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DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 1-4) aprovado em 1631-10-03, pelo tabelião André Gonçalves de Andrade, tabelião de notas por el-rei na cidade do Funchal; aberto em 1631-10-08, na presença do licenciado Manuel Rodrigues Pedreira, que servia de ouvidor na capitania do Funchal (presença justificada pela ausência de juízes ordinários, que então se encontravam no lugar da Ribeira Brava). Traslado de [1631].
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO. a testadora encontrava-se doente, deitada numa cama.
ENCARGOS PERPÉTUOS (ANUAIS): seis missas rezadas em qualquer altar, cinco às Chagas de Cristo e uma a Nossa Senhora, por alma da fundadora.
SUCESSÃO: nomeia os irmãos D. Luzia e Gonçalo de Freitas Bettencourt, não referindo a forma de sucessão posterior.
BENS VINCULADOS: todos os seus bens que deixa aos ditos irmãos.
PRIMEIRO ADMINISTRADOR: o irmão Gonçalo de Freitas Bettencourt.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde Carvalhal.
Outras informações do testamento (f. 1 a 4):
Outros irmãos: Padre João de Freitas Bettencourt.
ENTERRAMENTO: Sé do Funchal, sepultura dos pais.
TESTEMUNHAS: Baltazar de Andrade, soldado, que assina a rogo da testadora; Manuel Dias; Francisco Gonçalves; Inácio Rodrigues; João Martins; Pedro Fernandes; Simão Gonçalves, todos moradores na cidade do Funchal.
LITERACIA: a testadora não sabia escrever.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1571-01-07 pelo tabelião Gaspar Gonçalves, na cidade do Funchal, em casas de morada da testadora. Codicilo aprovado em 1576-02-03 pelo notário Manuel Tavira de Cartas.
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se doente; não sabia quando "era aquela temerosa ora da morte em que o Senhor Deus seja servido de a levar he tomar estreita conta de minha alma he dos bens e grasas que comigo tão largamente partio dando me tempo em que podera servir he pedir perdão de meus pecados e ofensas que contra ele cometi" (f. 3).
ENCARGOS PERPÉTUOS: missa quotidiana no convento de São Francisco, pela alma de seus pais e de seus defuntos maridos, paga com 12.000 réis e uma pipa de vinho da sua quinta. A missa seria cantada pelo sobrinho Baltazar Casco em sua vida, depois pelos padres de São Francisco. Sendo caso que a sua fazenda de raiz “em algum tempo venha a taota deminuisão e não poder ser quapella imteira a abaicharão ha meja capela com tanto ha isto a detreminara a justisa” (f. 6 v.º).
REDUÇÃO DE ENCARGOS: na sequência de embargos interpostos pela administradora D. Clara, viúva de António da Fonseca Pimentel, a sentença do juiz dos Resíduos de 1634-05-26 (f. 54), julga "nam haver lugar a baixa que requer», antes seria condenada nos anos que não cantaram esta capela. A posterior sentença do desembargador, de 1634-08-06 (f. 59), corrobora a sentença anterior, condenando a apelante na esmola dos sufrágios não cumpridos e julgando igualmente não haver lugar a abaixamento dos encargos.Não obstante, posteriormente, em data não apurada devido ao mau estado de conservação, a capela foi reduzida para 8.000 réis anuais para missas, o que já era observado em meados do século XVII (cf. f. 92).
O processo inclui duas componendas de encargos pios (original em latim e tradução), obtidas em 1749 (f. 117-120) e 1786 (f. 131-134).
SUCESSÃO: nomeia a sobrinha Maria Casca, filha de Fernão Pimentel, sua herdeira universal, por lho dever de muito serviço e companhia; por sua morte, a administração da capela passaria ao irmão Gaspar Pimentel e depois a seus filhos.
BENS VINCULADOS: os seus bens de raiz, os móveis poderiam ser vendidos e não entrariam na capela. No codicilo, a testadora afirma ter comprado recentemente umas casas na rua do Sabão e da Carreira e um dia de água da Levada dos Piornais, que manda anexar à sua capela. Uma certidão, datada de 1634-01-12, incluída nuns embargos e posterior apelação (f. 40 e seg.), em péssimo estado de conservação, enumera os bens da capela: quinta da Madalena; casas térreas na rua da Carreira; casa na rua de Gaspar Afonso; casas na rua do Sabão; serrado nos Piornais com um dia e meio de água da Levada do mesmo nome; cinco dias de água da levada do Castelejo; terra no Pico da Cruz. Os mesmos embargos referem que a quinta da Madalena, principal propriedade do morgado, não rendia então a décima parte do que rendia ao tempo da instituição. As alegações dos embargos e despacho do juiz dos Resíduos e Capelas acima mencionado (f. 54), aludem ao decréscimo dos rendimentos da quinta da Madalena.
ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS em dezembro de 1591, data da primeira quitação (f. 14-15): Gaspar Pimentel.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR : Conde de Carvalhal.
OUTROS VÍNCULOS: i) ao neto Fernão de Morais deixa o lugar na ribeira dos Socorridos, com encargo de uma missa cantada anual na capela do Espírito Santo em Machico, de seu avô [Sebastião de Morais "o Velho", primeiro marido da testadora]; ii) nomeia na capela do marido Jorge Fernandes o seu neto Jorge de Andrade.
Outras informações do testamento (f. 2-8) e codicilo (f. 9 a 13):
ENTERRAMENTO: mosteiro de São Francisco, na capela junto à sacristia.
Sobrinho da testadora: padre Baltazar Casco.
LEGADOS: à irmã Maria de Jesus, freira em Santa Clara, deixa em vida os arrendamentos de uma casa sobradada à rua da Carreira dos Cavalos e ainda um foro de 1.050 réis, este foro tornaria à fazenda da capela após a sua morte; a Bertoleza Rodrigues, filha de Rui Dias de Aguiar, lega 2.000 réis; aos criados Manuel de Sousa e Fernando Afonso, lega, respetivamente, 10.000 réis e 4.000 réis; a João Afonso e sua mulher Joana Fernandes deixa 10.000 réis e dois colchões e os móveis de sua casa, que, no codicilo, refere serem “guastados muitos”; à afilhada Maria Nunes, mulher de Pedro Gonçalves, deixa 20.000 réis e o meio dia de água que trazia no seu lugar; à prima Isabel Afonso deixa 4000 réis e os vestidos que "se achar de meu corpo".
ESCRAVOS (f. 6): a Beatriz Gonçalves, filha de Pedro Gonçalves, deixou a escrava preta Madalena por quatro anos, depois ficaria forra. No codicilo anula esta verba pois entretanto tinha “metido” a escrava no convento, deixando, em alternativa, 20.000 réis ao filho daquele, Martim Gonçalves; liberta a escrava Leonor Fernandes e seus filhos Sebastião e Ana, deixando-lhes, em vida da mãe, a casa onde moram na rua da Carreira e 12.000 réis para casar Ana; liberta também a escrava preta Beatriz e seu filho João, legando 2.000 réis; forra o negro António, na condição de servir por dois anos na fazenda da sobrinha Maria Casca, e esta o vestir; liberta o escravo João Eanes, na condição de este pagar 30.000 réis à sobrinha Maria Casca; liberta a escrava que comprou recentemente e a seu filho Pedro, na condição de servirem a sobrinha seis e quinze anos, respetivamente. Finalmente, deixa mil réis para a remissão de cativos.
OUTRAS PROPRIEDADES: no codicilo, refere ter comprado também um serrado de canas a Jácome Barbosa, o qual, por ser foreiro, não pode juntar ao vínculo de capela, pelo que deixa à sobrinha para fazer o que quisesse.
TESTEMUNHAS do testamento: António Coelho, cónego da Sé, que assina pela testadora; Fernando Afonso e João Afonso, criados da testadora; Álvaro Eanes, lavrador, morador acima da ponte de São Pedro; Gaspar Afonso, filho de João Afonso; Francisco Lobão; Manuel de Sousa, criado da testadora; Afonso Brás, barqueiro; Pantalião Gonçalves, barqueiro.
TESTEMUNHAS do codicilo: Miguel de Sousa, Rui Casco Pimentel e Gaspar Pimentel, cavaleiros fidalgos da casa d’el-rei; Manuel de Sousa, alfaiate, João Afonso e António Dias, criados da instituidora, todos moradores na cidade do Funchal.
LITERACIA: não assinou pois não sabia escrever.
Fl. 16 - Quitação de 1592 de Frei Amador de São Francisco, atesta que celebrara a missa quotidiana e recebera 16.000 réis da mão de Henrique Bernardes, mercador flamengo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado e aberto em 1630-11-19, na cidade do Funchal, em casas de morada da testadora. Traslado de 1631-01-30. Tabelião da aprovação: Luís Gonçalves Brandão. Juiz ordinário presente na abertura do testamento: Francisco de Bettencourt Correia.
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se doente.
ENCARGOS PERPÉTUOS: duas missas rezadas anuais a Nossa Senhora.
SUCESSÃO: filhas D. Maria e D. Luzia, por morte de uma ficaria à outra e, por morte de ambas, aos irmãos [padre João de Freitas e Gonçalo de Freitas Bettencourt], entrando o mais velho « trato nos machos, porque as femeas quero que tenham o primeiro lugar e não os machos» (f. 2).
BENS VINCULADOS: terça dos bens, não identificados, mencionado apenas as casas onde vivia. Uma nota inscrita na primeira tomada de contas (f. 1) refere que António de Oliveira “a São Paulo” era quem possuía a fazenda desta terça.
ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS EM 1635, data de abertura dos autos: a filha D. Luzia de Bettencourt. Segue-se o irmão Gonçalo de Castro.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR : Conde de Carvalhal.
Outras informações do testamento (fl. 2-4):
ENTERRAMENTO: na Sé, na sepultura do marido.
TESTAMENTEIRO: o filho padre João de Freitas, em quem confia «por ho primor e muito respeito que sempre me teve» (f. 2).
TESTEMUNHAS: Paulo de Freitas da Câmara; Francisco Gonçalves, lavrador; Tomé de Faria; João Rodrigues; André Gonçalves, sapateiro, todos moradores na freguesia de São Pedro.
LITERACIA: sabe escrever, não assina pois estava fraca, o testamento é feito pelo cura Diogo Nunes Vieira.
Outros documentos:
F. 41 - Numa quitação de 1836-05-27, diz-se que o morgado João da Câmara Leme administra as seguintes capelas: D. Leonor de Vasconcelos; Maria de Sousa; Rui Mendes; João Bettencourt; Maria de Freitas; Maria Casca; D. Constança da Câmara; Gonçalo de Freitas (autos compreendidos no atual Maço 5).
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 2-8 v.º) aprovado em 1556-03-04, na cidade do Funchal, em casas de morada de Cristóvão Moniz. Tabelião Luís Lopes.
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se doente; «sabia de certa certeza que ha de passar desta vida para a outra da bem aventuramsa» (f. 3 v.º-4); não sabia quando Deus seria servido de a levar para Si.
ENCARGOS PERPÉTUOS (ANUAIS): duas missas rezadas na Sé do Funchal, em dia ou no oitavário de Nossa Senhora das Candeias, por sua alma.
SUCESSÃO: sem herdeiros forçosos, deserda todos os seus parentes e nomeia o marido seu herdeiro universal e testamenteiro de sua alma. Por falecimento do marido, tendo um filho ou filha estes herdariam, não tendo designaria quem quisesse. O marido, no seu testamento (f. 10-10 v.º), indicou a filha D. Beatriz, filha do seu segundo casamento com D. Maria, e no caso desta não casar ou não ter descendência, passaria ao outro filho Francisco Manuel “o Moço”.
BENS VINCULADOS: o remanescente de todos os seus bens móveis e de raiz (pagos os legados). Uma nota na folha de rosto refere que em 1704 é administrador Manuel Moniz da Silva, filho de Francisco de Freitas da Silva, que possui a fazenda do Pico do Cardo, por sentença da Relação desse ano.
OUTROS VÍNCULOS: institui outra capela imposta numa morada de casas na cidade do Funchal, sita defronte de Fernão Favela, que deixa à irmã Maria de Vasconcelos, na condição desta não casar, nem ser freira ou tomar “outra vida sem vontade” do irmão Luís Mendes, da tia D. Beatriz e dos tios. Em tal caso, a fazenda passaria logo para o dito Luís Mendes. Encargo: uma missa rezada por alma de sua mãe em dia dos Santos. Sucessão: não tendo herdeiro ou falecendo sem herdeiro forçoso, ficaria a seu irmão Luís Mendes e descendentes, caso este não os tivesse ficaria o vínculo ao parente mais chegado da parte da mãe da instituidora., Leonor Rodrigues.
ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS EM 1603, data do primeiro auto de contas: Gaspar Lopes Cortes, morador no termo de Câmara de Lobos. ÚLTIMO ADMINISTRADOR : Conde de Carvalhal.
Outras informações do testamento (f. 2 a 8 v.º):
VESTES: deixa à irmã D. Maria de Vasconcelos um cofre grande contendo uma saia de chamalote azul barrada de veludo, uma saia de pano verde, duas peças de cetim e tafetá preto; à ama Isabel Godinha deixa 5.000 réis, um manto de seda e uma saia roxa; a Maria Calaça, filha de João de Bruges, lega uma saia de chamalote preta, e à mãe desta um mogim de seda já usado e um manto velho; à moça Luzia deixa uma saia azul de lazeda(?) e uma camisa.
JOIAS: um cofre com seus toucados, uma cadeia de ouro delgada, uns pendentes feitos nesta cidade e quatro pontas de ouro.
TESTEMUNHAS: António Fernandes, criado de Cristóvão Moniz, que assina pela testadora; Amador Gonçalves, almocreve; Pantalião Afonso, homem trabalhador; João Álvares, criado do falecido capitão Simão Gonçalves; António Fernandes, caldeireiro; Gonçalo Anes, almocreve, todos moradores nesta cidade.
ENTERRAMENTO: Sé do Funchal, em sepultura da mãe D. Leonor Rodrigues.
LITERACIA: a testadora não sabia escrever, o testamento fora redigido pelo tabelião Damião Gonçalves, que também assinara a rogo da mesma.
Outras informações do testamento de Francisco Manuel Moniz, fidalgo, aprovado em 1588-08-25 e aberto em 1594-06-17, em Machico (f. 8 v.º a 12):
Foi casado primeira vez com a instituidora D. Leonor de Vasconcelos e segunda vez com D. Maria.
ENTERRAMENTO: na cova da mãe D. Joana de Góis, na igreja de Nossa Senhora da Conceição de Machico, junto ao cruzeiro.
DÍVIDAS: 4100 réis ao trabalhador Pero de Chaves, que morrera em casa de Tristão Catanho.
Outras disposições: recomenda à mulher a moça Antónia Vieira, filha de Manuel Pires, falecido, e de Antónia Vieira, a qual era colaça de sua filha D. Beatriz.
TESTEMUNHAS: Pedro de Quintal; Francisco de Quintal; Teodósio de Morais; Manuel Lourenço; António Fernandes; Manuel Pacheco, todos moradores na vila de Machico.
TABELIÃO: Manuel Álvares Libralião, tabelião público e judicial na capitania de Machico.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento de mão comum (f. 2-6 v.º) aprovado em 1639-05-29, Campanário. Tabelião: Mateus Ferreira Garcês, tabelião do lugar da Ribeira Brava e seu limite. Codicilo (fl. 7-11) feito em 1640-01-14 e lançado em 1640-02-03 nas notas do tabelião Luís Gonçalves. Traslados de 1725, extraídos de uns autos de petição de D. Isabel de Bettencourt, viúva do capitão Gonçalo de Freitas Bettencourt [e filha dos instituidores], em que era parte o vigário do Campanário, Manuel Teixeira Pereira, que denunciara esta capela.
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador encontrava-se indisposto; temiam o dia e hora incerta de suas mortes e o estreito Juízo a que seriam chamados; ordenar suas suas almas e consciências (f. 2 v.º-3).
ENCARGOS PERPÉTUOS (ANUAIS): a terça do marido estava sujeita a três missas a Nossa Senhora do Rosário, na igreja de São Brás do Campanário, e a terça da mulher tinha o encargo de duas missas na mesma igreja, uma ao Bom Jesus e outra a Nossa Senhora do Rosário.
SUCESSÃO: nomeiam o cônjuge sobrevivo, depois sucederia a filha D. Isabel, não tendo esta herdeiros forçosos nomearia quem quisesse.
BENS VINCULADOS: terças dos seus bens, que tomam na fazenda do Trancoal com adega e lagar junto à ribeira, na fazenda do lugar de Baixo comummente chamado do Pinheiro e noutra que fazia Roque Fernandes (ao tempo da instituição). Estas fazendas deveriam andar “sempre juntas”, nunca podendo ser vendidas (f. 4 v.º). No codicilo, o testador esclarece que estes lugares da terça foram arrematados na praça por Pedro Ribeiro Esmeraldo sem títulos, “nem lhe dever couza algua”, a requerimento de seu genro João Bettencourt da Câmara, marido de sua filha D. Maria de Bettencourt.
ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS EM 1725, data de abertura dos autos (f. 1 e 11 v.º): o juiz do Resíduo manda tomar a conta em separado, visto que os bens do instituidor possuía o capitão Luís de Albuquerque e Freitas e os bens da testadora a sua cunhada (em 1730 possui o capitão Jacinto da Câmara Leme).
Uma nota inscrita na folha de rosto do processo, menciona que “a pensão de D. Bárbara ha de pagar o capitão Jacinto da Camara Leme, que venceu por demanda esta terça e se devem separar”. Efetivamente, um despacho do juiz dos Resíduos, datado de 1783-06-30 (f. 44 v.º), esclarece que o capitão António Leandro da Câmara Leme deve dar conta apenas da capela da instituidora, que se mostra cumprida até o ano de 1762. Já a capela do instituidor é administrada por Luís Bettencourt de Albuquerque, e a este devem tomar-se contas, formando-se autos separados destes, caso não os haja neste Juízo. Refira-se, porém, que até ao fim do processo tomam-se contas do encargo global das cinco missas.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal.
Outras informações do testamento e codicilo (f. 2 a 11):
Refere-se que a testadora D. Bárbara é enteada de D. Brites de Sousa, que lhe deixou a sua terça em quantia de 205 mil réis.
DEVOÇÃO: a testadora e o marido faziam anualmente a festa de Nossa Senhora do Rosário da igreja de São Brás, recomendando ao cônjuge sobrevivo que continuasse a cumpri-la.
FILHOS: filha D. Maria, mulher de João Bettencourt da Câmara.
TUTORES da filha: a mãe do testador, D. Ana Cabral, a cunhada do testador, D. Maria Félix, e o Rdo. João de Freitas Bettencourt, seu primo.
LEGADOS: 1000 réis à ermida da Vera Cruz, Campanário, para o seu reparo. Uns embargos datados de março de 1798 (fl. 46/47), referem que a capela da Vera Cruz está interdita ao culto.
TESTEMUNHAS [do codicilo]: António Velosa; Domingos Gonçalves; Frutuoso Pires, o moço; Baltazar Loureiro; António Gonçalves de Moura; Francisco Gonçalves das Voltas; Manuel Gonçalves do Trancoal, todos lavradores e moradores no Campanário.
ENTERRAMENTO: capela mor da igreja do Campanário, obtendo licença do bispo.
LITERACIA: a testadora não sabe escrever, o testador assina o testamneto mas não o codicilo, porque lhe sobreveio uma fraqueza.
Outros documentos:
F. 52 - Auto de sequestro, feito em 1813-08-20, na novidade do vinho da fazenda do capitão mor João Francisco da Câmara Leme, no sítio da Torre, Campanário.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 2-4) aprovado em 1670-06-25, em casas de morada do testador, na cidade do Funchal, pelo tabelião Manuel Fernandes; aberto no dia seguinte, na presença do juiz de fora, Pedro Barbosa. Traslado de 1725.
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador encontrava-se doente, em cama; não sabia a hora em que Deus seria servido de o levar para Si; manifestação de sua última vontade.
ENCARGOS PERPÉTUOS (ANUAIS): uma missa rezada, sem determinação de altar.
SUCESSÃO: nomeia a mulher D. Isabel, depois o filho Gonçalo de Freitas Bettencourt, e por sua morte o filho mais velho (neto do instituidor), em linha “direita”.
BENS VINCULADOS: terça dos bens, não identificados no testamento, no valor de 657 mil réis e um real e meio, que seriam demarcados nas casas e fazenda em que vivera o testador, de acordo com o pagamento dado à terça (f. 4 v.º). O termo de declaração (f. 5-5 v.º), feito em 1725-03-10, por Jacinto da Câmara Leme, identifica a localização e confrontações da fazenda obrigada a esta capela, a saber: sita na Quinta da Torre, freguesia de São Brás do Campanário, confrontava pelo norte com a levada da freguesia, sul com o caminho do concelho, leste com o Ribeiro da Achada e oeste com o Ribeiro do Campanário e com fazenda da capela de Domingos Fernandes, mercador, a qual lhe era foreira em 1500 réis.
ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS em 1725, data do primeiro auto de contas: o capitão Jacinto da Câmara Leme.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR : Conde de Carvalhal.
Outras informações do testamento (f. 2 a 4):
TESTEMUNHAS: Francisco de Matos de Távora (que redigiu o testamento, "ditando o sobredito" testador, f. 3); capitão Filipe Gentil de Limoges; capitão Cristóvão de Atouguia da Costa; capitão Francisco Teles de Meneses; António Pereira de Azevedo; Francisco Teles, o moço.
ENTERRAMENTO: Sé do Funchal, em sepultura dos avós.
LITERACIA: o testador não assinou o testamento por estar muito fraco.
Outros documentos:
F. 30-31 v.º - Autos de sequestro, feitos em 1813-08-20, nas novidades do vinho de duas fazendas no sítio da Torre, freguesia do Campanário, pertencentes ao capitão mor João Francisco da Câmara Leme, para pagamento de pensões caídas desta capela. Discriminam-se as confrontações destas propriedades.
F. 36-36 v.º - Arrematação, feita em 1814-07-14, por José de Araújo Ferreira, que lançou 120 mil réis à pipa e a obrigação de pagar as pensões em dívida.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: verba do testamento (fl. 3-4, 61 a 64 v.º) feito em 1578-03-30, por António do Rego. O primeiro traslado feito em 1616-04-28 por Roque Ferreira Drumond, o segundo traslado em 1792.
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a verba do testamento refere ser esta a última e derradeira vontade da testadora.
ENCARGOS (ANUAIS): cinco missas anuais rezadas na igreja de Nossa Senhora da Conceição de Machico, duas ao Santíssimo Sacramento e três a Nossa Senhora, com responsos sobre sua sepultura.
ENTERRAMENTO: igreja de Nossa Senhora da Conceição da vila de Machico.
SUCESSÃO: a filha Maria “que ora pari”, depois seu filho ou filha que ela nomeasse; na falta de sucessão, a administração da capela passaria para a confraria de Jesus da vila de Machico.
BENS VINCULADOS: terça dos bens imposta na vinha do lugar de Gaula que herdou de seu pai, e “cabendo-me mais se tomara (…) em outra mais aonde me couber”.
ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS EM 1580-11-22, data da primeira quitação: o marido; segue-se na administração a filha D. Maria de Mendonça e o marido desta, Filipe Moniz Barreto.
ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS EM 1685-10-22: uma nota na folha de rosto, refere que António Nunes Machado possuía a a fazenda desta capela, que estava onde chama o Verdelho, freguesia de Gaula.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal.
Outros documentos:
F. 48 v.º - 49 - Termos, datados de 1763 e 1764, de como o filho de Miguel da Mata, morador em Gaula, entregou nestes anos 4.100 réis do foro de oito alqueires de trigo e 2 frangos.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 4-10) aprovado em 1623-09-14, pelo tabelião da cidade do Funchal e seu termo, João Luís Botelho; seguido de uma “lembrança” (f. 11 v.º-12) do que devia o instituidor, feita em 1623-10-14; aberto em 1623-11-09.
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: não sabia o dia e a hora em que Deus seria servido de o levar; descarrego de sua consciência.
ENCARGOS PERPÉTUOS (ANUAIS): três missas na igreja de Nossa Senhora do Calhau (uma ao Bom Jesus, outra ao Santíssimo Sacramento e outra pela Natividade de Nossa Senhora), pela sua alma.
SUCESSÃO: nomeia a mulher, depois a filha D. Inês de Bettencourt, sucedendo o filho ou filha que ela nomeasse. Na falta de descendência desta, nomeia as sobrinhas D. Maria e D. Luzia, filhas de seu irmão Gonçalo de Freitas Bettencourt, por morte de uma ficaria à outra, depois a terça passaria ao filho ou filha mais velho da dita D. Maria. Não tendo esta filhos, ficaria ao outro sobrinho Gonçalo de Freitas, e depois correria em linha direita, em parentes do testador.
BENS VINCULADOS: terça dos seus bens (depois de pagos seus legados). A folha de rosto dos autos menciona a fazenda da Achada, Campanário.
PRIMEIRO ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS: a viúva D. Maria de Brito, moradora à rua de Manuel da Mata.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal.
Outras informações do testamento (f. 4 a 10; outro traslado em fls. não numeradas):
Irmão da Santa Casa da Misericórdia do Funchal.
ENTERRAMENTO: [...].
LEGADOS: 16.000 réis ao irmão António Mendes de Bettencourt; à criada Ana, filha de Pero de Aveiro, deixa dez cruzados além do que se lhe dever de sua soldada, isso dentro de três anos e após se casar; ao irmão desta Ana, chamado João, deixa 5000 réis para o colocarem num ofício.
DÍVIDAS: 1500 réis a Manuel Gonçalves, da freguesia de São Roque, sobrinho do “pombo” de alcunha; 2000 réis a Filipe Dias “o Narigão” do tempo em que esteve com o testador.
HARMONIA FAMILIAR: recomenda à mulher e à filha que nas partilhas «não aja entre elas dúvidas, nem desgostos e sejam como mãe e filha».
TESTEMUNHAS: padre Manuel Martins; Manuel Ribeiro de Andrade; João da Raspa Castelo; Belchior Pires, caldeireiro; Jácome de Barros; João Gomes, sapateiro.
LITERACIA: o testador assina o testamento, que fora redigido por Francisco de Aguiar, vigário da igreja de Nossa Senhora do Calhau.
Outras informações da “Lembrança” do que devia o instituidor (f. 11 v.º-12 v.º; outro traslado em f. não numeradas, em péssimo estado de conservação):
DÍVIDAS: 8000 réis aos filhos de seu cunhado Sebastião […]mes de Oliveira; um cruzado à comadre Isabel Gomes, mulher do Correia; um cruzado ao licenciado Francisco Rodrigues Vitória; cinco tostões a Fernão Gonçalves, tanoeiro do Campanário; 890 réis a João Luís do Massapês; ao sobrinho João de Bettencourt do Campanário deu uma pipa de vinho em 15.000 réis, à conta de dez cruzado que lhe devia; uma pataca a um prateiro que morava na rua do Poço Novo, defronte das casas de Jerónimo Pires do Canto; dez cruzados que a mulher D. Isabel deixara a Nossa Senhora da Ajuda dos Piornais para um frontal; comprou um moio de terra ao irmão Henrique de Bettencourt, casado com Ana Cabral, por 150 mil réis; por fim, diz que se pague a toda a pessoa que afirmar que deve alguma coisa, mas que não ultrapasse mil réis (f. 12).
LEGADOS/VESTES: a cada uma das meninas filhas de Catarina Correia e de seu sobrinho Pedro de Bettencourt, deixa a sua cota de perpetuana, chapéu e sapatos; a Inês de Freitas, mulher de Pedro Gonçalves, sapateiro, deixa uma vasquinha de griseia e ao marido baeta para uma roupa feita de “cem fios”.
Outros documentos:
F. não numerada – Despacho do juiz dos Resíduos, de 1783-06-03, a condenar o administrador a pagar o que devia e a declarar, sob juramento, quais os bens desta capela, seus sítios e confrontações. Sem seguimento.