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DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1542-05-08, em casas do testador no Paul, Calheta, pelo tabelião do judicial e notas da vila da Calheta e seu termo, Diogo Fernandes. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se doente numa cama; temia a hora da morte «que todos a temos de passar e a estreita conta que de meus pecados espero dar desponho da minha alma e tersa na maneira seguinte» (f. 2); recomendar ao irmão que considere a boa irmandande que sempre tiveram nas contas e partilhas e no bom tratao com a mulher e filhos (f. 6). ENCARGOS PERPÉTUOS: meio anal de missas na ermida de Santo Amaro do Paul, pela sua alma e daqueles que são obrigados, recebendo o capelão a esmola que merecer «da sua tersa paguem a metade que mereser hum capelam que cantar e diser todolos dias missa em Santo Amaro onde mando emterrar meu corpo» (f. 7 v.º). Determina que os Resíduos ou outras quaisquer justiças não poderiam tomar contas aos testamenteiros em três anos. REDUÇÃO DE ENCARGOS: 1.º abaixamento: a sentença de abaixamento da capela (f. 13-20 v.º), emitida pelo vigário geral, licenciado João de Abreu da Rocha, em 1617-06-21, e alcançada pelo bisneto do instituidor João de Couto de Bettencourt, determina a redução para duas missas semanais na forma da nova constituição diocesana de 1615. A sentença determina a reparação dos bens da terça «de sorte que vão em aumento» e impõe o cumprimento das missas em atraso na forma do meio anal. 2.º abaixamento: a informação do procurador do Resíduo (f. 51 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada e com pensão de dez missas anuais. Em 1801-09-28 (f. 38-45) a administradora D. Ana Inácia de Carvalhal Correia Henriques obtém da Santa Sé uma componenda de encargos pios. Em 1819-01-28 (f. 54-59) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia a mulher Joana de Luminhana durante a menoridade do filho Manuel, a quem roga se lembre de sua alma «como filho de benção» (f. 8 v.º). Se este falecer sem descendentes, designa o parente mais chegado de sua linha direita «que se chame de Couto», do género masculino. BENS VINCULADOS: o remanescente da terça (pagas suas mandas), cujos bens não são identificados. A sentença setecentista de redução acima referida, informa que ao tempo da instituição as terras desta capela na Fajã da Ovelha rendiam mais de 100.000 réis, procedentes da produção de açúcar que se fazia no engenho da própria fazenda. Então, pagavam-se os encargos desta terça e ornava-se a ermida do Paul. Porém, desde 1589, os rendimentos diminuíram substancialmente em virtude das invernadas, cujas enchentes e enxurradas escamaram as terras, tornando-as quase inférteis. Já não se plantavam canas e o engenho estava “desbaratado”. Assim, no ano de 1596, a fazenda valia 66.000 réis e, em 1615, os bens da terça somente rendiam cerca de vinte cruzados. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 12 v.º): CÔNJUGE: Joana de Leminhana. TESTAMENTEIROS: a mulher Joana de Leminhana e o irmão Pedro de Couto. Pede ao irmão que um mês após o seu falecimento dê por cumpridos os testamentos de seus pais. ENTERRAMENTO: igreja de Santo Amaro do Paul, onde jazem seu pai e mãe e onde manda colocar uma campa. ESCRAVOS: liberta a escrava Maria, filha de Filipa (mas apenas na metade que lhe pertence). OUTRAS PROPRIEDADES: refere-se a partilha amigável, feita entre o instituidor e o irmão Pedro do Couto, dos bens dos seus pais: já partidos o Paul, o Jardim Grande e o Pequeno, por partir a Raposeira e as propriedades do Funchal. VESTES: a António, filho de Álvaro Rodrigues, deixa 800 réis em pano para se vestir; a Branca Afonso, mulher do seu canavieiro, deixa uma saia e um saio que custem até 200 réis o côvado e a suas filhas as vistam de "palmeilha" para que roguem a Deus por sua alma (f. 7); a Inês, filha de Nicolau Afonso, lega um vestido, saia e mantilha. OUTROS LEGADOS: 60.000 réis a Manuel de Florença, seu parente e criado em sua casa; a Beatriz, filha do tio Manuel de Florença, 10.000 réis para ajuda do seu casamento. CONTAS/DÍVIDAS com: o Dr. Mestre Pedro; António Dias, mercador; Álvaro Fernandes, respeitante à «ida que foi a Portugal arrecadar o nosso breve»; Diogo Gonçalves, que esteve no Jardim e dizem ter falecido em São Lázaro; com o irmão a quem «remeto a sua conta porque sei que nisso ha de temer a Deos» (f. 5 v.º); à viúva Isabel Fernandes manda pagar 200 formas; finalmente, acrescenta que se alguma pessoa cobrar alguma dívida de que não haja conhecimento do testador, pague-se-lhe até a quantia de 1500 réis (f. 6 v.º). TESTEMUNHAS: Afonso Rodrigues Berenguer; Dr. Pedro Giraldo; irmão Pedro de Couto; António Cabral; André Farinha, Pedro Gonçalves; Jorge Nunes. LITERACIA: não escreve porque não podia devido à enfermidade do corpo, somente apõe o seu sinal acostumado. O testamento é redigido pelo clérigo Gonçalo de Noronha, padre espiritual. Outros documentos: Fl. 38 a 45 - Componenda de encargos pios (original em latim e tradução) com o régio beneplácito, a favor da administradora D. Ana Inácia de Carvalhal Correia Henriques. 1801-09-28. F. 54-59- Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: carta de sentença (f. 2-5), datada de 1640-07-21, com traslado da sentença de 1639-05-12 do juiz ordinário Martim Vaz de Cairos, que aprova o testamento oral feito pelo falecido instituidor, em 1637 "julga o dito testamento por firme e valiozo e como tal se cumpra e se reduza a forma publica" (f. 4). Traslado de 1796. MOTIVAÇÃO: o testador encontrava-se enfermo de uma doença da qual viria a falecer. ENCARGOS (ANUAIS): sete missas rezadas no oitavário dos defuntos e uma cantada em dia de Finados. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 20 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada e com pensão de duas missas anuais. Em 1819-01-28 (f. 22-27 v.º) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia a mulher D. Maria de Bettencourt, depois o filho menor Luís. Na falta de geração deste, a terça ficaria aos pais do instituidor, António de Carvalhal e D. Jerónima, e depois aos seus irmãos, por linha "direita". BENS VINCULADOS: terça dos bens que deixa à mulher. A verba declaratória, datada de 1847-12-21 (f. 83/83 v.º), refere que a casa n.º 6 do largo do Chafariz, Funchal, pertencente a esta capela, avaliada em 734.652 réis, foi sub-rogada por igual valor em benfeitorias no Palheiro Ferreiro (cujas confrontações constam da f. 84-84 v.º, em 1851-11-11). ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações da carta de sentença (f. 2 a 5): Cônjuge: D. Maria de Bettencourt, que casou em segundas núpcias com o capitão Bartolomeu Fernandes Pereira. Outros documentos: F. 22-27 v.º - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1722-01-08, nas suas casas de morada na cidade do Funchal, pelo tabelião Tomé Rodrigues da Silva; aberto em 1722-02-08, na presença do juiz de Fora, corregedor Dr. João de Andrade Albuquerque. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador encontrava-se doente numa cama; não sabia a hora em que Deus seria servido de o levar; descargo de sua consciência e bem da sua salvação. ENCARGOS PERPÉTUOS: quatro missas rezadas anuais pela alma de seus pais e irmão, sendo uma em dia de São José, uma em dia de São Bernardo e duas em dia da festa de Nossa Senhora da Luz do Colégio da Companhia. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 32), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada e com pensão de uma missa anual. Em 1819-01-28 (f. 34-40) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: sem herdeiros forçosos, deixa os dois terços de sua fazenda aos dois filhos naturais, José de Sá e Gaspar de Bettencourt, para seus patrimónios; por morte de um ficaria ao outro, se a irmã (também sua filha natural) Maria de Miranda lhes sobrevivesse ficaria com o rendimento dos dois terços, mas seria administrador quem em tal altura possuísse o morgado da Ribeira [dos Socorridos] instituído por D. Guiomar de Couto, não podendo o convento jamais administrar nem interferir em nada. Por falecimento do último dos três herdeiros, vender-se-iam todos os bens móveis e aplicar-se-iam em bens de raiz. Depois os dois terços da fazenda passariam ao irmão do testador, Frei Pedro de Sá, se fosse vivo (uma vez mais, sem que os religiosos interferissem na sua administração), e por sua morte ficaria ao sobrinho do testador Francisco Luís de Vasconcelos e depois ao filho mais velho na forma de morgado, correndo sempre no filho primogénito com o dito encargo das quatro missas rezadas anuais. ao seu herdeiro e sobrinho Francisco Luís de Vasconcelos Bettencourt Sá Machado. Na falta de descendência do sobrinho, o vínculo passaria aos padres da Companhia de Jesus, com a obrigação de sustentar Faustina Maria do Rosário, se fosse viva, e repartindo-se os bens em três partes: duas partes destinadas a missas e a outra para os gastos do aumento do Colégio. BENS VINCULADOS: vincula os dois terços de sua fazenda, pagas as dívidas e cumpridos seus legados, bens não descritos (o outro terço dos bens seria anexado ao morgado dos Machados, conforme instituído). OUTROS VÍNCULOS: o instituidor declara ser administrador de vários morgadios nesta ilha e em São Miguel, entre os quais: i) o instituído pela tia D. Inácia de Moura, de que foi primeiro administrador, e como não tem herdeiros legítimos a sucessão pertence ao sobrinho Francisco Luís de Vasconcelos. ii) o morgado dos Machado, que tem o encargo de quem o herdar anexar a sua terça, manda assim que se entregue a sua terça parte ao possuidor. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 11 v.º): Irmão da Santa Casa da Misericórdia do Funchal e de várias confrarias. FILHOS NATURAIS: José de Sá e Gaspar de Bettencourt, que seriam clérigos «para que sejão de missa» (f. 7) e Maria de Miranda, que seus testamenteiros recolheriam no mosteiro de Santa Clara, por freira de véu branco, e lhe fariam o seu dote. Já os filhos seriam clérigos, ficando os ditos bens para seus patrimónios «para que sejão de missa» (f. 7); . ENTERRAMENTO: não se diz onde, o testador pede apenas que de «pompa» faça apenas uma breve condução do seu cadáver para a sepultura (f. 9 v.º). TESTAMENTEIROS:o sobrinho Francisco de Vasconcelos; o padre reitor da Companhia de Jesus, Manuel Teixeira Brazão e o seu criado Matias Ferreira Freitas. ESCRAVOS: liberta o escravo Lourenço e caso este quisesse assistir na companhia de seus filhos, estes o ajudariam e dariam o que pudessem; deixa Marçalino aos filhos José e Gaspar, libertando-o apenas quando aqueles falecessem; deixa as escravas Rosa e Maria aos filhos, libertando-as apenas quando os mesmos falecessem, e ordenado que não se tomariam os seus anéis, brincos e caixas porque os havia oferecido há muito tempo para os respetivos enterros; aforra a negra Joana comprada a Jerónimo Ribeiro, que por sua vez a tinha comprado a Thomas Thorgan e a Diogo Pope. OUTRAS PROPRIEDADES: fazenda da Pedra Mole e uma casa térrea em São Pedro que deixa a Faustina Maria do Rosário. LEGADOS: 400 mil réis ao criado Mateus Ferreira Freitas, pelo bom serviço prestado; 200 mil réis ao criado André Gonçalves; LITERACIA: sabe escrever, assina o testamento. Outros documentos: Fl. 11 v.º a 16 - Traslado do inventário das peças de prata pertencentes ao morgado de D. Inácia de Moura, dadas em 1722-05-16 ao testamenteiro Francisco Luís de Vasconcelos Bettencourt Sá Machado: uma bacia de barba comprida e lavrada; uma colher de “torrião” antiga; uma bandeja em forma de açafate de verga; uma bandeja oitavada; dois castiçais; dois púcaros, duas bandejas pequenas; uma salva açafatada; quatro castiçais quadrados; um tinteiro e poeira; um prato dourado antigo; um copo; um saleiro dourado; duas bandejinhas; vinte e oito colheres de prata; dez garfos; um prato de água para as mãos; cinco fivelas e uma chapa; uma cafeteira; um candeeiro; uma bacia e um pichel; um talher; treze garfos e duas colheres; dois copos; duas tijelas de sangria; uma tesoura; uma bandeja de meias canas; uma salva. F. 16 v.º-19 - Traslado da sentença, datada de 02-11-1726, que refere as contas dos legados e encargos do testamento do instituidor D. Bernardo Bettencourt e a importância líquida dos bens do defunto, atribuída ao testamenteiro Francisco Luís de Vasconcelos Bettencourt Sá Machado, como herdeiro do morgado da tia. F. 34-40 - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 2 a 12) aprovado em 1616-06-03; codicilo (f.14 a 17 v.º) aprovado em 1619-04-19, ambos pelo tabelião de notas por el-rei no Funchal e seu termo, João Luís Botelho. Traslado de 1796. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora pretende preparar-se para o momento da morte, não obstante andar de pé, estar de saúde e em seu perfeito juízo e entendimento «serta de morrer e incerta de como e quando disso seja Nosso Senhor servido porque de todo me não tome a morte dezapersebida e para descargo de minha consiencia e consolação da alma determinei fazer meu solene testamento» (f. 2 v.º). ENCARGOS (ANUAIS): uma missa cantada no oitavário dos Santos por sua alma, com oferta de pão e vinho «o que lhe pareser»sobre sua sepultura, no convento de São Francisco (f. 7). REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 31), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania de Nossa Senhora da Vitória, que tem a obrigação de 20 missas anuais por esta e outros instituidores. Em 1819-01-28 (f. 22-27 v.º) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: sem herdeiros forçosos, faz sua alma herdeira, nomeando primeiro a sobrinha madre D. Isabel do Salvador, e por sua morte às sobrinhas freiras, filhas de seu irmão Gaspar Lopes Cortes, por ordem de idade «correra pelas mais velhas» (f. 7). Após o falecimento destas freiras, suceder-lhes-ia o filho ou neto mais velho do mesmo Gaspar Lopes Cortes, e sempre andaria no filho macho mais velho, não havendo na fêmea. BENS VINCULADOS: casa sobradada com quintal na cidade do Funchal, na banda da rua de Manuel da Mata, defronte de Nicolau Mendes de Vasconcelos; um foro de 1.600 réis e duas galinhas no Estreito de Câmara de Lobos. Em 1619-05-07 (fl. 12/13 v.º), o síndico do convento de Santa Clara, Domingos Rodrigues Garcês, toma posse desta casa em representação da madre D. Isabel. OUTROS VÍNCULOS: i) casa terreira doada à confraria do Bom Jesus da Sé, de que é irmã, com pensão de duas missas anuais por sua alma, uma em dia de Nossa Senhora da Assunção e outra em dia da sua festa; ii) foro de cinco tostões na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos com pensão de uma missa anual a Nossa Senhora da Encarnação desta cidade; iii) foro de 560 réis à Confraria das Chagas de Nossa Senhora do Calhau, com obrigação de uma missa anual em dia de Nossa Senhora do Rosário. Destes vínculos não se prestam contas nestes autos. ÚLTIMO ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS: George Banger Welsh; Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento e codicilo (f. 2 a 12, 14 a 17 v.º): Irmã da Santa Casa da Misericórdia do Funchal. Morada na rua dos Medinas, Funchal. ENTERRAMENTO: «quando sua alma se apartar de seu corpo» (f. 3 v.º) manda enterrar-se no convento de São Francisco, na cova do pai Manuel Afonso Cortes, situada no capítulo. ESCRAVOS: preto Mateus Dias - a instituidora revoga a decisão de o libertar e, no codicilo, deixa-o ao sobrinho Nicolau de Brito de Oliveira,para servi-lo «naquilo que suas forsas abrangerem», recomendando-lhe o bom trato por ser criado em casa, pelo serviço prestado e amor que lhe tem, acrescentando que quando morrer deverá ser enterrado «não como escravo mas como se fora filho» (f. 14 v.º). OUTRAS PROPRIEDADES: i) duas casas terreiras na rua das Medinas, legadas em vida ao menino Manuel, filho de Pedro Martins, tanoeiro e de Ana Pinheira, para sustento dos seus estudos e futuro património, quando se tornasse sacerdote. Não o sendo, ou quando falecesse, as casas retornariam ao herdeiro universal da testadora, Nicolau de Brito de Oliveira; ii) casas onde mora na rua dos Medinas, que deixa ao dito Nicolau de Brito de Oliveira, pensionadas com o foro de dois mil e tantos réis. Estas casas mais as duas terreiras acima mencionadas andariam anexas com o serrado abaixo, casas e água e nunca se dividiriam, e por morte do herdeiro Nicolau ficaria a sua filha D. Joana para ser freira, não o sendo o pai disporia da dita fazenda e a nomearia no filho ou filha que quisesse (f. 9), para que fosse correndo na sua geração. ii) serrado e fazenda de pomar e terras de pão no Estreito de Câmara de Lobos e um lugar de vinhas junto das casas em que morava seu irmão Gaspar Cortes, deixadas ao sobrinho Nicolau de Brito de Oliveira, com obrigação de pagar ao convento de Santa Clara 25.000 réis anuais, se o sobrinho quisesse pagar ao convento mil cruzados estas propriedades ficariam livres e desembargadas. iii) serrado de canas defronte do mosteiro de São Bernardino, deixado ao mesmo sobrinho, com obrigação de dar às irmãs madres D. Catarina da Conceição e D. Maria da Coluna e às quatro primas freiras dez cruzados a a uma para um hábito (isto com o rendimento da primeira novidade do serrado). TESTEMUNHAS: [do testamento] António Gonçalves Viana; Gonçalo Fernandes “Donis”; Manuel Rodrigues, caixeiro; Manuel Fernandes, alfaiate; Sebastião de Teives, todos moradores nesta cidade; João Fernandes, morador no limite de Câmara de Lobos; Belchior Carvalho, morador no beco das “Alanhas”. [do codicilo] Diogo Barbosa, ourives do ouro; António Gonçalves, saboeiro; Domingos Ferreira, dourador; Manuel de Casados, soldado; João Correia Lobo, soldado; Baltazar de Abreu, ajudante; Sebastião Correia, todos moradores nesta cidade. LITERACIA: sabe ler e escrever (tem um caderno de contas «feito de minha letra» f. 6). Outros documentos: Fl. 18 a 19 - Quitação das madres soror Margarida de São Diogo e abadessa soror Beatriz do Espírito Santo de como receberam de Francisco Luís de Vasconcelos Bettencourt, o valor de 1.000 réis, de umas casas sitas na rua do Ribeirinho, pertencentes à herança de D. Isabel Cortes, e de outras quantias. 1720-05-10. F. 33-39 v.º - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1653-05-19, nas casas de morada da testadora na cidade do Funchal, pelo tabelião de notas por el-rei nesta cidade e seu termo, Luís Gonçalves; aberto em 1653-05-30, na presença do juiz de Fora, doutor Miguel de Pina Ferreira. Traslado de 1796. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se enferma; não sabia o dia em que Nosso Senhor seria servido de a chamar; declaração de sua última vontade. ENCARGOS PERPÉTUOS: cinco missas anuais rezadas pelas chagas de Cristo, pela alma da testadora. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 36) esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com pensão de uma missa anual pela instituidora. Em 1819-01-28 (f. 38-43) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia o filho Francisco de Vasconcelos Bettencourt, depois a neta e filha deste, Lourença, «ao tempo que lhe der estado, o que deixa a seu arbítrio» (f. 4); caso a neta seja freira, a terça ficaria ao neto Jorge, filho segundo do seu filho, acrescendo a obrigação de dar à irmã freira 20.000 réis anuais enquanto fosse viva. A terça andaria sempre na descendência do dito seu filho, com o mencionado encargo, sem nunca poder ser vendida nem alienada. BENS VINCULADOS: terça dos seus bens, não discriminados. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 7): Irmã da Santa Casa da Misericórdia do Funchal. ENTERRAMENTO: mosteiro de São Francisco, na capela de São João Baptista, jazigo de seus pais e avós. NETOS: Lourença e Jorge, filhos do aludido Francisco de Vasconcelos Bettencourt. TESTAMENTEIRO: o filho Francisco de Vasconcelos Bettencourt. TESTEMUNHAS: Jorge de Andrade Correia; seu filho Jorge de Andrade de Vasconcelos, estudante; Manuel Ramos; João Fraguedo Barreto; D. Francisco de Sá; Rdo. Inácio Alves de Carvalho, capelão-mor da Misericórdia do Funchal, todos moradores na cidade do Funchal. LITERACIA: a testadora não sabe escrever, o padre Álvaro Vaz da Corte redige e assina a seu rogo. Outros documentos: F. 16-20 v.º - Traslado de uma petição do administrador João de Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt, em que pretende haver vista de um despacho proferido neste Juízo [f. 14 v.º], a notificá-lo para declarar quais os bens desta capela. Segue-se o despacho de 1801-05-20 e a procuração. F. 21-24 - Embargos e sentença do juiz a julgar a notificação por sentença e a determinar o seu cumprimento. Fl. 25 - Auto de sequestro, feito em 1801-08-21, das novidades de uma fazenda denominada Quinta de Água de Mel, Freguesia de Santo António, para pagamento das pensões caídas de várias capelas administradas pelo proprietário e morgado João de Carvalhal Esmeraldo. F. 26-31 - Agravos interpostos a este sequestro. Considerando a componenda de missas inserta nos autos da capela de Francisco de Couto, o despacho do juiz, de 1802-11-04, considera a conta desta capela satisfeita até 1798. F. 38 a 43 - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: verba do testamento (f. 2-4 v.º), não consta a aprovação do testamento. A data mais aproximada será a de trasladação da verba do testamento em 16[...]2-04-05. ENCARGOS PERPÉTUOS (anuais): três missas semanais rezadas a três vinténs cada uma (uma às sextas por alma do marido e duas aos sábados pela sua alma e da filha) e outra cantada no dia do Bom Jesus no seu altar, pela sua alma e do marido, a duzentos reis, tudo no capítulo novo do convento de São Francisco; uma botija de azeite e quatro arratéis de cera anual para manter acesa a lâmpada enquanto se dissessem as ditas missas e também na missa de domingo. REDUÇÃO DE ENCARGOS: 1.º abaixamento: o traslado da sentença do juiz do Resíduo de 1792-03-28 (f. 4 v.º-6 v.º) é favorável ao pedido do administrador Luís Vicente de Carvalhal Esmeraldo, de se celebrarem missas até onde «chegar o seu valor», pois alegara o administrador o prejuízo de mandar dizer o mesmo número de missas pelo preço atual. A folha de rosto dos autos, de 1796, diz que a pensão desta capela é de 9.180 réis anuais para as missas, mantendo os outros encargos de azeite e cera. 2.º abaixamento: a informação do procurador do Resíduo (f. 19), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Vitória, que tem a obrigação de vinte missas anuais por esta e outros instituidores. Em 1819-01-28 (f. 21-27 v.º) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: é primeiro nomeado o neto José Machado, segundo filho dos dotados (genro Bartolomeu Machado de Miranda e filha D. Antónia de Moura); não se refere a posterior forma de sucessão. BENS VINCULADOS: terça dos bens dada em dote de casamento à filha D. Antónia de Moura, mulher de Bartolomeu Machado de Miranda, juntamente com 10.000 cruzados, e a condição de nomear na sucessão da terça o filho do casal escolhido pela testadora. SUB-ROGAÇÃO DE BENS: a verba declaratória, datada de 1842-06-02 (f. 32/38 v.º), determina como livres e alodiais as seguintes propriedades desta capela: i) uma porção de terra no sítio das Angústias, São Pedro, com casa de lagar; ii) outras quatro porções de terra no mesmo sítio; iii) uma porção de terra no sítio dos Ilhéus. Em contrapartida, ficam vinculadas parte de benfeitorias em igual valor na Quinta do Palheiro Ferreiro. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1593-08-25. Tabelião: Francisco Cardoso. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador encontrava-se doente, deitado numa cama; enquanto crente, espera viver e morrer na fé católica, e nesse pressuposto ordena o seu testamento. ENCARGOS PERPÉTUOS (ANUAIS): 12.000 réis para missas na sua ermida de Nossa Senhora das Neves e 3.000 réis exclusivamente para a sua reparação; 1.000 réis para os lázaros e outros tantos para a igreja da Madalena, no termo do Funchal; ainda, um ofício de três lições com missa cantada, assistida por cinco padres do mosteiro de São Francisco, no oitavário de Todos os Santos, pela sua alma e de sua mãe, com esmola de 3000 réis, um saco de trigo, um carneiro e três almudes de vinho. Caso os referidos padres de São Francisco não pudessem dizer tal ofício, então o administrador não seria obrigado a cumprir tal tal legado, nem tão pouco dele dar conta. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (II vol., f. 35), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa a duas capelanias: a da Lombada, com pensão de uma missa anual e 1.000 réis para os lázaros; a capelania das Neves, obrigada a vinte missas por este e outros instituidores. Em 1819-01-28 (II vol., f. 39-43) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia a mulher [Francisca de Velosa], depois a sobrinha D. Francisca, filha de Irvão Teixeira. Por falecimento desta, ficaria ao parente mais chegado do instituidor, da linha dos que descendem de António Machado “que foi o senhor do logar de São Clemente termo de Guimarens ou dos que procederem de João Machado que viveu em Vila Vicoza”, o que fosse mais chegado (f. 5 v.º). A sucessão seria conforme as leis do Reino, em filhos legítimos, na condição de usarem o apelido Machado «se chamarem Maxados sem outro nenhum apelido» (II vol., f. 6 v.º) e de anexarem as suas terças. BENS VINCULADOS: Morgadio das Neves, em São Gonçalo - toda a mais fazenda que se achar (incluindo a que ficara do pai e a terça de Catarina Pires) «o morgado seria obrigado a anexar as suas terças ao morgadio para que va se multiplicando» (II vol., f. 6). SUB-ROGAÇÃO DE BENS: as verbas declaratórias, constantes do segundo volume, informam sobre a sub-rogação das propriedades desta capela, a saber: a) Verba declaratória de 1839-03-11 (f. 50/50 v.º) - fazenda no sítio da Madalena, Santo António, sub-rogada por uma fazenda nos Ilhéus, São Pedro, instituída por D. Leonor Ribeiro de Amil, hoje administrada por Roberto Joaquim Cuibem Salazar Ribeiro. b) Verba declaratória de 1839-08-31 (f. 51/51 v.º) - fazenda no sítio da Madalena, Santo António, sub-rogada por duas porções de terra no sítio das Quebradas, São Martinho. c) Verba declaratória de 1848-06-04 (f. 52/53) - três porções de terra no sítio das Angústias, São Pedro, sub-rogadas por benfeitorias livres em igual valor na Quinta do Palheiro Ferreiro. d) Verba declaratória de 1849-10-01 (f. 54/56 v.º) - duas porções de terra no sítio das Angústias, São Pedro, sub-rogadas por benfeitorias livres em igual valor na Quinta do Palheiro Ferreiro. e) Verba declaratória de 1852-05-26 (f. 57) - porção de terra no sítio das Angústias, São Pedro, sub-rogada por benfeitorias livres no Palácio da rua do Peru e por 160.620 réis num poço sito no Lugarinho, Santo António. f) Termo de sub-rogação, datado de 1852-07-21, (f. 57 v.º) do capital de um foro e de um arrendamento imposto num térreo e casa no beco do Surdo, São Pedro. g) Verba de sub-rogação, datada de 1859-05-10 (f. 58/59 v.º) de uma porção de terra no sítio da Quinta Vigia, às Angústias, sub-rogado por um armazém na rua do Peru. ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS EM 1603-08-26, data da primeira quitação original (I vol., f. 9): João Machado de Miranda. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (I vol, f. 2-7; II vol., f. 2-9 v.º): TESTEMUNHAS: Diogo Castanho, inquiridor do Funchal; António Lopes, tabalião do judicial; Sebastião Dias de Ornelas; André Garro, Brás Fernandes Silveira, cidadão. ENTERRAMENTO: na "sua" capela de Nossa Senhora das Neves, São Gonçalo. LITERACIA: o testador assina o testamento. Outros documentos do I vol. F. 22 - Quitação de fevereiro de 1609, de Diogo Gonçalves, pedreiro, de como recebeu de João Machado de Miranda 5040 réis, de seis dias de trabalho no conserto da capela de Santa Maria Madalena, na Freguesia de Santo António. F. 48 - Petição dos mordomos de Santa Maria Madalena a solicitar o pagamento antecipado de 5000 réis para ajuda de se fazer um lampadário de prata «em louvor da Santa e ornato da sua igreja». Referem que a administradora D. Francisca de Vasconcelos tem pago o foro anual de 2000 réis até o ano passado de 1612. Segue-se o despacho favorável do juiz dos Resíduos, emitido em 1613-06-20. F. 54 - Petição do vigário de Santo António e mordomo de Santa Maria Madalena, a solicitar o adiantamento de 2000 réis para reparo da ermida «visto estar maltratada do vento e tormenta deste inverno ao que he necessario accodir com telha, cal (?) e pedreiros». Segue-se o despacho favorável do juiz e a quitação do pagamento feito pela administradora D. Francisca de Vasconcelos, em 1617-02-20. F. 39 a 43 - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo. NOTA: As f. 189-335 do I vol. encontram-se nos autos sob o título "Agravo que interpôs Francisco Luís de Vasconcelos Bettencourt por seu procurador para o Juízo da Ouvidoria sobre o Breve adiante", com a cota atual JRC, 93-28.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 2-6) aprovado em 1603-06-22, na Ribeira dos Socorridos, pelo tabelião do público judicial e notas do lugar de Câmara de Lobos. Testamento extraído do seu inventário de bens, que deu Garcia de Bettencourt de Sá. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se doente, deitada. ENCARGOS PERPÉTUOS (anuais): um ofício de nove lições em dia de Finados onde estiver enterrada e uma missa cantada em dia de Santo António. REDUÇÃO DE ENCARGOS: informação do procurador do Resíduo (f. 22), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com pensão de duas missas anuais. Em 1819-01-28 (f. 24-31) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia as filhas Isabel e Filipa, na condição de serem metidas num convento quando tivessem idade, morrendo uma passaria à outra; a terça ficaria então encabeçada na tia D. Guiomar de Couto, até o filho Francisco ter idade para a possuir, acrescendo o encargo de 10.000 réis a cada uma das irmãs. Caso este não tivesse descendência, ficaria a outro herdeiro mais chegado, e daí em diante na sua linha "direita". BENS VINCULADOS: terça dos bens, não especificados no testamento. As verbas declaratórias, datadas de 1848-12-23 (f. 35-35 v.º) e de 1849-10-01 (f. 38-39 v.º), determinam como livres e alodiais as seguintes propriedades: o capital de um foro de 3.328 réis imposto numa casa na rua do Capitão; uma nesga de terra com muro e porta na frente do caminho das Angústias; mais quatro porções de terra no mesmo sítio das Angústias. Em contrapartida, ficam vinculadas parte de benfeitorias em igual valor na Quinta do Palheiro Ferreiro (avaliação destas benfeitorias na f. 40). ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 6): FILHOS: Isabel, Filipa, Francisco. ENTERRAMENTO: na capela de Nossa Senhora da Vitória, ermida da tia D. Guiomar de Couto. TESTEMUNHAS: João Bettencourt de Sá, irmão de Gaspar Bettencourt de Sá, que assina a rogo da testadora; Gaspar Gonçalves; Nicolau Gomes, criado de D. Guiomar de Couto; Domingos Fernandes, ajudante pregador; Pedro Fernandes e Lopo Rodrigues, almocreves da casa. LITERACIA: não sabe escrever, o testamento foi redigido e assinado pelo padre Gaspar Luís Correia, cura da igreja de São Sebastião. Outros documentos: F. 24 a 31 - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: não consta o documento completo da instituição, apenas o traslado da verba do testamento (f. 2-4) apresentada em 1758-12-09, pelo representante do então administrador, João José de Vasconcelos Bettencourt. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o instituidor estava para se professar, como de facto o fez. ENCARGOS PERPÉTUOS: uma missa cantada anualmente, com responso e a cera necessária, na capela mor da igreja de São Sebastião de Câmara de Lobos, celebrada no dia 30 de janeiro, data de falecimento do filho, que estava igualmente enterrado naquela igreja. A missa seria paga com três tostões procedentes do foro da casa vinculada. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 25 v.º), esclarece que, pela redução de 1814.03.20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com pensão de uma missa anual. Em 1819-01-28 (f. 28-34) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: a forma de sucessão não consta da verba do testamento, na verba refere-se que os padres logo arrecadem os três tostões do foro. BENS VINCULADOS: foro de uma casa junto da referida igreja de São Sebastião de Câmara de Lobos. ADMINISTRADOR EM 1758: o cónego Gaspar Martins de Abreu, em nome de João José de Vasconcelos Bettencourt, possuidor da casa aforada. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outros documentos: F. 28 a 34 - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, com régio beneplácito, obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1553-04-20 pelo tabelião de notas por el-rei na cidade do Funchal e seu termo, Damião Gonçalves; aberto em 1553-05-12, na presença do juiz Luís Dória e de João de Velosa, fidalgo da casa d'el-rei, irmão e testamenteiro do instituidor. Traslado de 1796, extraído do Tombo 6.º dos Resíduos, f. 275. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador encontrava-se doente em uma cama; não sabia «nem da vida nem da morte» quando o Senhor Deus o quereria levar para si; descarrego de sua consciência e salvação da alma. ENCARGOS PERPÉTUOS: missa quotidiana rezada na Sé do Funchal com suas velas de cera, celebradas com responso e água benta sobre sua sepultura «para fim dos fins» (f. 7). REDUÇÃO DE ENCARGOS: 1.º abaixamento: o traslado da declaração de sentença emitida em 1689-07-20, na sequência de outra sentença de 1689-02-19, do juiz dos Resíduos António Tavares de Sousa, extraídas dos antigos autos de conta desta capela, a f. 109 v.º (f. 10-11), refere que consta daqueles autos que o administrador [então José machado de Miranda] pagava somente 12.600 réis em cada ano. Na folha de rosto deste processo, anota-se que os encargos desta capela são 12.000 réis para missas na Sé e 600 réis para cera. 2.º abaixamento: a informação do procurador do Resíduo (f. 32 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com pensão de dez missas anuais. Em 1819-01-28 (f. 35-40) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia o irmão e testamenteiro João de Velosa, fidalgo da casa d’el-rei, não se mencionando a posterior forma de sucessão. BENS VINCULADOS: todos os seus bens livres, móveis e de raiz, não discriminados. Os legados seriam custeados pelos bens móveis, nada se vendendo dos bens de raiz. SUB-ROGAÇÃO DE BENS: o termo de sub-rogação, datado de 1859-02-05 (f. 45 v.º/46 v.º), determina como livre e alodial a fazenda desta capela no sítio da Amoreira, Santa Luzia, avaliada em 336.000 réis, ficando em seu lugar vinculada a parte das benfeitorias do palácio da Rua da Mouraria, pertencente aos sub-rogantes, Condes de Carvalhal. OUTROS BENS VINCULADOS: morgadio da Quinta do Til, que herdou de sua mãe, com a obrigação de missa quotidiana, em que nomeia como sucessor o referido irmão João de Velosa, o qual por sua morte nomearia quem quisesse. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 9 v.º): Sem filhos. ENTERRAMENTO: na Sé do Funchal, na nave do meio ou na capela do Santo Sacramento, onde se possa colocar uma campa. LEGADOS: 8.000 réis para as obras da capela das Chagas «quando se fizer»; 8.000 réis para a capela de Nossa Senhora da Esperança «que se ora faz de novo no termo desta cidade» (f. 5); 50 cruzados ao criado Aleixos Caldeira, mais a cama em que dorme; à parente Francisca Tavares deixa 20.000 réis; à prima Inês Tavares, que foi mulher de Nuno de Almeida, lega 30.000 réis e a seu filho 2000 réis; ao parente Manuel Jorge deixa 40.000 réis. Pede a todos que roguem a Deus pela sua alma. TESTEMUNHAS: Francisco Saquoto, meio cónego da Sé do Funchal e padre espiritual do testador, que redigiu o testamento; Afonso Vaz; Manuel Mendes Pereira; Mendo Afonso; Manuel Jorge, cidadão; Gonçalo Pires, almocreve; Álvaro Tavares, filho de Nuno de Almeida, Álvaro Afonso, criado de Gaspar Nunes, mercador. LITERACIA: o testador não fez o testamento por não estar em disposição para escrever, mas assinou (f. 7 v.º). Outros documentos: F. 35 a 40 v.º - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, com régio beneplácito, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1594-04-19, nas suas casas à rua do Castanheiro, Funchal. Tabelião: João Barreto Fraguedo, tabelião público de notas por el-rei nesta cidade e seu termo. Traslado de 1796. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se doente em uma cama. ENCARGOS PERPÉTUOS: uma missa rezada por sua alma. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 18 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Penha de França, que tem a obrigação de quarenta missas anuais por esta instituidora e outros. Em 1819-01-28 (f. 21-26 v.º) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia a administração da terça na filha D. Helena, «para si e seus filhos», não os tendo a quem quisesse deixar. BENS VINCULADOS: terça dos seus bens móveis e de raiz «que se achar me pertença». SUB-ROGAÇÃO DE BENS: O termo de sub-rogação, datado de 1852-11-15 (f. 32/32 v.º), identifica as propriedades pertencentes a esta capela, a saber i) casa no Pico de São João, freguesia de São Pedro, no valor de 147.200 réis; ii) porção de terra e benfeitorias no sítio dos Saltos, Santa Luzia, no valor de 1.392.950 réis; iii) porção de terra no sítio da Amoreira, ribeira de Santa Luzia, freguesia de São Roque, avaliada em 240.000 réis. Estas propriedades foram sub-rogadas por uma fazenda no sítio da Ajuda, São Martinho, que confronta pelo norte com o Caminho Velho dos Piornais e sul com o calhau do mar. A verba sub-rogatória de 1859-02-10 (f. 32 v.º/35), determina que fiquem livres três porções de terra desta capela, situadas em São Martinho e, em alternativa, vinculadas em igual valor a parte das benfeitorias que os condes de Carvalhal possuíam no seu palácio da rua da Mouraria. As três porções de terra são assim discriminadas: i) terra no sítio da Praia Formosa, que confronta a oeste com a rocha que termina a Praia Formosa, a leste com o ribeiro do Arieiro e a sul com o calhau do mar, no valor de 2.440.000 réis; ii) terra no sítio da Praia Formosa, que confronta a norte com a trincheira e o forte e sul com o calhau do mar, avaliada em 527.000 réis; terra no sítio da Praia Formosa, que confronta sul com o calhau do mar, no valor de 133.000 réis. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. OUTROS VÍNCULOS: nomeia a filha D. Helena na metade da horta e terça de sua mãe, conforme o seu testamento. Outras informações do testamento (f. 2 a 5): OUTROS TESTAMENTOS: revoga todas as cédulas que tenha feito e, no futuro, só seria válido algum testamento que nomeasse três vezes «Deus meu, Deus meu, Deus meu» (f. 3). ENTERRAMENTO: no convento de São Francisco, em cova do pai. TESTEMUNHAS: Diogo de Bettencourt de Vasconcelos, fidalgo, que redige o testamento e assina a rogo da testadora; Francisco de Castro; Custódio de Carvalhosa, sombreireiro; João Coelho, feitor do engenho de Gaspar Mendes de Vasconcelos; Gonçalo Fernandes, ferrador; Rafael Rodrigues, alfaiate; Leonel Rodrigues, trabalhador, todos moradores na cidade do Funchal. LITERACIA: não sabe escrever. Outros documentos: F. 21 a 26 v.º - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: contrato de partilhas (II vol., f. 9-24) feito em 1522-06-12 por António de Almeida, notário público por el-rei na cidade do Funchal e sua capitania; o contrato de partilha contém o traslado da outorga do alvará régio de Manuel, para suprimento da idade do filho Cristóvão Esmeraldo. Contrato retificado no testamento e codicilo (II vol., f. 2-9) do instituidor João Esmeraldo "o Velho", aprovados em 1536-05-27, pelo notário do lugar da Ribeira Brava, Sebastião Álvares; aberto em 1536-06-19. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: no contrato de partilhas esclarece-se que não tinham outros filhos e por isso queriam em sua vida dar partilha dos bens de raiz que possuíam. No testamento, o testador encontrava-se mal disposto de doença, mas de pé. ENCARGOS (ANUAIS): 1) MORGADIO DO SANTO ESPÍRITO: missa quotidiana por alma dos fundadores, na ermida do Santo Espírito, dita por um capelão pago pelo seu preço, com a cera e azeite necessários, e a obrigação de reparar e ornamentar o dito templo. Uma quitação dos párocos António Paes e Francisco Rodrigues, datada de 1635-04-16 (I vol., fl. 113/113 v.º), alude ao ornato da capela e ao aparato da festa do Santo Espírito sob a administração de Francisco Gonçalves da Câmara: afirmam que no tempo em que foram capelães do dito senhor, este dotou o templo de retábulos, frontais, vestimentas, lampadário e castiçais de prata; acrescentam que no dia da festa havia canto de órgão e instrumentos musicais, bem como vinham padres da Companhia, frades de São Francisco ou outros, para pregar e ali permaneciam vários dias. REDUÇÃO DE ENCARGOS: uns embargos interpostos em 1635 (I vol., f. 91 e seg.) pela administradora D. Isabel Esmeraldo, contestam que no tempo do bispo D. Luís de Figueiredo a pensão de um anal de missas foi reduzida a oito meses, facto provado por inúmeras quitações. Porém, a sentença de 1635-08-11 (I vol., fl. 128) não lhe é favorável, mantendo-se a obrigação inicial. A informação do procurador do Resíduo (II vol., f. 36 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada e com pensão de vinte missas anuais. Em 1819-01-28, indulto apostólico de componenda de pensões caídas, obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo. 2) MORGADIO DO VALE DA BICA: missa cantada anual na igreja de São Pedro, no seu dia, com cera e o mais necessário, e uma missa rezada semanal pela alma dos instituidores. REDUÇÃO DE ENCARGOS: A sentença de 1819-09-17 (III vol., fl. 41) reduz todas as capelas administradas por D. Maria de Ornelas, tutora do filho Aires de Ornelas Vasconcelos (então herdeiro do morgadio do Vale da Bica), à pensão anual de 70.000 réis pagos à Misericórdia do Funchal. SUCESSÃO: nomeia os filhos João Esmeraldo (filho do instituidor e da falecida mulher D. Joana Gonçalves da Câmara) e Cristóvão Esmeraldo, sucedendo pessoa da sua geração, a saber, filho primogénito se houvesse, não havendo passaria a outra pessoa mais chegada à geração dos fundadores. BENS VINCULADOS: morgadios do Santo Espírito e do Vale da Bica, Ponta do Sol, resultantes da divisão da Lombada de João Esmeraldo em dois grandes “lotes”, como determinado no aludido contrato de partilhas (vol. II, f. 9/24 v.º). No testamento, declara-se que a Lombada está aforada em fateusim, com a pensão de 150.000 réis anuais. O contrato de partilhas descreve os bens de raiz do casal: i) Lombada da Ponta do Sol, do mar à serra, constituída por terras de canaviais, de pão e montados, com suas águas, assentamentos, engenhos, casa de purgar, pomar, a qual lombada parte de um lado com a ribeira da Ponta do Sol, e do outro pela ribeira da Caixa; ii) assentamento de engenho e casas de purgar, chãos e outras benfeitorias sita além da ribeira da Ponta do Sol; iii) fazenda sita além da vila da Ponta do Sol, aforada a D. João Henriques por 100.000 réis ao ano; iv) um grande assentamento de casas na rua que sai do varadouro dos batéis para cima e passa à outra rua do Sabão; v) três casas terreiras frente a este assentamento de casas. Os mencionados embargos de 1635 (I vol., f. 111) referem que, ao tempo da instituição, o morgadio do Santo Espírito produzia nove mil arrobas de açúcar por ano e que agora (1635) não chegavam a sessenta, e para isso era necessário sustentar um engenho com seus pertences e fábrica. A verba declaratória (III vol., f. 49), datada de 1851-10-22, refere que que se encontra sub-rogado o capital do foro das terras do Jangão, Ponta do Sol (morgadio do Vale da Bica) pelo capital do foro de terras da quinta do Palheiro Ferreiro, pertencentes à quinta do Garajau. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgadio do Santo Espírito: conde de Carvalhal; morgadio do Vale da Bica: Aires de Ornelas e Vasconcelos. Outras informações do testamento e codicilo (II vol., f. 2 a 8 v.º): ENTERRAMENTO: onde a mulher e os filhos ordenarem. ESCRAVOS: o testador proíbe a venda, ou doação como cativos, dos escravos nascidos em sua casa, determinando que sirvam a sua mulher e filhos e sejam bem tratados. CAPELAS: manda fazer de novo “de pedra e cal” a capela de Santa Ana (Sé do Funchal), para o que se apropria das três casas terreiras no Funchal e de um foro de 300 réis, imposto numas casas que tem João Rodrigues Castelhano. OUTROS LEGADOS: 7.000 réis para o filho Cristóvão Esmeraldo gastar no coro da igreja do Santo Espírito; 10.000 réis destinados a um sacrário para a igreja de Nossa Senhora da Luz; 20.000 réis a Amásia Delgada para ajuda do seu casamento. DÍVIDAS: o contrato de partilhas estipulara que os filhos pagariam as dívidas, pelo que desencarrega, assim, a sua consciência e carrega a dos filhos (f. 3). TESTEMUNHAS: Manuel de Atouguia e bacharel Fernão d’Aires, estantes ao presente na Lombada da Ponta do Sol; João Nunes, criado de João Esmeraldo de Vasconcelos; Cristóvão Luís, criado de João Esmeraldo “o Velho”; Fernão Dias, mestre de açúcar, ora estante na Lombada. LITERACIA: testamento feito e assinado de sua mão e letra e sinal. Outras informações do contrato de partilhas (II vol., f. 9-24): BENS QUE NÃO ENTRAM NA PARTILHA (e que seriam retirados do montemor dos bens de raiz): i) fica reservado para a mulher D. Águega de Abreu a legítima que lhe ficara de seus pais e todas as jóias, escravos e, caso o marido falecesse primeiro, ficaria ainda com todas as alfaias e perfias de casa e, ainda, lograria em vida das casas e asentamento do Funchal. ii) também seria retirado do montemor o dote de 200 cruzados que fora atribuído ao testador e à sua primeira mulher, D. Joana da Câmara. TESTEMUNHAS (do contrato de partilhas): D. João de Noronha e Jerónimo de Abreu, fidalgos da casa d'el-rei; os muito honrados mestre doutor Duarte e Álvaro Dias, cidadão da cidade do Funchal; João Lombardo e João Dias, tesoureiro da igreja da Ponta do Sol. Outros documentos: II vol, f. 38 a 45 - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, com régio beneplácito, obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo. III vol. - Sentença de redução dos encargos da capela do morgadio do Vale da Bica, obtida em 1819.09.17 por D. Maria de Ornelas.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1702-05-12, nas casas de morada da testadora na cidade do Funchal, pelo tabelião de notas desta cidade e seu termo, Manuel Rodrigues Pedreira; aberto em 1709-12-10, perante o juiz por bem da ordenação, António de Carvalhal Esmeraldo e Câmara. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se de saúde; «alma no caminho» (f. 3); não sabia o que Deus queria de si, nem quando seria servido de a levar. ENCARGOS PERPÉTUOS: cinco missas anuais celebradas no altar do Bom Jesus da Sé do Funchal. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 30 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com pensão de uma missa anual pela instituidora. Em 1819-01-28 (f. 33-37 v.º) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia o sobrinho Francisco de Vasconcelos Bettencourt, seu herdeiro universal, depois o filho deste Francisco Luís. BENS VINCULADOS: todos os seus bens móveis e de raiz, não referenciados. OUTROS BENS VINCULADOS: proprietária do morgadio e quinta de Nossa Senhora das Angústias, instituído por D. Mecia de Vasconcelos, que o vinculou a Jorge de Andrade e Vasconcelos, irmão da testadora D. Serafina, e que esta herdou das irmãs D. Beatriz de Menezes e D. Bernarda de Vasconcelos. Nomeia na sucessão do morgadio o referido seu sobrinho, Francisco de Vasconcelos Bettencourt e seus descendentes “athé o fim do mundo”. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 8 v.º): IRMÃOS: Jorge de Andrade e Vasconcelos; D. Beatriz de Menezes e D. Bernarda de Vasconcelos. TESTAMENTEIROS: seu sobrinho Francisco de Vasconcelos Bettencourt e o filho deste Francisco Luís. ENTERRAMENTO: convento de São Francisco, em cova de que é herdeira. ESCRAVOS: liberta a escrava Isabel e seus quatro filhos e doa 20.000 réis. LEGADOS (JOIAS, OUTROS): a Maria de Andrade, moça baça e de sua casa, doa meio moio de trigo e a metade de dois foros, somente enquanto viver e uma saia a cada três anos; à sobrinha D. Lourença de Mondragão deixa uns brincos de pérolas e um anel de diamantes; à moça Catarina lega 20.000 réis pelo bom serviço prestado. TESTEMUNHAS: vigário do Paul, Mateus Dias de Abreu; António Fernandes Casco; João de Afonseca de Aguiar; Manuel da Silva; Miguel Pereira Barreto, Domingos de Abreu. LITERACIA: não sabe ler nem escrever, rogou ao padre Francisco Veloso, vigário de São Gonçalo, que o fizesse e assinasse. Outros documentos: F. 33 a 37 v.º - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 2-7 v.º) feito em 1645-05-07, codicilo (f. 7 v.º-9 v.º) em 1649-03-14, ambos aprovados pelo notário Manuel da Silva Ferreira. Traslado de 1796 (não inclui a aprovação e abertura). MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se muito enferma; não sabia o que Deus Nosso Senhor de si faria; descarrego de sua consciência; dispor de sua última vontade. ENCARGOS PERPÉTUOS (anuais): quatro missas celebradas na Sé do Funchal, sendo duas no altar de Nossa Senhora do Rosário e outra no altar de Jesus (duas por sua alma e outra pelo seu marido), a última missa acrescentada no codicilo sem particular devoção. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 29 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com pensão de uma missa anual. Em 1819-01-28 (f. 32-38) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia o marido Francisco de Bettencourt Correia, por falecimento deste a terça dos seus bens seria dividida: três partes ficariam à filha D. Ana, casada com Francisco de Bettencourt de Sá, e por morte daquela à sua filha e neta da testadora D. Guiomar, com pensão de três missas anuais; não tendo Guiomar uma filha ficaria a terça ao filho macho, não o tendo passaria à segunda filha do neto D. Francisca, seguindo na linha direita de preferência feminina «buscando sempre a filha». A quarta parte da terça ficaria ao seu filho André de Bettencourt e seus filhos com encargo de uma missa anual; na falta de sucessão, passaria sucessivamente aos netos D. Leonor e Pedro. Caso não houvesse descendência, a quarta parte da terça juntar-se-ia à administração da restante terça. BENS VINCULADOS: terça dos seus bens, não especificados. A terça nunca seria dividida, nem vendida, e andaria inteira numa só pessoa que cumprisse os seus encargos, em forma de morgado (f. 7). ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 9 v.º): Irmã da Santa Casa da Misericórdia do Funchal. FILHOS: D. Ana, mulher de Francisco de Bettencourt de Sá; André de Bettencourt; Francisco de Morais. Menciona o genro Diogo de Bettencourt. ENTERRAMENTO: Sé do Funchal, defronte do altar de Nossa Senhora do Rosário, em sepultura pertencente ao marido. ESCRAVOS: confirma a doação da mulatinha Joana à neta D. Leonor, filha de Diogo de Bettencourt; liberta o escravo Miguel, criado em sua casa, determinando a doação de 10.000 réis e a colocação num ofício “para que seja homem”; permaneceria na companhia do marido e depois encomenda-o ao filho André de Bettencourt para o ter em sua casa (f. 5). Os demais escravos são do marido e ele faria com eles o que quisesse. JOIAS: peças de ouro, um cofre encourado e dois pequenos pertencentes à neta D. Leonor; duas gargantilhas de ouro, umas contas de ouro grandes que deu à neta D. Leonor para o seu “roçal de aljôfar”; uma cadeia de ouro ou anel de pedra branca para o neto Pedro de Bettencourt, filho de Francisco de Morais. VESTES E ROUPAS DE CASA: dois vestidos de seda para a neta D. Leonor; a Catarina, moça de sua casa, deixa um fato com o seu manto, saio e saia; a Ana Gonçalves que a serviu deixa uma saia, um saio e um gibão daqueles que a testadora traz por casa; ao filho André de Bettencourt deixa dois travesseiros com almofadinhas lavradas de vermelho. MÓVEIS: a D. Leonor deixa ainda uma alcatifa grande, dois guardamesins e um oratório novo; duas caixas grandes de cedro pertencentes ao filho Diogo de Bettencourt. LITERACIA: a testadora não sabe escrever, o testamento e codicilo foi redigido por Sebastião de Teives, que assinou a seu rogo. Outros documentos: F. 32 a 38 - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, com beneplácito régio, obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1663-05-17 pelo tabelião de notas da cidade do Funchal e seu termo, Luís Gonçalves; aberto em 1663-06-25, na presença do juíz de Fora, doutor Manuel Soares Monteiro. Traslado de 1796. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador encontrava-se enfermo; não sabia a hora em que Nosso Senhor seria servido de o levar; declaração de sua última vontade. ENCARGOS PERPÉTUOS: cinco missas rezadas anuais no altar do Bom Jesus da Sé do Funchal. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 29 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com pensão de uma missa anual. Em 1819-01-28 (f. 32-38) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia as suas seis sobrinhas, filhas de sua irmã Joana de Meneses, que lograriam da terça de igual forma, «e falecendo hua hirão continuando as outras». Depois do falecimento de todas, a terça ficaria ao «filho primeiro» do legítimo matrimónio de uma destas sobrinhas e, daí em diante, em vínculo de morgado, continuando nos machos, na falta de macho passaria a uma fêmea. Na falta de geração da mencionada irmã, o vínculo seria transmitido ao filho segundo do irmão, Manuel Rodrigues Barreto, chamado Gaspar Nuno de Sousa Pereira. BENS VINCULADOS: todo o remanescente, uma vez pagos os legados. Bens não descritos. OUTROS BENS VINCULADOS: casas sobradadas em Câmara de Lobos, que deixa à Confraria do Santíssimo daquele lugar, com pensão de uma missa anual pela sua alma OUTROS BENS (bens destinados ao cumprimento de legados pios): foro pago por Manuel da Cunha; foro de 2000 réis e seis galinhas na ribeira da Caixa, pago por Isabel Rodrigues “a rata”; não bastando, ainda os rendimentos do lugar no serrado da Torre e Fajã. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 8 v.º): IRMÃO: Manuel Moniz Barreto. TESTAMENTEIROS: os sobrinhos padre Manuel de Andrade e Vasconcelos e Jorge de Andrade. ENTERRAMENTO: convento de São Francisco, em cova do avô Manuel Afonso Cortes, localizada no capítulo velho. Se falecer no Estreito de Câmara de Lobos, determina que deverá ser enterrado na igreja de São Sebastião, na sepultura do pai. TESTEMUNHAS: Roque Ferreira, escrivão do almoxarifado; Francisco da Silva; Bento da Silva; João de Mendonça de Vasconcelos; Manuel Dias, picheleiro; Manuel Dias, todos moradores na cidade do Funchal. LITERACIA: assina o testamento. Outros documentos: F. 32 a 38 - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, com régio beneplácito, obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1568-08-02, na cidade do Funchal, nas casas de D. Joana Rodrigues de Mondragão, pelo tabelião de notas Gaspar Gonçalves. Traslado extraído do tombo 1.º do Resíduos, f. 378, traslado de 1796. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se enferma de corpo; queria ordenar as coisas da sua alma da melhor via e maneira possível. ENCARGOS PERPÉTUOS: meio anal de missas cantadas no convento de São Francisco, na capela de São João, onde se manda enterrar. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 27 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Vitória da ribeira dos Socorridos, que tem a obrigação de vinte missas anuais por esta instituidora e outros. Em 1819-01-28 (f. 32-38) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia o marido Francisco Gonçalves da Câmara, seguindo-se na sucessão a ordem dos testamentos dos seus pais “de sorte que quem for herdeiro de suas terças, o seja da minha fazenda”. BENS VINCULADOS: toda a demais fazenda de raiz, não especificada no testamento, a que anexa ainda as terças do pai e mãe. A fazenda nunca se poderia vender e deveria permanecer sempre inteira para cumprimento e perpetuação do meio anal de missas, fazendo-se, ainda, um tombo, para que em todo o tempo se saiba quanta e qual é e onde está (f. 8 v.º). Já os encargos dos legados seriam cumpridos dos móveis e novidades de açúcar do presente e ano vindouro, não bastando das mais novidades ou rendas. As propriedades vinculadas a esta capela estão identificadas nas verbas declaratórias de sub-rogação a seguir enunciadas. SUB-ROGAÇÃO DE ENCARGOS: F. 40/40 v.º - casa n.º 10 da rua dos Ferreiros, avaliada em 384.056 réis, sub-rogada por igual valor em benfeitorias no sítio do Palheiro Ferreiro, São Gonçalo. Verba de 1847-12-21. F. 41/42 - casco e terreno sito na rua dos Ingleses, Sé, avaliados em 3.727.436 réis, sub-rogados pelos seguintes bens: parte livre da casa e benfeitorias da Quinta no sítio da Achada, Campanário; terreno na rua da Conceição e terreno sito nas Angústias, São Pedro. Verba de 1851-11-12. F. 44/45 - confrontações das casas sobradadas na rua do Quartel, hoje chamada dos Ingleses, onde mora o cônsul Carlos Chambers. Certidão de 1851-11-17. F. 46/46 v.º - sub-rogação da casa sita na rua dos Ferreiros, Sé, pelos seguintes bens: benfeitorias livres no palácio da rua do Peru, Sé; benfeitorias rústicas no beco de São João, São Pedro; outras benfeitorias no mesmo sítio; dois lagares no mesmo sítio; uma porção de terra no sítio do Arvoredo, Campanário; outra no sítio da Quinta da Achada, Campanário. Verba de 1852-05-26. F. 46 v.º/47 v.º - uma porção de terra no sítio da Forca e outra no sítio dos Louros, São Gonçalo, avaliados em 2.082$000, sub-rogados por igual valor em benfeitorias livres que os condes de Carvalhal possuem no palácio da rua da Mouraria, São Pedro. OUTROS VÍNCULOS: i) deixa ao sobrinho João Rodrigues um serrado de canas comprado a Pedro Espínola e ora arrendado a Mecia Leda, bem como as casas e assentamento comprados a Manuel Duarte, com encargo de três missas anuais (uma cantada a Santa Ana pelo seu dia no convento de São Francisco; duas celebradas na igreja da Ponta do Sol, sendo uma rezada no dia de Nossa Senhora da Assunção e Nossa Senhora dos Anjos e outra em dia da Natividade) . Recomenda que estes bens andem sempre "em sua linha masculina", não havendo passaria à filha primogénita e daí aos filhos machos, não havendo ficaria ao parente mais chegado do sobrinho herdeiro e dela testadora. A folha de rosto destes autos menciona os encargos deste vínculo, pelo que é de presumir que, a dada altura, este vínculo ficou pertencendo aos herdeiros do primeiro instituído pela testadora Catarina de Mondragão. ii) herdeira do morgadio de Francisco Acciaioly. Esclarece que estava por fazer o jazigo que este testador mandara executar detrás do capítulo de São Francisco, o que não fizera porque Aires de Ornelas dizia que era seu e, por outro lado, porque o provedor da Fazenda determinara que esta fazenda estava obrigada a el-rei pela fiança do almoxarifado de Pêro Folgado. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 12): TESTAMENTEIROS: o marido e os irmãos António Rodrigues e João Rodrigues. ENTERRAMENTO: na capela de São João do convento de São Francisco, numa sepultura em pedra no meio da capela. ESCRAVOS: i) liberta a escrava Bárbara e a suas duas filhas, na condição de casar logo e viver bem em serviço de Nosso Senhor, não o fazendo permaneceria cativa; ii) deixa as escravinhas Maria e Polinarda às sobrinhas Isabel de Mondragão e Maria de Mondragão, respetivamente, recomendando que as ensinem muito bem e “lhe ensinem a doutrina cristã e bons costumes”. OUTROS LEGADOS: i) ao criado Gaspar Pinto, 30.000 réis pelo serviço prestado; ii) à criada Filipa Lopes, 40.000 réis; iii) à criada Isabel Fernandes 30.000 réis e uma casinha nova acima de São Sebastião; iv) 5.000 réis a cada uma das duas filhas de João Esteves, criado de seu pai e morador na Calheta; vi) 5.000 réis à filha de Isabel Esteves, que já esteve em sua casa; vii) 100 cruzados à sobrinha D. Maria de Brito, filha de Francisco Rodrigues; viii) a Maria Folgada, filha de Pedro Folgado, doa 50.000 réis para ajuda de seu agasalho; ix) 20.000 réis a Filipinha, filha de sua ama; 10.000 réis a cada uma das órfãs Guiomar e Helena, que tem em sua casa. VESTES: manda dar ao convento de São Francisco um pontifical de damasco branco com sebastros de veludo carmesim; deixa à criada Filipa Lopes duas marquesotas suas, uma branca e outra verde, uma vasquinha e um saio de tafetá preto, um cós verde, uma saia com debruns de veludo verde e ainda as suas toalhinhas e toucadinhos. NAVIOS: declara que tem um navio “em que anda meu amo e seu genro”, tendo dado a cada um o seu terço. TESTEMUNHAS: António Rodrigues de Mondragão; João Rodrigues de Mondragão, seu irmão; Gonçalo Esteves; António Martins, mercador; Gaspar Pinto, criado da instituidora; Vicente Borges, criado de António Rodrigues Mondragão; Gaspar Mendes de Vasconcelos, sobrinho da testadora. LITERACIA: a testadora não assina o testamento por estar fraca e não poder, o testamento fora feito pelo seu confessor, frei Cristóvão da Lombada, e assinado a seu rogo por Gaspar Esteves, criado da irmã Joana Rodrigues. Outros documentos: F. 29 a 35 v.º- Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 2-11) aprovado em 1604-09-17, no limite do Caniço, nas pousadas do instituidor, por Francisco Dias de Gouveia, notário do Caniço; aberto em 1604-09-24. Traslado de 1796. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador encontrava-se um tanto doente e com temor da morte (f. 2). ENCARGOS PERPÉTUOS (anuais): duas missas rezadas em qualquer altar por sua alma, de seu filho Jerónimo, de sua mãe e de sua irmã D. Antónia. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 22 v.º-23), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com pensão de uma missa anual pelo administrador. Em 1819-01-28 (f. 25-31) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia a filha D. Antónia, mulher de Francisco de Morais. Caso não tivesse filhos, a terça passaria à sobrinha do instituidor, D. Ana, e não tendo esta filhos, ou falecendo antes da primeira nomeada, herdaria uma das filhas de Luís Gonçalves de Andrade, e daí em diante «correra por linha de meu pay e may que o chame de Ornellas sendo ele para isso» (f. 4). BENS VINCULADOS: terça dos seus bens, não discriminados. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. OUTROS VÍNCULOS: terça de sua primeira mulher D. Luzia, que deixa à filha D. Antónia e depois à sobrinha D. Maria de Moura, mulher de João de Caus; as outras terças que administra ficariam a sua filha D. Antónia, não tendo esta filhos à sobrinha D. Ana. Outras informações do testamento (f. 2 a 11): Freguês do Caniço. Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz. CÔNJUGES/FILHOS: casado primeira vez com D. Luzia, depois com D. Constança. Filhos falecidos, entre eles Jerónimo de Ornelas. Resta a filha do segundo casamento, D. Antónia. ENTERRAMENTO: mosteiro de São Francisco, da vila de Santa Cruz. ESCRAVOS: deixa 10.000 réis à mulata de Maria de Vasconcelos, para se forrar, visto tê-lo criado e servido de dia e de noite na sua enfermidade, limpando-o e lavando-o; caso os herdeiros não concordassem com esta alforria, deixava-lhe 40.000 réis para o efeito ; liberta Domingos, impondo a obrigação de lhe mandar dizer oito missas dentro de três anos. CONTAS/DÍVIDAS com: Cosme Enes, caixeiro de Lisboa; Gaspar Arrais; João Martins, do Porto Novo; João Guilherme Flamengo; Francisco Rodrigues, que foi saboeiro; António de Azevedo; Duarte Martins; João de Caus casado com D. Maria de Moura; Brás de Castro; Gaspar Afonso; entrega à justiça um serrado na Ribeira Seca, Machico, que cobrara por procuração do ausente Cristóvão de Moura. DOTE do genro Francisco de Morais: no valor de 8.000 cruzados, dotados nos seguintes bens no Funchal: serrado da Conceição; serrado da Torrinha; casas onde morava João Baptista; cova de Maria Enes com um dia de água da levada do Caniço e que rendia quinze a dezasseis pipas de malvasia; terras de pão junto ao Varadal; montados dos picos com cabras e porcos; um moio e meio de trigo de terra sita nos Areais, Porto Santo; escravos, móveis e peças de ouro de sua filha Antónia. OUTROS LEGADOS: 1.000 réis para as obras de Nossa Senhora do Faial. FOROS: foro que tinha Jorge de Freitas com obrigação de duas missas em dia do Bom Jesus, por sua alma e da mulher D. Constança; outro foro que tinha Domingos Fernandes com pensão de uma missa anual em dia de Nossa Senhora da Conceição pelos mesmos sufragados. TESTEMUNHAS: Luís Gonçalves de Andrade, morador na cidade do Funchal; padre Manuel Lopes, beneficiado da igreja do Caniço; Manuel Teixeira, estante em casa do instituidor; Nicolau Mendes e António Pires, moleiro, moradores no Caniço; Pedro Barreto, criado de Francisco de Morais, morador na cidade do Funchal. LITERACIA: assina o testamento, que fora feito por António do Rego. Outros documentos: F. 25 a 31 - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 2-6 v.º) feito em 1483-08-21, em Câmara de Lobos, por Afonso Lopes, tabelião público na dita vila pelo duque D. Diogo. Traslado de 1796, extraído do Tombo 2.º dos Resíduos, f. 231. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador jazia doente em cama; temia o seu passamento e não sabe quando seria. ENCARGOS PERPÉTUOS: anualmente, missa rezada em todas as nove festas de Nossa Senhora, ditas com um círio de dois arratéis que se acenderiam no dito altar aos domingos e festas do ano, sendo estas missas por sua alma e de Beatriz Nunes, de quem ele se «sente encarregado por algum serviço que lhe fez» (f. 4); missa rezada às quartas-feiras; edificar e ornamentar e manter sempre reparado e ornamentado o altar de Santa Maria na igreja de São Sebastião, Câmara de Lobos, «tanto que for feita» (rebocar e acafelar todo o redor do altar; ornar com toalhas, frontal, imagem de Santa Maria com vestimenta de seda rasa, um bom manto de veludo ou damasco com estola e manípulo, um bom cálice de prata dourada pesando marco e meio, um bom missal, galhetas, um pano de linho com uma cruz pintada no meio para colocar diante da Virgem na Quaresma); ainda manda fazer uma arca para guardar a cera e ornamentos do altar, cuja chave só teria o testamenteiro e administrador. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 16), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com pensão de sete missas anuais. Em 1819-01-28 (f. 18-25) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia a sua alma por herdeira, visto não ter herdeiros forçosos, designando para primeiro administrador o testamenteiro João Galego, podendo este designar outro testamenteiro «e assi va descendente em descendente para sempre em tais pessoas que tenha conciencia e o fação bem» (f. 6). Os administradores receberiam pelo encargo 2.000 réis anuais e este cargo e a renda do vínculo nunca lhes poderia ser tirado por nenhuma justiça eclesiástica nem secular, estas apenas podiam constranger o administrador a cumprir como deviam. E caso as justiças mencionados e os administradores não fizessem como deviam amaldiçoa-os «venha sobre ele a maldição de Deus e de Santa Maria e de São Pedro e de São Paulo e ante Deus lhes responda por ela» (f. 6). BENS VINCULADOS: determina a partição de todos os seus bens com a mulher Maria Gomes, sendo que a sua metade dos bens móveis e escravos seriam logo vendidos para cumprimento das exéquias, missas e legados. Quanto aos bens de raiz, determina o seu arrendamento em fatiota, vinculando-os, e o rendimento seria aplicado em missas, reparo e ornamento do altar, e o que sobrasse «do mais que hi houver» seria para vestir dois pobres todos os anos e despender em missas, trintários e em obras meritórias. Os administradores fariam aproveitar os ditos bens, para que não se perdessem nem danificassem. O auto do tombo e medição da fazenda de Gonçalo Dias (f. 7/10), realizado em 1519-03-25, sendo então administrador Afonso Pires da Câmara, identifica os bens da capela: i) serrado no caminho do Estreito, acima do lugar de Câmara de Lobos, com um dia e noite de água da levada de São Bernardino, aforado ao fidalgo António Correia por 5.000 réis; ii) terra em Câmara de Lobos com casas sobradadas, vinha e canas, aforada por 3.000 réis a João Gomes, sucessor de João das Arcas. A medição e tombo fora ordenada pelo bacharel João Fernandes de Amil, juiz e contador dos Resíduos e provedor da Santa Cruzada nesta ilha e Porto Santo, sendo então alcaide de Câmara de Lobos Martim Rodrigues e medidor Fernão Teles. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 6 v.º): CÔNJUGE: Maria Gomes. Sem herdeiro forçosos, deserda todos os seus parentes. TESTAMENTEIRO: João Galego, morador no lugar de Câmara de Lobos, confiando na sua bondade e discrição (f. 5 v.º). ENTERRAMENTO: igreja de São Sebastião de Câmara de Lobos, diante do altar de Santa Maria, que manda construir. ESCRAVOS: o testador e a mulher libertam o escravo João Chamorro; determina que qualquer «das moças que couber a sua parte» (f. 5) sirva o testamenteiro durante cinco anos, sendo que depois seriam aforrados. Cônjuge: Maria Gomes. LEGADOS: 1.000 réis a Briolanja, mulher de Rui Vaz; 400 réis a Pedro, enteado de Martim Rodrigues, do tempo que o serviu; 100 réis ao Espírito Santo para a sua obra. CONTAS: se alguém cobrasse alguma dívida pagar-se-lhe-ia, sob juramento dos Santos Evangelhos. TESTEMUNHAS: frei Pedro, frade em São Francisco; frei Rodrigo Anes, vigário; João Gonçalves; Tomé Gonçalves e Aparício Gonçalves, filhos de Gonçalo Vaz, Martim Gonçalves, trabalhador. Outros documentos: F. 18 a 24 - Indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1558-02-17, no lugar da Ribeira Brava, nas casas de morada de Nicolau de Barros, sogro do testador. Tabelião: Luís Álvares, notário público e judicial no dito lugar e sua comarca por el-rei. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador encontrava-se doente mas andando de pé; "não sendo sabedor nem certo da hora que nossa fraqueza e mizeria mais certa temos que hé a morte e temendo o poder grande de Deus e o justo juizo e obedienscia havemos todos de hir quando for sua vontade por descarrego de minha fraca e pobre conciensia e remedio e salvação de minha alma" (f. 3 v.º). ENCARGOS PERPÉTUOS (anuais): uma missa rezada em dia de Nossa Senhora do Monte, onde o administrador quisesse. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 31 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Penha de França, que tem obrigação de quarenta missas anuais por esta e outros instituidores. Em 1819-01-28 (f. 23-29) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia a mulher D. Isabel, filha de Nicolau de Barros e de D. Guiomar de Bettencourt, com a condição de não voltar a casar; depois o filho Rui Dias “e delle handará sempre em seu filho o macho por linha direita de legitimo matrimonio”, não tendo filho macho ficaria à filha fêmea, na condição de tornar sempre ao macho. Na falta de herdeiros, ficaria à mãe do testador, sendo viva, e depois ao cunhado Francisco de Barros e descendentes, na linha masculina, acrescendo então o encargo de cinco missas anuais à honra das cinco Chagas de Cristo, pela alma do testador e de seus pais. Todo o macho que herdasse esta terça usaria o seu apelido "Aguiar". O juiz dos Resíduos ou qualquer outra justiça "lhe não tome conta se as diz ou não" (f. 6) e os administradores em caso de incumprimento não perderiam a terça, apenas diriam as missas em falta. BENS VINCULADOS: toda a terça dos bens móveis e de raiz, os quais estão identificados nos documentos de sub-rogação, como se enuncia. SUB-ROGAÇÃO DE BENS: Fl. 44/45 v.º - benfeitorias no sítio de São Paulo, freguesia de São Pedro, compostas por duas casinhas e um muro, as quais foram sub-rogadas por uma casa no beco dos Aranhas, dita freguesia, avaliada em 509.810 réis. Verba declaratória de 1842-05-24. Fl. 45 e 45 v.º - telheiros n.º 18, 20, 22 e 24 no sítio de São Paulo, freguesia de São Pedro, no valor de 258.368 réis, sub-rogados por benfeitorias livres na Quinta do Palheiro Ferreiro, São Gonçalo. Verbas declaratórias de 1848-06-02 e 1849-10-01. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 3 a 11 v.º): TUTOR dos filhos: nomeia para tutor a Gonçalo Pires, escrivão dos quintos. TESTAMENTEIROS: a mulher e o sogro. ENTERRAMENTO: Sé do Funchal, na capela de seu avô Álvaro de Ornelas. ESCRAVOS: recebeu três escravos no dote: Maria, preta, Inês e António. VESTES: uma capa frizada e um pelote novo deixados ao cunhado Francisco de Barros; um roupão verde ao mulato Francisco Álvares; um pelote de solia e um gibão de lenço legados a Pascoal Gomes, filho de Fernão Dinis; um gibão preto a Francisco Álvares. ARMADURA: recebeu na Alfândega, através do tio Jerónimo de Ornelas, uma couraça com as respetivas escarcelas, um capacete e um arcabuz com todos os seus aparelhos (o tio ainda não lhe entregara todas as peças). TESTEMUNHAS: Diogo de Bettencourt; Nicolau de Barros; António Taborda, criado de Diogo de Bettencourt. LITERACIA: assina o testamento por ocasião da aprovação. Outros documentos: F. 2 v.º - Traslado de uma petição de André de Bettencourt de Sá [de janeiro de 1589] a solicitar o traslado do testamento de Damião Dias de Aguiar que estava em poder de Luís Gonçalves Uzel, tabelião público do judicial na cidade do Funchal; requereu ainda certidão onde conste que ele suplicante travava uma demanda com D. Guiomar de Bettencourt sobre esta terça, contra a qual obteve uma sentença da Relação e foi julgada por herdeira da terça sua mulher D. Isabel de Aguiar, como parente mais chegada. F. 33 a 40 - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1618-08-19, na cidade do Funchal, em casas de morada da testadora, pelo tabelião de notas por el-rei nesta cidade e seu termo, Francisco Correia; aberto em 1618-09-08, na presença do juiz ordinário António da Silva Barreto. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: não sabe o dia e a hora em que o Senhor seria servido de a levar da vida presente; encontrava-se doente. ENCARGOS PERPÉTUOS (anuais): três missas cantadas em dia de Todos os Santos, ditas às Chagas de Cristo, pela sua alma, no convento de São Francisco, ofertadas com dois alqueires de trigo e meio almude de vinho. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 21), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania de Nossa Senhora da Vitória da ribeira dos Socorridos, que tem obrigação de vinte missas anuais por esta e outros instituidores. Em 1819-01-28 (f. 23-29) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia o marido, depois a filha deste, D. Maria, e seus herdeiros, por “linha direita emquanto o mundo durar”. Caso a filha Maria falecesse sem herdar, o marido poderia dispor da terça como lhe parecesse, com o dito encargo. BENS VINCULADOS: terça de todos os bens que se acharem por sua morte, não especificados. O remanescente dos bens herdaria o irmão clérigo João Gonçalves da Câmara; por falecimento deste, a metade desses bens ficaria a Catarina Parda, filha de seu primo Cosmo de Ornelas, e a outra metade tornaria ao marido da instituidora, o mesmo acontecendo após a morte da dita Catarina Parda. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 7): Freguesia da instituidora: São Pedro. FILHOS: sem filhos. ESCRAVOS: Maria, mulatinha que criou, filha de Filipa, lega 10.000 réis quanto tiver 14 anos. LEGADOS: à criada Maria, para o seu casamento, deixa 10.000 réis, um vestido e o seu manto novo "conforme a qualidade de sua pessoa" (f. 3); a Inês Gonçalves, mulher de António Gomes, deixa 4.000 réis pelo bom trabalho. TESTEMUNHAS: Afonso Vaz da Corte; Pedro Gonçalves da Corte; Rui Mendes de Vasconcelos; Henrique de Bettencourt de Freitas; Gaspar Fernandes, pedreiro, Manuel Jorge, trabalhador, todos moradores na cidade do Funchal. ENTERRAMENTO: igreja de São Francisco, em cova da mãe. LITERACIA: não sabe escrever, Jorge de Alvarenga redigiu o testamento e assinou a seu rogo. Outros documentos: F. 23 a 29 - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1600-09-28, na cidade do Funchal, em casas de morada da testadora, pelo tabelião de notas nesta cidade e seu termo, Pedro Nogueira; aberto em 1600-10-04, na Casa dos Contos, na presença do desembargador doutor Baltazar Fernandes. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se doente em cama; não sabia da vida e da morte; desejosa de encaminhar as cousas de sua consciência pois não sabia quando seria Deus servido de chamá-la; encomendar sua alma a Deus. ENCARGOS PERPÉTUOS: missa cantada anual em dia de Nossa Senhora da Assunção e seis mil réis em vida de sua irmã Constança de Santa Clara. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 25 v.º), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Lombada, com a obrigação de uma missa anual. Em 1819-01-28 (f. 32-38) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia a filha Lourença de Mondragão, depois o seu ”filho macho mais velho”, não tendo a filha. Não tendo descendentes, ficaria aos outros filhos da testadora ”ou a qualquer delles o que vivo for”, de maneira que andasse sempre na linha da fundadora e seus descendentes (f. 3 v.º). BENS VINCULADOS: toma na terça a casa na rua do Esmeraldo em que vivia Manuel Doucim. Refere ainda que a terça seria dada em raiz, não sendo possível ordena a venda de todo o móvel que lhe acontecer e a sua aplicação na compra de bem de raiz ou foros que rendam para sempre. SUB-ROGAÇÃO DE BENS: o termo de sub-rogação, datado de 1847-12-22 (f. 39-40) refere a sub-rogação do armazém n.º 1 e da casa n.º 3 da rua do Esmeraldo, pertencentes a esta capela, por igual valor em benfeitorias livres no sítio do Palheiro Ferreiro, São Gonçalo. Benfeitorias estas confrontadas na declaração de 1851-11-11 (f. 40). ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 6 v.º): TESTAMENTEIROS: os filhos Garcia de Mondragão, Francisco de Mondragão, João Rodrigues de Mondragão e Bartolomeu de Mondragão. ENTERRAMENTO: capela de São João do convento de São Francisco, na sepultura do marido, onde também jaz a filha. TESTEMUNHAS: Pedro Gonçalves “sete cidades”; António João, pedreiro; Pedro Gonçalves, alfaiate; Manuel Monteiro, pedreiro; António Gonçalves, caixeiro; Simão Gonçalves, vendeiro, todos moradores nesta cidade; Pedro do Couto Cardoso, escrivão do judicial, que assinou a rogo da testadora, por estar fraca e não poder fazê-lo. LITERACIA: não assina o testamento por estar fraca. Outros documentos: F. 28 a 35 - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 2-6) aprovado em 1599-01-21, nas casas de morada da testadora na cidade do Funchal, pelo tabelião de notas desta cidade e seu termo, António de Carvalhal; aberto em 1599-01-22, perante o juiz ordinário Manuel de Vasconcelos. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se doente; não sabia o dia em que Deus seria servido de a levar da vida presente. ENCARGOS PERPÉTUOS (anuais): uma missa cantada pela festa e oitavário de Nossa senhora da Assunção, celebrada no convento de São Francisco, com a esmola costumada. REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 19) esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania da Penha de França, que tem a obrigação de quarenta missas anuais por esta instituidora e outros. Em 1819-01-28 (f. 21-27) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra. SUCESSÃO: nomeia a irmã Margarida Rodrigues, não tendo filhos poderia deixar os bens a quem quisesse, com o dito encargo. BENS VINCULADOS: todos os seus bens móveis e de raiz, não identificados. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal. Outras informações do testamento (f. 2 a 6): Freguesia da instituidora: São Pedro, Funchal. IRMÃOS: Margarida Rodrigues, que vive em sua companhia; Francisco Brás (falecido). ENTERRAMENTO: no convento de São Francisco, na sepultura dos pais. Pede ao primo Manuel Fernandes que se encarregue do seu enterramento, uma vez que a irmã “he molher e não pode handar pelas ruas”. TESTEMUNHAS: primo Rodrigo Afonso, vigário de São Gonçalo; Nicolau Afonso Portes, que assinou na aprovação a rogo da testadora; João Sardinha; Manuel Gonçalves, mercador; António Gomes Aloés, estudante, filho de Pedro Gonçalves, lavrador, morador no Estreito de Nossa Senhora da Graça; Baltazar Garro; Domingos de Braga, almocreve; Francisco Mendes, filho de Manuel Fernandes Rabelo, sapateiro, todos moradores na cidade do Funchal. LITERACIA: não assina, o testamento é redigido pelo primo Rodrigo Afonso, vigário de São Gonçalo. Outros documentos: F. 21 a 27 - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 4-6 v.º) aprovado em 1581-06-23, pelo tabelião de notas do Funchal, Manuel Tavira de Cartas. MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: o testador estava prestes a embarcar para o Reino “sobre o arrendamento que tem el-rei feito nesta” Ilha; não sabia o que lhe poderia suceder nesta viagem considerando a sua idade e as muitas indisposições e "por o mal que comumente anda em todo o Reyno”; sentia-se desejoso de encaminhar as cousas de sua consciência “por não saber o tempo e lugar em que sera servido de chamar me” (f. 4). ENCARGOS (ANUAIS): o testador anexa a sua terça ao morgadio dos pais João Rodrigues Mondragão “Castelhano” e de sua mulher Maria Rodrigues, sem todavia lhe acrescentar qualquer outro encargo, a fim de “se perpetuar melhor este legado indo a fazenda em crescimento”. O referido vínculo tinha a pensão de missa diária, que seria cantada pelas almas dos primeiros instituidores, do testador e seus descendentes e sucessores deste morgado. SUCESSÃO: nomeia a mulher Beatriz de Andrade, depois o filho Garcia de Mondragão, seguindo-se a sucessão declarada no morgadio familiar, em sua linha masculina. O filho também herdaria a terça dos pais e da tia D. Catarina (irmã do testador). BENS DO VÍNCULO: terça dos seus bens imposta em 600 réis de foro pagos aos herdeiros de Sebastião de Morais de umas casas na rua do Esmeraldo; numas casas na rua Direita onde vivia o cónego Jerónimo Dias, as quais haviam sido compradas ao mercador Jorge Mendes; num pedaço de terra comprado a João Mendes de Miranda e 300 réis de foro de umas casas que foram do almoxarife Álvaro Fernandes e de sua mulher Isabel de Oliveira. Os bens móveis seriam vendidos e aplicados em raiz. OUTROS VÍNCULOS: aos pobres do Hospital da Misericórdia do Funchal deixa 12.000 réis para compra de um foro que rendesse perpetuamente para uma missa anual rezada à honra das Chagas de Cristo, por sua alma e da mulher. O hospital da Calheta também tem a obrigação de uma missa rezada pelos mesmos em dia de Finados. ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS EM 1586-02-03, data da primeira quitação (f. 9): a mulher Beatriz de Andrade; era seu procurador Pedro Gonçalves “o Velho”. Outras informações do testamento (f. 4-6 v.º): OUTROS FILHOS: Bartolomeu, Francisco, Constança e Lourença. O testador recomenda aos tutores a instrução dos filhos “sempre metidos em colégios debaixo de sujeição e deseplina dos padres da Companhia”. Quanto às filhas, “se devião meter freiras que he o mais seguro estado que se lhe pode dar nem a elas lhes fica para poderem tomar outro”. TESTAMENTEIROS: a mulher e “boa amiga” Beatriz de Andrade, o filho Garcia de Mondragão, o irmão, o sobrinho e o cunhado Jorge de Andrade ENTERRAMENTO: no mosteiro de São Francisco, na sua capela de São João, para onde manda que também sejam trasladados os ossos de seus pais, que jazem na igreja do Espírito Santo da Calheta. LEGADOS: PROPRIEDADES: LITERACIA: o testamento foi redigido e assinado pelo testador “feito de sua letra e sinal”. TESTEMUNHAS: Fernão Favela de Vasconcelos; António Rodrigues de Mondragão; Zenóbio Acciaioly; João de Ornelas; Gaspar Mendes de Vasconcelos; Francisco de Andrade; Sebastião Pereira. Outros documentos: F. 14 – Trata-se de uma conta tomada em 1635 a Manuel Nunes, referente à capela de seu pai Jerónimo Rodrigues. Creio não pertencer a estes autos.