Vizela, junto de Guimarães, ora estante nesta cidade; Diogo Fernandes, natural da terra de Lamego, morador em Vila Seca; Aleixos Gonçalves, morador em Sacavém, termo da cidade de Lisboa, ora estante nesta cidade. Outros documentos: F. 33 v.º – Sentença do juiz do Resíduo, publicada em 1792-03-14, especifica as pensões desta capela e ordena o traslado do testamento retro.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: certidão da verba do testamento feito e aprovado em 1592-09-22 (f. 3-3 v.º). ENCARGOS (ANUAIS): 800 réis à confraria de Nossa Senhora da Conceição, da ermida junto ao porto de Câmara de Lobos, sendo a metade (400 réis) para missas. BENS DO VÍNCULO: foro de 800 réis imposto no serrado de malvasia defronte do engenho, casa de purgar e estrebaria, em Câmara de Lobos. Ao tempo da instituição, era foreiro Gaspar Dias e o foro originalmente era de 1000 réis anuais, tendo a testadora deixado 200 réis ao foreiro e reduzido o mesmo foro a 800 réis ao ano. SUCESSÃO: não mencionada na verba do testamento. ADMINISTRADOR EM 1703: Francisco Sanches de Baena; anteriormente a fazenda pertencera a D. Jorge Henriques. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Sebastião Francisco Falcão Lima e Melo Trigoso, pelo seu procurador. Outros documentos: F. 4 – Penhora de uma fazenda que fora de D. Guiomar Correia, sita em Câmara de Lobos, defronte do engenho, tendo se feito embargo das novidades da fazenda em mão do foreiro Agostinho Rebelo, para pagamento dos foros devidos à Confraria.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento feito em 1636-12-22, aprovado pelo tabelião Francisco Mendes Pinto, aberto em 1636-12-25, nas pousadas do juiz ordinário Bartolomeu Machado de Miranda. ENCARGOS ANUAIS: uma missa rezada no capítulo velho do convento de São Francisco. Em 1752-06-05, componenda de encargos pios desta e de outras capelas do administrador D. Joaquim Sanches de Baena (f. 29-31, original em latim e tradução). BENS DO VÍNCULO: institui vínculo de morgado na terça dos seus bens «e faso dela morgado pera todo sempre», a qual «se tirara do melhor parado de minha fazenda», quer no lugarinho de Água de Mel com o lugar do Fraguedo, que são bens livres e fora do morgado de Filipa Aires (f. 2). SUCESSÃO: nomeia a mulher D. Andreza da Silva, depois a filha D. Beatriz de Abreu, e por sua morte esta nomearia uma de suas filhas, à sua escolha, não tendo esta herdeiros ficaria à outra irmã; por morte da derradeira fêmea ficaria a seu irmão Francisco e a seus herdeiros; na ausência de descendência de todos os netos, a terça ficaria à confraria do Santíssimo Sacramento da Sé. Caso algum dos sucessores quisesse aforar a dita terça ou fazer qualquer alheação, ainda que impetrasse uma provisão régia, seria privado da sua administração. ADMINISTRADOR EM 1636-12-26, data da primeira quitação: a mulher D. Andreza da Silva. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Sebastião Francisco Falcão Lima e Melo Trigoso, pelo seu procurador. Outras informações do testamento (f. 2-6 v.º): Testamento iniciado pela mão do testador, e concluído pelo padre João Soeiro de Chaves, visto o testador se encontrar muito fraco. TESTAMENTEIROS: a mulher; a filha Beatriz de Abreu (que casaria com D. Jorge Henriques); a cunhada D. Beatriz da Silva; o sobrinho Cristóvão de Atouguia da Costa. ENTERRAMENTO: capítulo velho do convento de São Francisco, em sepultura dos pais. RETÁBULO/CRUZ: menciona o retábulo de Cristo, que deixa à neta [...], e por sua morte, sendo freira, ficaria ao irmão Francisco «meu neto» (f. 5-5 v.º); ao neto Francisco deixa também um retábulo inacabado, juntamente com as relíquias ricas, madeira de jacarandá e madeira de cedro para as costas, necessários ao seu acabamento «Francisco meu neto a quem tambem deixo logo meu retabolo que tenho pera acabar do oc..e(?) h[...] pera o qual deixo a sua mai em meu escritorio todas as reliquias riquas e nesesareas e madeira de jacarand, pera çe acabar e cedro pera as costas e isto se não fizer em minha vida» (f. 5 v.º); à neta Francisca deixa a sua cruz rica «em que […dei] todo o m[eu] tezouro e reliquias a mais de sincoenta anos», que depois passaria a sua irmã D. And[reza] (f. 5). LIVROS: «todos meus livros e couzas coriozas se meteram em arcas fechadas e darão as chaves a minha molher Dona Andreza e por sua morte a minha filha Dona Breitis e por morte de ambas deixo a meu neto Dom Francisco e ele as pesuira com a moderasão que sempre a eles tive fazendo bem a todos» (f. 5 v.º). PROPRIEDADES: vendera a Jerónimo Pires do Canto um lugar em São Roque que comprara a Maria de Cairos; também lhe vendera umas terras que houvera de Pedro Fernandes da Boa Vista, com exceção de um pedaço adjudicado à terça da mulher do dito Pedro Fernandes da Boa Vista, e que ora pertencia a seu neto Rafael Salgado, filho de António Gonçalves Salgado e de Filipa Gonçalves, com obrigação de uma ou duas missas; comprara aos herdeiros de Dinis Pires toda a fazenda que tinham acima de São Roque. DÍVIDAS: declara ter recebido 50.000 réis «a ganhos» de D. Joana de Barros, mulher de Álvaro de Ornelas de Vasconcelos, antes do seu casamento, ganhos esses que reconhece «não podia levar». LITERACIA: o testador sabe ler e escrever. TESTEMUNHAS: padre João Soeiro de Chaves, Manuel Cabral de Aguiar; Sebastião de Teives; padre Álvaro Vaz da Corte; Francisco Gonçalves Neto; Manuel Rodrigues; Lucas Fernandes. OUTROS VÍNCULOS: o testamento refere a terça da mulher de Pêro Fernandes da Boavista «que he capella» e pertence a seu neto Rafael Carvalho, filho de António Gonçalves Salgado e de Filipa Gonçalves, com encargo de uma ou duas missas rezadas «mão estou bem lembrado» (f. 3).
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1579-09-17 pelo notário Manuel Tavira de Cartas. ENCARGOS (ANUAIS): duas missas celebradas no convento de São Francisco. BENS DO VÍNCULO: toda a fazenda móvel e de raiz «de que eu posso testar», em particular o assentamento de casas e quintal onde vive, no Funchal, e sendo caso que os padres da Companhia de Jesus tivessem necessidade desta propriedade para o seu Colégio, poderiam trocá-lo por outra propriedade de semelhante valor nesta cidade, «tam boa como esta». SUCESSÃO: nomeia o marido, depois a irmã D. Antónia, podendo esta nomear um filho ou filha, «e andara sempre a dita minha fazenda em seus descendentes legítimos». ADMINISTRADOR EM 1594-01-12, data do primeiro auto de contas (f.2): Francisco de Salamanca, marido de D. Antónia. A segunda prestação de contas data de 1634 (f. 1A), sendo administrador Fernão Favela de Vasconcelos. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Sebastião Francisco Falcão Lima e Melo Trigoso, pelo seu procurador. Outras informações do testamento (f. 3-6 v.º): ENTERRAMENTO: mosteiro de São Francisco, capela de San[…], jazigo dos avós. ESCRAVOS: liberta a escrava preta Melícia, na metade que lhe pertence; liberta a escrava preta Francisca, na condição de esta lhe mandar dizer uma missa mensal, total de 36 missas; liberta o escravo preto Luís após dez anos de serviço a seu marido Luís de Leão; liberta a escrava mulata Isabel após dez anos de serviço a sua sobrinha D. Andreza, filha de sua irmã D. Antónia. DÍVIDAS: à mulher do médico Diogo Lopes de Leão deixa 2.000 réis em pagamento de dívidas do marido; dívida de 10.000 réis a Isabel Lopes, mulher de António Gonçalves, morador no Estrito de Câmara de Lobos; deve 500 réis a Gaspar Fernandes, mareante, casado com Ana Fernandes; à falecida tia D. Ana devia 780 réis; ao moço Amaro, que a serviu ao tempo de Jorge Moreno, deve 20.000 réis; a Filipa Jorge, de seu serviço, deve 3.000 réis. LEGADOS: a Ana Fernandes deixa 20.000 réis em atenção aos serviços prestados, desde o falecimento de Jorge Moreno; à sobrinha D. Mecia, filha de seu irmão Rui Leme, deixa o seu manto de sarja, um saio de fustão branco e uma saia vermelha; à colaça Maria Telo deixa um saio preto e uma saia roxa. JOIAS: vendera à irmã um colar e um cinto de ouro. OUTRAS INFORMAÇÕES: foi testamenteira de Jorge Moreno. LITERACIA: a testadora não sabe escrever. TESTEMUNHAS: Manuel da Câmara, fidalgo da Casa d’El-Rei, que assina pela testadora; Manuel Carrilho, solicitador; João Gonçalves, purgador; Gonçalo Luís, hortelão; João Rodrigues, porteiro; Manuel Afonso, carpinteiro; Guilherme Obri, francês, todos moradores na cidade do Funchal. Outros documentos: F. 20-20 v.º - Certidão, datada de 1647-12-30, da verba do testamento de D. Beatriz da Silva, filha de D. Antónia da Silva e viúva de Fernão Favela de Vasconcelos, acerca da capela de sua tia D. Catarina de Barredo, de que foi administradora, e que ora possui a sobrinha D. Beatriz de Abreu, mulher de D. Jorge Henriques.
Filho legitimado: Gonçalo de Paiva. Último administrador/prestador de contas: José dos Reis de Basto informa que Luís Gonçalves de Moura é o proprietário do serrado desta capela. Administrador em 1838 (índice): José Aleixo Falcão de Gamboa Fragoso van Zeller.
Dados biográficos e/ou outras informações: Dote feito pelo dito Artur Gonçalves e por D. Beatriz Álvares, viúva de Gonçalo Vaz, cavaleiro, para Manuel Vieira, filho do defunto Francisco Vieira, casar com [Beatriz] de Abreu, filha de João de Florença e de Isabel Gonçalves. Manuel Vieira foi representado por cunhado João Ferreira, escrivão dos contos (?). Último administrador: José Aleixo Falcão de Gamboa Fragoso van Zeller.