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DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento de mão comum aprovado em 1705-06-03, aberto em 1712-09-16. Codicilo do marido de 1713-03-22, feito no Funchal, nas casas de D. Branca de Oliveira, viúva de Luís Gonçalves da Câmara. Documentos trasladados em 1715.
ENCARGOS (ANUAIS) E BENS VINCULADOS: instituem dois vínculos, impostos em metade das suas terças:
i) Metade da terça dos seus bens, imposta na fazenda do Pouzo, na Fajã da Ribeira da Madalena e no pomar onde morou Maria Alves, que deixam à filha D. Branca, depois ao neto Pedro Ribeiro, com encargo de fazer a festa de Nossa Senhora do Socorro, com pregação e missa cantada.
ii) A outra metade da terça, imposta nas fazendas da Fajã dos Anjos e da Achada do Loreto e noutra vinha próxima da igreja de Nossa Senhora da Piedade, Canhas, deixam à outra filha D. Maria de Linhares, depois à neta D. Cecília de Linhares, com obrigação de 15 missas por ano. No codicilo, o testador substitui os bens antes nomeados – fazenda da Achada Grande e fazenda do Pumarinho – pela fazenda abaixo da igreja de Nossa Senhora da Piedade dos Canhas e outra fazenda denominada Fajã dos Anjos, na mesma freguesia dos Canhas. As confrontações e valor destas propriedades contam do documento “Pagamento a 3.ª” (f. 7.º-9).
REDUÇÃO DE ENCARGOS: a sentença de redução de 02-09-1817 (Apenso I), obtida por D. Maria Antónia Correia, como tutora da neta menor D. Maria Augusta de Figueiroa, reduz a pensão desta capela a seis missas por ano. Em 1802 (f. 39 a 46 v.º) breve de composição obtido pelo tenente-coronel Francisco Anacleto de Figueiroa.
SUCESSÃO: nomeiam as filhas e netas acima referidas e seus descendentes em «linha direita com preferência de macho a femea athe o fim do mundo em perpetua sucessão de morgado». Na falta de legítimo sucessor, ficaria na linha de sucessão do vínculo instituído na outra metade das terças.
ADMINISTRADOR EM 1750: D. Cecília Maria, viúva de Pedro de Ornelas e Vasconcelos.
ADMINISTRADORES EM 1791: uma conta tomada em 1971, esclarece que o morgado Francisco António é administrador da pensão da festa do Socorro, e que Álvaro Francisco de Ornelas administra o vínculo com pensão de quinze missas.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: D. Maria Augusta Figueiroa.
Outras informações do testamento (f. 1 a 7v.º):
O testador foi provedor da Santa Casa da Misericórdia da Calheta.
LITERACIA: com instrução; testamento redigido pelo testador mas assinado também pelo mulher.
ENTERRAMENTO: se falecer na cidade do Funchal, enterrar-se-á no capítulo do convento de São Francisco, na sepultura dos pais. Se falecer na Calheta ou Ponta do Sol, será enterrado na sua ermida de Nossa Senhora do Socorro.
TESTAMENTEIROS: neto Pedro Ribeiro; genro capitão Manuel de Vasconcelos.
Outros documentos do volume principal:
F. 7 v.º a 9 – Pagamento da meia terça a D. Maria de Linhares. 09-08-1715.
F. 28 a 34 – Autos de sequestros, datados de 1802-07-01, nas novidades de diversas fazendas do morgado Francisco Anacleto de Figueiroa, nos seguintes sítios da freguesia da Calheta: Levadinha; Boa Morte; Outeiro; Salão; Achada da Atouguia; Achada.
F. 36 – Auto de arrematação dos vinhos sequestrados, feito por Francisco Alexandre Ferraz em 1802-09-01.
F. 55 a 61 v.º - Autos de sequestro realizados nas mesmas fazendas, agora pertencentes a D. Maria Antónia, filha primogénita do tenente coronel Francisco Anacleto de Figueiroa. 1814-07-14.
Apenso I - Sentença de redução acima referida.
Apenso II:
F. 1-3 – Quitações de missas mandadas dizer por D. Maria de Linhares no ano de 1728.
F. 4-10 e 12-16 – Quitações de missas mandadas dizer por Pedro Ribeiro Esmeraldo, referentes aos anos de 1715 a 1732.
F. 11 – Quitação de 1697 de missas mandadas dizer por D. Violante de Oliveira.
F. 17 – Quitação de 1735 de missas mandadas dizer pelo juiz de Fora e dos Resíduos.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1718-08-24 pelo tabelião Manuel Homem de Abreu. Codicilo aprovado em 1718-09-02. Abertura em 1718-12-17.
ENCARGOS (ANUAIS): institui três vínculos com os respetivos encargos de missa quotidiana, duas missas anuais e uma missa aos Domingos e dias santos, celebradas na ermida da Quinta de São José, na Calheta. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a sentença de redução de 02-09-1817 (2.º vol., f. 170-177), obtida por D. Maria Antónia Correia, como tutora da neta menor D. Maria Augusta de Figueiroa, reduz as pensões desta capela a 5 missas por ano. Em 1758 (Vol. II, f. 55-59) o administrador Francisco Cristóvão de Ornelas e Vasconcelos e em 1818, o administrador Luís de Melo Correia obtêm componendas de legados pios (Vol. II, 138-146).
BENS VINCULADOS:
1.º vínculo: instituído nos bens a seguir listados, que deixa ao sobrinho João de Freitas e Figueiró, filho de seu sobrinho Luís de Albuquerque e de D. Antónia Clara de Figueiroa, com encargo de duas missas em dia de São Bartolomeu e de Santa Clara. Bens: fazenda “a Chaminé”, Ponta do Sol; fazenda “a Curujeira”; outra nas Ladeiras do Arco; o aposento em que mora Manuel Ferreira; uma morada de casas na vila da Calheta; uns chãos defronte dessas casas; uma cadeia de ouro; um espadim de prata; uma bacia de prata de barbear; um púcaro de prata com sua salva; um jarro, saleiro, 10 colheres e 10 garfos de prata.
2.º vínculo: instituído nos bens a seguir listados, que deixa ao sobrinho João de Figueiroa de Andrade, com encargo de missa diária no convento de São Sebastião com esmola de 30.000 réis aos religiosos. Bens: todas as fazendas que possui na Vargem abaixo do caminho de Nossa Senhora da Estrela; fazendas na Levadinha; pomar na Achada da Atouguia; quinhão junto ao pomar comprado a Paulo de Amil Barreto e seu filho António de Amil; quinhão que parte com uma gruta; inhames da Madre d’Água; outros quinhões; fazenda que foi da Moleirinha; quinhão na Ladeira dos Contentes; terra sita no Cabouquinho; quinhão sito no Estreito, no Pomar da Serra; quinhão na Maloeira; águas; morada de casas na cidade, na rua do Quartel, onde vive Policarpo Giar; morada de casas na vila da Calheta, na rua da Cruz; mais casas na mesma que ficaram do padre João de Figueiroa; 149 alqueires de trigo de foro fechado; 4 alqueires de centeio de foro fechado; 150 réis em dinheiro; 3,5 mios de trigo e centeio de foro a retro aberto; a fazenda ad Calçada comprada a Luís Moniz da Silva; casas na rua das Pretas onde mora Manuel Correia; fazenda da Corujeira; serrado da Rocha; 500 réis de foro fechado; jóias: cadeia de ouro grande; trancelim de ouro de colocar no chapéu; uma venera de esmeraldas; uma venera de ouro com seu cordão; um diamante com suas lascas e um anel de ouro com um topázio; diversos objetos em prata.
3.º vínculo: vínculo instituído nos bens a seguir listados, que deixa à sobrinha D. Clara Isabel Maria Mialheira da Conceição, filha do sobrinho Luís de Albuquerque e Freitas. Bens: Quinta de São José com casas e ermida e um bocado de fazenda junto a esta quinta; fazenda na Atouguia e pomar; quatro alqueires sitos na Bugia; fazendas da Gafaria; moio e meio de trigo de foro fechado; vinte alqueires de trigo de foro fechado; 4.000 réis de foro fechado; foros de dois cestos de pêra almiscarada e dois cestos de peros e uma galinha; outros foros; jóias: gargantilha e brincos de esmeraldas; item de pérolas; memória de diamantes; memória de esmeraldas, etc.; diversos objetos em prata; vestidos – um vestido de tela negra arrendado de rendas de ouro saia e gibão; saia de tela verde; móveis (baús, tamboretes).
Outro vínculo: deixa 240 mil réis aos frades do oratório de São Sebastião a fim de render sempre para azeite da lâmpada do Santíssimo. Manda ainda que lhe façam uma estação diante do Santíssimo e deixa 70 mil réis para dois castiçais de prata ornarem a mesma capela.
Outro vínculo: deixa 10 mil réis a juro a Nossa Senhora da Conceição para ajuda de fazer a sua festa.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: D. Maria Augusta Figueiroa.
Outras informações do testamento (vol. I, f. 1 a 28) e do codicilo (f. 28 a 31); outro traslado a f. 91 a 118 do II vol.:
ENTERRAMENTO: sepultado no seu carneiro na sua capela que mandou fazer no oratório de São Sebastião, onde estão trasladados os ossos de seu tio Manuel de Figueiró. Acrescenta que fez obras na capela maior do oratório onde seu tio estava enterrado.
IRMÃOS (dele ou da mulher): D. Isabel de Castro, falecida; D. Helena Mialheiro; D. Maria Telo.
ESCRAVOS: i) Luís, falecido; ii) mulatinho António, filho da escrava Luzia, a quem ele e a mulher criaram, e ao qual a mulher deixou forro e legou, por morte do marido, o lugar das Laranjeiras e a metade das casas onde morou Beatriz do Loreto, que foram das mouras. Lega-lhe mais: um colchão, dois lençóis, um cobertor, um meio travesseiro, uma teia de pano de linho de fiado de 50 réis o arrátel, caixa, baú de moscóvia, malão de couro de boi e o bufete; iii) Gonçalo, filho da escrava Luzia, a quem a mulher libertou e deixou a fazenda que faz Henrique Mendes na Ponta do Sol; e a metade das casas em que morou Beatriz do Loreto, para além de outros legados. iv) Luzia, mãe dos mulatinhos, a quem a mulher do instituidor deixou forra por morte do marido; v) outra preta Luzia, já velha, liberta igualmente.
LEGADOS: a todos os servos e moços e moças manda dar vestidos de luto e dez cruzados; à moça Margarida de Brito doa uma teia de pano de linho e outra de estopa.
Outros documentos do I vol.:
F. 103 e seguintes – Embargos datados de 1745, realizados entre o Dr. Francisco Cristóvão de Ornelas e Vasconcelos, casado com D. Clara Isabel Mialheiro da Conceição, e João de Figueiroa e Andrade.
F. 153 a 195 – Carta de sentença cível da Relação a favor do Dr. Francisco de Ornelas e Vasconcelos e contra o capitão João de Figueiroa, emitida em 1743-11-26.
F. 196-198 – Rol do ouro e da prata «que fica», assinado pelo instituidor Francisco Pardo de Figueiroa em 25-08-1717.
F. 265-323– Instrumento de inquirição de 1745-04-26, emitido pelo Juiz dos Resíduos a favor do capitão João de Figueiroa e Andrade.
Outros documentos do II vol. (1748 a 1870):
F. 13 e seguintes – Embargos dos religiosos do convento de São Sebastião da Calheta contra o Dr. Francisco Cristóvão de Ornelas e Vasconcelos.
F. 55-59 – Componenda de 1758 (original em latim e tradução).
F. 81 – Petição do administrador Francisco Agostinho Figueiroa e Vasconcelos, de 1783, onde diz acerca da capela de São José, Calheta: «que pela sua cituação não acha quem queira lá hir para satisfação deste encargo, alem de estar arruinada a capela».
F. 82 a 86 – Componenda de encargos pios (original em latim e tradução).
F. 91 a 118 – Traslado de 1747 do testamento do instituidor.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: não consta do processo.
ENCARGOS (ANUAIS): uma missa. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a sentença de redução de 02-09-1817 (apenso, f. 80-85), obtida por D. Maria Antónia Correia, como tutora da neta menor D. Maria Augusta de Figueiroa, marido de D. Maria Augusta de Figueiroa, mantém a pensão desta capela. Em 1818 o administrador Luís de Melo Correia obtém componenda de legados pios (f. 53 a 63).
BENS VINCULADOS: não constam do processo.
ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS em 1624-12-[20], data da primeira quitação: Francisco de Canha.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: D. Maria Augusta Figueiroa.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1705-07-30, aberto em 23(?)-08-1705, na Calheta, Lombo do Doutor, nas casas do capitão João de Andrade.
ENCARGOS (ANUAIS): celebrar as missas dos Domingos, Dias Santos, do Parto e de Natal na ermida de São José, na Calheta. Em 1783 (f. 110-115) o administrador Francisco Agostinho Figueiroa obtém componenda de legados pios (original em latim e tradução). Pela sentença de redução de 02-09-1817 (apenso, f. 165-171), obtida por D. Maria Antónia Correia, como tutora da neta menor D. Maria Augusta de Figueiroa, a pensão desta capela é reduzida a cinco missas por ano.
BENS DA TERÇA: para cumprimento das missas perpétuas aplicar-se-ia um foro fechado «dos que tem». Em 1814-08-07 (f. 139), procede-se ao sequestro da Quinta de São José, Calheta, pertencente à filha primogénita do tenente coronel Francisco Anacleto de Figueiroa.
SUCESSÃO: nomeia como herdeiro o marido, reservando para a irmã D. Helena de Meneses meio moio de trigo e a casa em que vive Manuel Gomes […] ou duas partes da casa em que mora o capitão Bartolomeu de França. Por falecimento do marido herdariam os dois sobrinhos, a saber: Luís Telo de Albuquerque, filho de sua sobrinha D. Crispina e de Luís de Albuquerque; e a sobrinha D. Antónia, filha de Pedro de Andrade e de D. Isabel de Castro, a quem deixa a Quinta de São José e as propriedades que possuem no termo da Ponta do Sol. A administração do vínculo caberia a «quem possuir a capela».
ADMINISTRADOR EM 1705-09-05, data do documento mais antigo: o marido Francisco Pardo de Figueiroa, que solicita o traslado do testamento da mulher, de que fora escrivão Matias da Silva Leme, tabelião do público, judicial e notas da vila da Calheta.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: D. Maria Augusta de Figueiroa.
Outras informações do testamento (f. 4 a 8):
ENTERRAMENTO: igreja do Espírito Santo da Calheta, sua freguesia, em cova junto à capela mor.
FILIAÇÃO: filho de Jorge Mialheiro e de D. Clara. Sem filhos.
IRMÃOS: D. Helena, falecida; D. Isabel, falecida D. Helena de Meneses; D. Maria.
Tios (falecidos): Maria Portes; Frei Manuel; Henrique Moniz Barreto.
LITERACIA: não sabe escrever, testamento redigido e assinado pelo vice vigário da Calheta, Francisco da Costa Jardim.
LEGADOS: à sobrinha Leonor, filha de D. Isabel de Castro, deixa seiscentos […] impostos nas propriedades que parecerem a seu marido; ao criado Manuel Rodrigues Vaz 40.000 réis; ao sobrinho, capitão João de Figueiroa, deixa, após o falecimento de seu marido, o lugar de Francisco Alves Homem, na Ribeira da Calheta; à criada Margarida de Brito lega 20.000 réis e os seus vestidos; a Beatriz do Loreto doa um vestido de baeta; a Filipe da Câmara 50.000 réis; ao padre João de Figueiroa 15.000 réis. Determina, ainda, que o marido seria obrigado a colocar Francisca, filha de António Gonçalves Calaça, num convento, querendo ela ser religiosa.
ESCRAVOS: Luís, falecido; Gonçalo, a quem deixa a fazenda que faz Henrique Mendes, sita no termo da Ponta do Sol; outras referências a escravos que não foi possível determinar devido ao mau estado de conservação do testamento.
TESTEMUNHAS: Dr. Francisco da Costa Jardim; padre António Homem de Abreu; Bento de Azevedo; Filipe Lopes; Manuel Homem, sargento; Manuel Cabral; Inácio da Silva, morador na Fajã do Mar; Mateus Barbosa.
Outros documentos:
F. 64 – Petição de João de Figueiroa e Andrade, datada de 1730-08-31.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento feito em 1651-01-17, aprovado pelo notário Manuel da Silva Ferreira. Trasladado em 1651-10-10.
ENCARGOS (ANUAIS): três missas de Natal e nove nas festas de Nossa Senhora. REDUÇÃO DE ENCARGOS: em 1802, componenda de encargos pios em atraso (f. 88-92). Pela sentença de redução de 1817-09-02 (Apenso), obtida por D. Maria Antónia Correia, como tutora da neta menor D. Maria Augusta de Figueiroa, a pensão desta capela é reduzida a duas missas por ano. Em 1818 o administrador Luís de Melo Correia, marido de D. Maria Augusta de Figueiroa, obtém componenda de legados pios (f. 101 a 109).
BENS VINCULADOS: não especificados no processo. No testamento, a testadora refere que a terça dos bens «se dará na melhor propriedade que pessuo».
SUCESSÃO: nomeia a filha D. Violante em duas partes da sua terça, com o encargo acima aludido. Não tendo descendentes, a terça seria partida entre todos os irmãos com a mesma pensão de missas «sem obrigação de particular sucessão».
ADMINISTRADOR EM 1652-05-01, data da primeira quitação: a filha D. Violante de Oliveira.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Luís de Melo Correia.
Outras informações do testamento (f. 4 a 5):
LITERACIA: com instrução. Por ocasião da feitura do testamento, o testador estava “fraquo e com tranes nas mãos e não poder escrever”.
ENTERRAMENTO: capítulo do mosteiro de São Francisco.
DADOS BIOGRÁFICOS: viúvo de Branca Mendes. Filhos: padre Manuel Fernandes de Oliveira, clérigo de ordens sacras, então ausente em Lisboa; João Fernandes de Linhares; Luís Fernandes de Oliveira; D. Violante de Oliveira. Mandou vir de Viana a irmã D. Antónia, para companhia de sua filha D. Violante.
Foi juiz do contrabando, sendo que o então depositário Cosmo Camelo pedia-lhe “partidas do tempo que servimos”, entende que nada deve a El-Rei.
TESTAMENTEIROS: licenciado Bento de Matos Coutinho; padre Manuel Fernandes de Oliveira.
Outros documentos:
F. 76 – Certidão do óbito da administradora desta capela, R. M. Luísa Felícia do Socorro, ocorrido em 1776-02-07.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: não consta do processo. Um despacho do juiz do Resíduo, datado de 1791-03-28 (f. 31 v.º) manda juntar a instituição da capela, o que não veio a suceder.
ENCARGOS (ANUAIS): uma missa. REDUÇÃO DE ENCARGOS: em 1802, breve de composição obtido pelo tenente-coronel Francisco Anacleto de Figueiroa (f. 39-43). A sentença de redução de 02-09-1817 (ApensoII, f. 3-5 v.º), obtida por D. Maria Antónia Correia, como tutora da neta menor D. Maria Augusta de Figueiroa, mantém a pensão desta capela. Em 1818 o administrador Luís de Melo Correia, marido de D. Maria Augusta de Figueiroa, obtém componenda de legados pios (54-56).
BENS VINCULADOS: casas junto à igreja da Calheta, onde vive o vigário André Pereira de Oliveira, segundo nota inscrita na folha de rosto e na primeira tomada de conta.
ADMINISTRADOR EM 1636: a sobrinha Beatriz Fernandes de Canha, viúva de Manuel Homem d'El-Rei.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: D. Maria Augusta Figueiroa.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: não consta do processo. Porém, de acordo com uma certidão emitida em 17-11-1786 (f. 48-48 v.º), extraída do livro do Tombo da colegiada da Calheta, f. 144, esta obrigação perpétua de duas missas consta de uma escritura de dote feita em 19-11-1695 (sic) por Domingos de Sousa e sua mulher [Maria] Gonçalves a João Portes d’El-Rei para casar com sua filha Maria do Rosário (casamento na Calheta, 1653-02-03). A mencionada escritura de dote fora redigida nas notas do tabelião Jerónimo Teixeira, em cujo cartório servia Filipe de Lira Pinto. Na f. 59/59 v.º encontra-se parte do traslado desta escritura (apresenta tinta desvanecida, suporte fragilizado).
ENCARGOS (ANUAIS): duas missas. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a sentença de redução de 02-09-1817 (f. 98-104), obtida por D. Maria Antónia Correia, como tutora da neta menor D. Maria Augusta de Figueiroa, reduz a pensão desta capela a uma missa por ano. Em 1802 (f. 62-54 v.º) breve de composição obtido pelo tenente-coronel Francisco Anacleto de Figueiroa. Em 1818, o administrador Luís de Melo Correia, marido de D. Maria Augusta de Figueiroa, obtém componenda de legados pios (f. 71-79).
BENS VINCULADOS: A certidão acima referida diz que são umas casas e fazenda no Lombo da Atouguia, parte pelo norte com fazenda de Luis de Albuquerque, sul com fazenda dos herdeiros do capitão Carlos de Telo Manuel, leste com o caminho do concelho e oeste com o ribeiro. Acrescenta que eram obrigados a esta pensão Domingos de Sousa e João Rodrigues Asa, moradores no Lombo da Atouguia, o capitão Luís de Albuquerque e António de Sousa, moradores na vila da Calheta.
Administrador em 1673: João Portes.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: D. Maria Augusta Figueiroa.
Outros documentos:
F. 34 – Sequestro realizado em 1673-10-05, nas novidades de vinho e inhame de uma fazenda no Lombo da Atouguia pertencente a Domingos de Sousa.
F. 44 v.º - Despacho do juiz do Resíduo, datado de 1780-05-20, a determinar que se juntem aos autos a instituição da capela e se jurem os sítios, suas confrontações e possuidores dos bens.
F. 47 – Informação do escrivão do Resíduo João Teles de Menezes, de 1780-12-02, a declarar que de 1744 a 1762 prestou contas desta capela António dos Santos.
F. 50 – Sequestro, realizado em 1787-07-27, da fazenda no Lombo da Atouguia, Calheta, de que eram senhorios António Pereira dos Santos, Rdo. António Lourenço de Freitas, Francisco Agostinho Figueiroa e mais herdeiros de Francisco Cristóvão, os herdeiros de João Rodrigues Asa, que são: a sua viúva Luzia Francisca, Francisco Gonçalves Jardim, Luzia Rosa, Lara Maria, e Manuel Homem.
F. 51 v.º - Informação do escrivão do Resíduo, datada de 1791, de como na escritura de dote se diz que a fazenda da Lombada foreira a Brás de Freitas da Silva em 1590 réis, tem cada quinhão duas missas de pensão, contudo não consta por quem são nem quem as instituiu.
F. 59 – Traslado parcial da escritura de dote feita por Domingos de Sousa e mulher Maria Gonçalves, atrás mencionada. Esta escritura refere: bens igualmente dotados pelo tio Rdo. Francisco Rodrigues, designadamente objetos em prata (jarro, saleiro, púcaro, salva); que a mulher dota a sua terça e o marido apenas metade da terça dos seus bens, visto que a outra metade era de Manuel de Sousa.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1662-10-20; aberto em 1662-11-21, na presença do alcaide da vila da Calheta, António da Silveira Jardim, e do juiz ordinário António Moniz de Meneses.
ENCARGOS (ANUAIS): 2000 réis anuais para trinta missas (seis por alma dos pais e do irmão Frei Manuel, as restantes 24 missas pela alma da instituidora). REDUÇÃO DE ENCARGOS: a sentença de redução de 02-09-1817 (apenso, f. 81-88), obtida por D. Maria Antónia Correia, como tutora da neta menor D. Maria Augusta de Figueiroa, reduz a pensão desta capela a duas missas por ano. Em 1818, componenda de encargos pios em atraso (f. 50-57).
BENS VINCULADOS: foro de 2.000 réis que deixa ao priostado da igreja da Calheta, imposto na fazenda denominada da Gafaria de Baixo, por detrás da igreja. Em 1802-07-01 (f. não numerada) procede-se ao sequestro desta fazenda.
HERDEIROS: sem herdeiros forçosos, constitui seus herdeiros os sobrinhos que criou, filhos de sua irmã D. Clara, casada com Jorge Mialheiro, a saber: D. Helena, D. Clara, D. Isabel e D. Maria; sobrinho Luís Telo.
OUTROS VÍNCULOS: foro de 53 alqueires de trigo, deixa 15 alqueires de trigo pelado a cada das sobrinhas D. Isabel, D. Clara e D. Helena, com encargo de três missas.
ADMINISTRADOR EM 1668, data da primeira conta: capitão Jorge Mialheiro.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: D. Maria Augusta Figueiroa.
Outras informações do testamento (f. 2-6):
LITERACIA: não sabe ler e escrever, testamento feito e assinado pelo licenciado Manuel de Araújo e Sousa.
LEGADOS: ao sobrinho Luís Teles, meio moio nas terras do Pico; três colchões grandes às sobrinhas D. Isabel, D. Clara e D. Helena; a cadeia que traz ao pescoço deixa à Virgem do Rosário da igreja da Calheta.
TESTEMUNHAS: padre Francisco Gonçalves Pinheiro; padre Luís Gonçalves Preto; Salvador Taveira; André Fernandes.
Dados biográficos e/ou outras informações:
Nota da folha de rosto - o testamento encontra-se nos outros autos do mesmo, de que dá conta Manuel Gonçalves Louro.
Primeiro administrador: Miguel Cabral, filho de Francisco de Arvelos.
Último administrador: D. Maria Augusta Figueiroa.